Tempo de leitura: 13 minutos
Chegamos na sua última decisão antes de operar na bolsa de valores: entender como definir sua ordem!
Foi uma jornada incrível até aqui, onde:
- Definimos seu propósito para operar na bolsa;
- Decidimos qual é a escola que você vai seguir;
- Decidimos o objetivo do seu dinheiro na bolsa;
- Decidimos por onde você vai aplicar;
- Decidimos quais ações você aceita comprar;
- Decidimos como você vai controlar suas ordens;
- Decidimos como você escolhe interpretar seus resultados;
- Definimos seu ritual semanal e mensal;
- e Decidimos como declarar o Imposto de Renda.
Nesta última decisão vamos aprender como definir sua ordem. Ou seja, a estabelecer o diálogo conosco para sua primeira ordem de compra e de venda.
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E esta decisão será dividida em duas partes: a definição do valor em si, e a parte do controle emocional.
DEFINIR SUA ORDEM DE COMPRA E VENDA
Eu propositalmente deixei essa parte por último, depois de ter te ensinado:
- A controlar suas ações, na decisão 6;
- A analisar seus resultados, na decisão 7;
- A praticar seus rituais, na decisão 8;
- E a declarar seu IR, na decisão 9.
Mas se você for olhar de maneira mais sequencial, a decisão 10 acontece logo em seguida da 5, quando você escolhe sua carteira teórica.
O ponto é o seguinte: pela escolha da sua carteira teórica, nós definimos quais ações você irá comprar.
Dessa forma, agora o que vamos fazer é analisar ação por ação para definir a sua estratégia em termos de valores de compra e de venda.
Então o ponto de partida é: já utilizamos critérios fundamentalistas explicados na decisão 5 para escolher quais ações iremos comprar.
Toda a avaliação que iremos montar agora diz respeito as ações que estão dentro da nossa carteira teórica.
Assim, é feita uma avaliação para cada ação, para que você identifique qual a melhor estratégia para cada ação.
Embora alguns padrões se repitam na minha dinâmica, devo lembrar que cada operação é uma operação.
E nem sempre todos os critérios são exatamente repetidos dessa maneira.
É nessa etapa da operação que eu uso muito minha intuição, meu feeling e, especialmente, meu controle emocional.
Mas, de certa forma, avalio 3 critérios – mais voltadas para a análise gráfica.
#1 – MOVIMENTO DO IBOV
Esse é o único critério que não é diretamente relacionado a ação em si, que você irá utilizar para definir sua ordem.
O IBOV é um índice composto pelo movimento de várias ações da bolsa de valores – se você quiser saber mais sobre ele, veja aqui.
Grande parte das ações da bolsa tem algum nível de correlação com ele.
Correlação significa que os movimentos são parecidos, ou seja, quando o IBOV sobe, a ação sobe também; quando o IBOV desce, a ação desce também.
Existem vários estudos demonstrando a correlação do IBOV e de cada uma das ações, o que não é o caso de usar.
O fato é que o IBOV responde muito a fatores econômicos e principalmente políticos do país.
Ele é um reflexo forte de movimentos macroeconomicos realizados pelo Brasil.
A análise que eu particularmente faço em relação ao IBOV é: procuro comprar quando ele está em movimento de baixa.
Quanto mais baixo está o IBOV, mais eu tenho vontade de entrar na bolsa.
Quanto mais alto ele está, menos eu tenho vontade de entrar.
No momento que escrevo esse post, o IBOV está acima de 100 mil pontos.
É a maior alta histórica desse indicador.
Isso me diz que, definitivamente, não é um bom momento de entrar na bolsa.
Dentro de todos os riscos que eu corro sendo investidora da bolsa de valores, eu tenho algumas decisões conservadoras.
Essa é uma delas: não gosto de entrar na bolsa quando o IBOV está batendo recordes históricos de pico.
A sensação que eu tenho é que qualquer hora ele vai cair – e cair muito.
Eu me sinto muito mais confortável em entrar na bolsa quando ele está em movimento de baixa – algo que já não acontece há alguns meses quando escrevo esse post.
Esse também é um dos motivos que tenho ficado bem desanimada para iniciar novas operações na bolsa.
Há especialistas que dizem que o IBOV vai subir muito, passar de 500 mil pontos.
Apostar nisso é um preço, preço esse que eu não estou disposta a pagar.
