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NAS PRIMEIRAS SEMANAS VOCÊ PENSA: ESSE BEBÊ NÃO VAI COMER NUNCA!! MAS DEPOIS PASSA…
Chegou a hora da bagunça!
Como eu já suspeitava, a introdução alimentar é uma sujeira só… Mas é bonitinho de ver!
As caretas são lindas! Mas também não posso deixar de dizer que não é só bonitinho, é frustrante também…
Depois que o neném aprende a comer é tudo uma alegria mas, até lá, o coração de mãe dói… E é essa realidade que eu vim contar aqui nesse post: como foi a minha experiência com a introdução alimentar.
E eu já contei aqui porque eu escolhi o método BLW… então toda minha IA (introdução alimentar) foi baseada nesses fundamentos.
Inclusive, é bem provável que eu não tenha seguido o método exatamente como deveria ter seguido, pois não julgo ter estudado o suficiente para isso…
Então considere essa experiência como um mix de estudo + intuição mas… não deixa de ser válido para você que também deve estar passando por isso.
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.
COMO TUDO COMEÇOU
Tudo começou com 5 meses!
Quando minha filha completou 5 meses ascendeu uma luzinha aqui na minha cabeça: a introdução alimentar se aproxima!
Basicamente eu tive duas ações quando ela estava com 5 meses e 2 semanas.
A primeira delas foi oferecer banana para ela. Como eu comia todo dia uma banana com ela no meu colo, eu comecei a sentir o interesse dela por aquilo que eu estava comendo, e comecei a deixar ela tocar, colocar na boca.
Eu cortava pequenos pedaços e colocava na boca dela…
E esse foi o início do início da introdução alimentar.
Ela gostava, queria pegar! Já ficava toda atiçada quando eu ia pegar a banana para comer e dar um pedacinho para ela!
A segunda ação que eu tive foi investir em um cadeirão.
Essa questão da refeição ser um horário sagrado é bem sério aqui em casa!
Eu gosto muito desse hábito da família sentar na mesa, sempre juntos, estando presentes para o momento da refeição.
Hora de comer, para mim, é com TV desligada (alias, a TV está sempre desligada em casa…), sem distrações.
A comida por si só já é distração suficiente!
Desde que ela nasceu, de uma forma ou de outra, ela sempre esteve conosco durante as refeições.
Primeiro no colo, depois no bebê conforto e, mais recentemente, no que eu chamo de “piuí”.
É um bercinho (parecido com um chiqueirinho), que eu consigo colocá-la sentadinha com as pernas na grade e fica bem da altura da nossa mesa.
Então desde que ela sentou (com 5 meses), ela já tem acompanhado bastante nossas refeições, sempre nos observando.
Mas chegou o momento que eu queria um lugar mais sério para ela se alimentar, eu queria o espaço dela na mesa.
Foi então que eu comprei o cadeirão.
Foi um investimento alto para mim mas, até agora, eu estou bem satisfeita com essa escolha!
No início ela ainda não sentava direito, ainda estava pequena – e ela mal conseguia enxergar acima da bandeja.
Mas logo ela cresceu um pouquinho conseguindo ficar sentadinha no cadeirão.
Ela ainda não está em um tamanho totalmente confortável e, por isso, eu ainda não a deixo no cadeirão em todas as refeições…
E também não uso o cinto de segurança do cadeirão, porque ela se irrita muito de ficar presa por ele. Por enquanto, tenho mantido o equilíbrio dela só com a bandeja.
Então, o uso do cadeirão foi aos poucos… No início, eu deixava ela ali sentada sem oferecer comida… Só deixava ela ali observando a gente comer, brincando com a bandeja.
Depois aos poucos eu fui começando a oferecer comida para ela ali.
Chegou o final do 5º mês e, mesmo eu estando feliz de ela já estar comendo banana e sentando no cadeirão, eu dei aquela piradinha básica (que tá no pacote do puerpério).
Na semana seguinte a introdução alimentar não seria mais uma brincadeira, mas sim uma obrigação da minha parte.
Ai meu Deus vai começar a introdução alimentar…
Ai meu Deus eu vou ter que cozinhar…
Ai meu Deus será que ela vai comer?!…
Ai vai ser muito puxado… Ai, será que eu vou consegui? Ai, será que ela vai gostar da minha comida?
A neura foi forte – e acho que muitas mães passam por isso…
Daí eu aboli tudo…
Parei de dar banana, parei de brincar com a situação.
Já que a brincadeira ficaria séria nas semanas seguintes, eu deixei todos os preparativos de lado, fiquei no bom e conhecido “tetê”, e procrastinei tudo que eu podia para iniciar a IA.
Mas o sexto mês chegou…
AGORA É PRA VALER!
A ficha caiu mesmo quando eu fui na consulta dela de rotina e ela já tinha 6 meses e 1 semana.
E na consulta eu quase tive um ataque de riso quando as enfermeiras que estavam me atendendo começaram a dar a instrução para introdução alimentar.
Elas montaram um cardápio de papinha disso, papinha daquilo, papinha daquele outro… Sempre bem batidinha no liquidificador. Até aí tudo bem, eu já esperava.
Em seguida veio a instrução que me deixou com o coração bem confortável: em uma refeição, eu precisaria dar 3 porções para minha filha em termos de quantidade.
E então elas desenharam a quantidade no papel. Cada porção era do tamanho de uma unha do meu dedinho.
Ufa! Essa quantidade ela já estava sim comendo e daí fiquei bem aliviada!
Elas explicaram que o estômago do bebê é bem pequeno e ainda não precisa de uma quantidade tão grande de comida.
Um pouquinho já era suficiente para deixá-la satisfeita! E, esse pouquinho, na minha “brincadeira de IA” já estava dando!
