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APRENDER A LIDAR COM A FRUSTRAÇÃO É MEU MAIOR APRENDIZADO DESSA FASE
Eita processo longo viu… hahahaha
Escrevo esse post diretamente do pátio da escolinha, onde eu e a Naty estamos passando pelo período de adaptação dela.
Mais ela do que eu…
Mas talvez um pouquinho eu também…
Até porque esse processo tem me ensinado muito sobre como lidar com a minha frustração! Como aceitar meu novo ritmo como mãe (mais ainda).
Bora saber mais um pouco de como tem sido esse período nas nossas vidas?
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.
ACEITANDO A MUDANÇA DE VELOCIDADE
Esse tem sido um dos maiores desafios da minha maternidade…
Logo eu, tão acelerada, acostumada a fazer mil coisas ao mesmo tempo…
Vim de um ritmo no final da gestação trabalhando 60, 70 horas por semana, em coisas que eu adorava fazer!
Nos primeiros meses da Naty foi fácil manter 20, 30 horas de trabalho. Mas do terceiro mês em diante, quase missão impossível…
E, aos poucos, fui entendendo que minha velocidade profissional tinha que se adaptar.
Já comentei mais sobre essa mudança quando escrevi sobre o meu sono, e quando falei mais sobre a necessidade de separação.
O fato é que, em junho de 2018 eu decidi que uma mudança precisava acontecer na minha vida – e eu precisava ter mais horas para mim, senão ficaria louca.
Estamos na metade de agosto – ou seja, fazem 2 meses que eu anseio por este momento.
Mas não foi tão procrastinação assim não…
Primeiro eu quis esperar minha formação de coaching passar – o que aconteceu em julho.
Depois eu passei pelo processo de escolher como seria esse novo momento. Desisti da creche (Plano B) e cai no Plano C: escolinha.
Daí veio o momento de escolher a escolinha.
E, por fim, o início da adaptação.
ADAPTAÇÃO INTERROMPIDA
Eu estava com muita pressa de começar logo a ter o meu tempo. Muita pressa!
Sabia que tinha uma viagem marcada no meio de agosto, e que isso poderia prejudicar o período de adaptação.
Mas resolvi começar assim mesmo.
Na semana do dia 6 de agosto, a Naty foi todos os dias para escolinha.
No primeiro dia, fiquei lá (em espaço separado do dela). Ela começou bem, na verdade todos os dias fica feliz quando vê a prof., até vai no colo dela bem de boa.
Mas depois começava o chororô… Eu do pátio só ouvia.
Logo parava, depois voltava e assim ia…
No segundo dia, eu tinha uma reunião. Então deixei ela lá e voltei 1h30 depois para buscar.
Sim, confesso que dói o coração. Chegar e vê-la tão desolada, com o rostinho todo vermelho de tanto chorar.
Por melhor que me faça ter meu tempo, dói sim o coração!
Da quarta em diante foi começando a melhorar…
As brincadeiras ao ar livre na escola foram amenizando a adaptação. O sol ajuda!
As profs vão aprendendo a lidar melhor com ela, a entender suas necessidade.
Na sexta feira da primeira semana ela já estava bem! Ainda chorava um pouco, mas fez parte do processo.
A primeira semana de adaptação foi intensa! Porque não era só o local novo, com pessoas novas.
O fato de eu ter escolhido colocá-la na escolinha de manhã, mudou toda nossa rotina de acordar mais cedo… Sair da preguiça logo que acorda, se arrumar, entrar no carro (que ela não gosta muito).
O sono muda, o horário de acordar e de dormir também.
Até para a alimentação sobra… Ela come menos, volta a mamar bastante. É intenso!
Mas a primeira semana passou e… Foi interrompida!
Porque na semana seguinte eu fui viajar… E fiquei uma semana inteira coladinha o dia todo nela.
Essa viagem foi boa para nós pois foi, de certa forma, uma despedida!
Eu me dei ao luxo de não ficar pilhada, querendo trabalhar… Queria só ficar com ela, curtir ela!
E foi o que eu fiz! Até porque ficamos sozinhas a maior parte do tempo (meu marido estava participando de um Congresso) – e o chicletinho se intensificou!
Então voltamos para casa e, na semana do dia 20 de agosto, começamos a segunda semana na escolinha.
Mamãe estava louca para entregar o bebê, voltar pra casa e começar finalmente a ter meu próprio tempo!!
Uauuuu eu ia trabalhar!! A lista de atividades da semana já estava gigante!
Sabe que aqui não rola aquela dor da separação não né… Eu entrego no colo da prof e saio feliz da vida!
Tudo que eu queria era meu tempinho para trabalhar!!
O dia estava lindo, eu estava cheia de coisas para fazer!
Daí acaba o conto de fadas e entra a maternidade real.
Ela não ficou 1 hora na escolinha…
O período de adaptação voltou a estaca zero (praticamente!).
Eu sequer voltei pra minha casa trabalhar… Fiquei trabalhando na escolinha mesmo!
Antes das 10h da manhã lá estávamos nós, em casa, frustrada.
Porque além de tudo, eu estava acordando super cedo – o que me tirava a energia de trabalhar de noite, até de madrugada, como eu vinha fazendo antes…
No segundo dia, mesma coisa… 40 minutos de escolinha e mamãe quase vai a loucura!!
Ainda não foi dessa vez que a semana foi minha, para mim…
Eu só tava querendo 15 horas semanais de desgrude!! Nada mais!
No passado eu ficava 15 horas por dia sozinha comigo! Agora eu só queria 15 horas em uma semana!!
Ah, como as coisas vão mudando né…
Na terça-feira eu entendi que não teria essas horas para mim assim tão cedo… e que eu precisaria ainda terminar agosto para começar a usufruir daquele plano de ação que começou na metade de junho.
Lidar com a frustração foi literalmente o desafio da semana.
Colocar a lista de atividades semanal de lado e aceitar.
Aceitar que o tempo mudou. As prioridades mudaram. Aceitar que eu não tenho a mesma velocidade de antes.
Aceitar que tenho que ficar feliz com minha 1 hora, talvez duas por dia de liberdade.
De mãos e cabeça livres para mim. E fique feliz com 2 horas – agradeça e não peça mais.
Essa é a nova realidade. Essa é a nova vida. Essa foi a minha escolha.
A ADAPTAÇÃO NA ESCOLINHA
Não fui só eu que senti essa frustração não…
Ela também reagiu chorando muito nos primeiros dias de re-adaptação.
Mas na terça e na quarta consegui conversar mais com a professora e tentar entender o que estava acontecendo.
O ambiente diferente, a falta da mãe…
Tentamos levar brinquedo de casa. Tentei dar algumas opções diferentes do que já estávamos fazendo.
E me parece que está dando certo!
Agora faz 2 horas que ela está lá dentro e me parece que os choros acalmaram…
Em 2 horas já produzi tanta coisa que estou até cansada de tanto trabalhar!
Em três dias aprendi mais sobre como lidar com a frustração do que na minha vida inteira.
Nessa semana, meu coração está confortável com a escolha que eu fiz da escolinha.
Me sinto acolhida, segura, confiante na estratégia que os profissionais tem usado aqui.
Na prática eu só queria mesmo meu tempo de volta, e sei que, mais cedo ou mais tarde, ele vai chegar.
Enquanto isso, vamos vivendo um dia de cada vez!
Crescendo juntas, aprendendo juntas! Porque é só o começo…
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.