Mas essa é só a minha opinião, que eu estou compartilhando aqui com você.
Agora, vamos aos próximos critérios.
#2 – ANÁLISE GRÁFICA HISTÓRICA DO PREÇO DA AÇÃO
Agora sim, para definir sua ordem a dica é ir ação por ação.
A primeira análise que eu faço, utilizando a ferramenta do GuiaInvest, é ver o histórico de 5 a 10 anos dessa ação.
Se, no momento que eu estou montando minha ordem de compra, essa ação estiver no preço mais alto que ela já esteve dessa série histórica, eu pulo fora.
Definitivamente eu não me sinto confortável em comprar ações que estejam em seu valor mais alto de mercado.
Eu não sei explicar como eu criei esse critério, mas ele é muito forte dentro de mim.
Estando a ação em alta histórica, eu não compro, nunca.
Eu gosto mais de ações que tem comportamentos cíclicos, de altas e baixas constantes.
Gosto de identificar esses padrões e atuar neles.
Não gosto de operar ações que estejam sempre e, permanentemente, subindo.
De novo, tenho a sensação de que uma hora isso tudo vai cair e eu vou me dar mal.
Gosto de identificar curvinhas no gráfico que me mostrem que essa ação já subiu, já caiu, e já fez esse movimento diversas vezes.
É nesses movimentos que eu me sinto segura e que você pode utilizar para definir sua ordem também.
#3 – RELAÇÃO PREÇO DA AÇÃO E VALOR INTRÍNSECO NO CONTEXTO HISTÓRICO
Agora que eu já exclui das possibilidades ações que estão em alta histórica, eu vou avaliar a relação histórica com o valor intrínseco da ação.
Lembra, aquele valor que encontramos lá na decisão 5.
A pergunta que eu faço para ele é:
Esse valor intrínseco já foi atingido alguma vez no histórico passado dessa ação?
Se foi, é um ótimo indício para mim. Sinto muita confiança nisso!
Se nunca foi, tudo bem. Vou considerar essa informação na hora de montar minha ordem.
DEFININDO A ORDEM DE COMPRA
Tendo feita então essa avaliação gráfica da ação, minha ordem de compra acontecerá quando eu identificar um movimento de baixa.
Adoro comprar ações que estão em “baixa histórica”, ou seja, que nunca estiveram em valor tão baixo.
Claro que dou aquela avaliada fundamentalista para saber se a empresa está bem mas, na prática, como já fiz esse filtro quando decidi minha carteira teórica, eu continuo!
Identificando que é um bom momento de entrada para essa ação, você pode definir sua ordem que poderá ser programada ou já executada.
Via de regra, eu costumo comprar direto (a mercado).
São raras as vezes que eu agendo a ordem de compra – pois isso implica em deixar dinheiro parado na corretora, e eu não quero isso.
Eu faço a análise e já executo a ordem de compra.
Mas, antes de bater o martelo nela, já crio a minha expectativa de ordem de venda.
DEFININDO A ORDEM DE VENDA
Ou seja, antes de comprar a ação, eu já tenho um preço meta de venda.
E isso é super importante e um baita diferencial para definir sua ordem!
Eu não entro em uma operação para “ver no que vai dar”.
Eu já entro sabendo conscientemente por quanto quero sair.
Vamos criar um exemplo aqui.
Decidi comprar a ação ABCD3 a mercado, no valor de R$ 10; e decidi que minha ordem de venda será R$ 12.
Ou seja, quando a ação atingir esse valor, eu executo a ordem de venda e tenho uma rentabilidade bruta de 20%.
Normalmente, o que acontece nas ações que eu defino ordens, é que esse valor de R$ 12 está bem abaixo do valor intrínseco encontrado na decisão 5.
Via de regra o valor intrínseco é tipo, R$ 20. Assim, eu decido que não, não vou pagar para ver a ação bater o valor intrínseco.
Normalmente minhas ordens de venda são bem abaixo do valor intrínseco, obedecendo um movimento gráfico já observado no histórico daquela ação.
Definida internamente a minha ordem de venda, eu a deixo agendada no meu homebroker e fico apenas esperando sua execução.
E aí que começa de maneira intensa a parte do controle emocional.
Está ficando claro para você como definir sua ordem de maneira segura e prática?
CONTROLANDO SUAS EMOÇÕES
Parece muito fácil contar essa história.