Mas o ataque de riso mesmo veio quando elas deram a instrução para a comida ser sempre fresca – ou, no máximo, esquentar na janta o que cozinhou no almoço.
Fiquei pensando comigo… É sério mesmo que tem mãe que faz isso?
Cozinha 7 grãos de arroz, 1 tira do tamanho do seu dedo de frango e um galho de brócolis para dar de almoço para o filho?
Depois inverte o cardápio e repete a cozinhança na janta?
Me desculpe se você é uma mãe dedicada assim (#teadmiro) mas aqui em casa não rola essa de cozinhar toda refeição não… Mas de jeito nenhum!! Nem todo dia…
Eu piro só de pensar nessa possibilidade…
A gente foge da cozinha o máximo que dá… Não vai ser minha filha que vai me colocar lá 3 vezes por dia mesmo!
Mas enfim… Voltando a experiência…
Saindo da consulta, eu sabia que agora não era mais treino, o jogo era verdadeiro!
Até que considero ter me saído bem em termos de comida fresca no primeiro mês de IA.
Mas nada de variedade… Um almoço era cenoura, no outro batata, daí ovo, mandioca e… voltávamos a cenoura e assim continuava…
Quando eu conseguia encontrar algo mais criativo no mercado dava uma variada – algo que era melhor com as frutas…
Mas não teve nenhum cardápio mirabolante aqui não…
E aos poucos ela foi se acostumando com esse tal de comer!
ENGOLIR FOI DIFÍCIL… JÁ CUSPIR…
Eu diria que nos primeiros 15 dias de IA, as caretas foram as melhores!
Tudo que ela colocava na boca era uma careta nova! Tudo!!
E engolir não era um processo assim, tão natural…
Mas cuspir ela aprendeu rapidinho!
Ela cuspia tudo! Parecia que mais cuspia do que comia!
Mas, na minha concepção, isso era esperado para o método!
A comida estava sempre na mão dela, ela mesmo levava na boca… Experimentava e logo cuspia…
Um pedacinho de nada ela engolia e, de pedacinho em pedacinho, começou a aprender o processo.
O babador ficava lotado de comida. Aliás, não só ele… O cadeirão, o chão, tudo!
A sorte é que a Paçoca (nossa cachorrinha) ajudava na faxina e, só quando eu comia fora de casa que eu sentia o quanto realmente de bagunça fazia…
E, depois da terceira semana de IA, mais ou menos… Passando por algumas refeições preparadas com tanto amor que ela nem deu bola… As coisas começaram a melhorar!
E ela começou a entender como fazia para engolir! E começou a comer de verdade, daqueles que dá gosto de ver!!
Hoje, é só dar a comida na mão dela, que ela leva direitinho para a boca! Muitas vezes morde um pedaço maior do que cabe na boca dela – e daí ela cospe.
Mas, fora essas exceções, ela vai comendo praticamente tudo!
Dá para perceber que ela se interessa muito pelos alimentos mais coloridos… Cenoura, ovo, chamam muita a atenção dela!
Em relação as frutas, mamão e kiwi estão na lista dos prediletos (e sim, eu sei que não era para dar kiwi, mas dei e ela adorou!).
E, no geral, ela come de tudo!
Na verdade, não é o alimento em si que ela gosta mais ou menos… É na verdade a situação…
Tem dia que ela está mais irritada, mais cansada e simplesmente não quer ficar no cadeirão… E tudo bem, nesse dia ela não come.
Tem dia que ela está mais amiga do mundo, sorridente, e daí nesse dia ela come bastante!
Sem stress… Não comeu, tem tetê e tá tudo ótimo!
LIBERDADE DE SAIR DE CASA
Minha felicidade mais recente é conseguir sair de casa sem stress com a comida para ela!
É conseguir alimentá-la onde quer que estejamos…
Em um self-service, sempre encontro algo para dar para ela! E já fizemos esse teste pelo menos umas 5 vezes.
Quando saímos para comer um lanche – algo que ela naturalmente ainda não come – ela fica sem comer e tá tudo bem!
Mas eu fico mesmo muito feliz de ver como estamos nos virando sem virar escravos da comida, da papinha, de todos os detalhes que eu ouvi falar sobre IA e resolvi passar longe!
Em relação ao tetê… esse ainda não diminuiu muito não… Ao longo de todo o 6º mês, ela continuava mamando exatamente como antes.
Apenas quando entramos no sétimo mês que eu percebi que ela pedia menos tetê… Na verdade, assim como em outros casos, não é questão de ter fome ou não… É questão de estar ou não perto de mim!
Porque quando estamos na correria, na rua, ela chega a ficar 6, 7 horas sem mamar – e come nesses intervalos.
Porém, se estamos em casa, daí é difícil completar um intervalo de 3 horas sem tetê.
Então aos poucos ele vai se espaçando e uma nova fase da vida começa.
Ah, e para finalizar minha experiência, preciso falar do cocô! (é, mãe adora analisar o cocô da filha!)
Desde que eu comecei a dar a banana para ela, em meados dos 5 meses, o intestino dela passou a funcionar apenas 1 vez por semana, chegando até a 10 dias sem fazer nada.
Mas ela não ficava chata, nem com o estômago duro, nem nada… Até cheguei a levar no postinho uma vez, preocupada, mas eles disseram que é absolutamente normal, tendo em vista o aleitamento materno.
Foram 2 meses que ela ficou fazendo cocô apenas uma vez por semana ou menos que isso.
Só depois que a frequência aumentou – para 2 ou 3 vezes na semana.
Mas tudo isso fez parte da formação do intestino dela e, de novo, sem neura e sem stress…
E essa foi/está sendo a minha experiência com a tal da Introdução Alimentar. Coloca aí nos comentários como foi a sua!!
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