Comprei uma ação a R$ 10, minha ordem de venda está programada para R$ 12 e eu vou aguardar ela ser executada.
Se fosse assim fácil todo mundo faria, não é mesmo?!
A prática é que, depois que você estuda o comportamento da ação, se familiariza com ela, e tem uma ordem de compra executada, ou seja, tem posse daquela a ação, sua cabeça começa a falar de maneira intensa com você.
Você quer acompanhar permanentemente o preço da ação para saber se já atingiu o valor que você programou.
Você fica olhando o preço e ele vai para R$ 10,50; depois sobre para R$ 11, e você pensa: opa, vai bater minha meta.
Mas daí num movimento brusco de mercado ele cai para R$ 10,80, para R$ 10,30 e você pensa: será que vou perder dinheiro?
E daí sua cabeça cria diálogos internos e infinitos do que você deve fazer com aquela operação.
Depois de acompanhar a ação assiduamente por 15 dias você sente que não, definitivamente ela nunca chegará na sua ordem de venda de R$ 12; quiçá no valor intrínseco de R$ 20.
E a vozinha interna vai falando cada vez mais alto e mais alto.
Essa é a parte que o controle emocional faz TODA a diferença.
Saber esperar com calma e maestria o valor da meta de venda ser atingido é, definitivamente, uma arte a ser treinada.
E não é fácil não… Muito pelo contrário.
Esse movimento que descrevi eu já fiz, dezenas de vezes.
Em várias delas não confiei na minha própria ordem e saí da operação.
Muitas vezes a R$ 10,50; outras a R$ 11,50.
Preferi executar algum ganho, mesmo que não fosse o planejado, do que correr o risco de perder.
Preferi ter um resultado medíocre do que esperar o resultado que eu mesma havia combinado comigo.
E sabe o que aconteceu com o movimento da ação em 80% das vezes que eu não aguentei o preço atingir a meta?
Ele não só atingiu como passou, e passou de longe o valor da minha meta de venda.
Quantas e quantas operações eu ganhei dinheiro e, 3 meses depois, descobri que poderia ter ganhado muito mais – se conseguisse esperar?
Se eu tivesse controle emocional para obedecer as minhas próprias estratégias.
Eu falo isso porque eu tenho certeza absoluta que esse diálogo interno vai acontecer com você.
E não falo como alguém que já venceu isso – é uma batalha constante.
Falo como alguém que já evoluiu muito e, depois de 3 anos operando, entendeu que a melhor coisa é realmente aplicar a parte do “vai dormir” nos rituais.
Esquecer a bolsa, esquecer o movimento e deixar o mercado trabalhar.
Eu entendi ao longo do tempo que, quanto mais conectada eu fico com o movimento da ação, mais minhas decisões de ordem de venda acontecem por impulso e prejudicam meu resultado.
Quanto mais controlada eu consigo ser neste aspecto, melhor meu resultado.
Por isso, te garanto que um grande aliado meu são as anotações.
Com mais de 200 ordens em execução é quase impossível eu saber qual a meta de venda eu tracei para cada ordem.
Então deixo tudo anotadinho na minha planilha de “Acompanhamento de Ações”.
E ali vou conversando comigo mesma, até decidir a ordem que eu vou de fato executar.
É assim que eu defino minhas ordens, é assim que eu opero e que eu recomendo que você utilize para definir sua ordem também!
DECISÕES FINAIS
Eu sei que essa decisão ficou um pouco abstrata, e na prática ela é mesmo.
Quero te lembrar que, em nenhum momento ao longo da jornada do projeto 10 decisões eu te disse para ficar olhando fóruns, ver opinião de outras pessoas.
Isso, na minha visão, só atrapalha na estratégia e no controle emocional.
Se eu estudei tudo que estudei para chegar até aqui, eu realmente confio na minha ordem.
Duas são as mensagens principais que eu quero que você leve da última decisão:
- Decida o valor que você vai vender a ação antes de comprá-la;
- Decida qual ferramenta você vai utilizar para combinar com você suas ordens.
Ou, em outras palavras, onde irá ficar suas anotações internas.
Tenha certeza que sua cabeça vai colocar milhares de pensamentos sobre suas ordens, e você precisa saber se defender deles.
Caso contrário, toda a análise feita até aqui não irá produzir os resultados esperados.
No mais, tenho certeza que agora, depois de 10 decisões super importantes, você está apto a definir sua ordem e montar a sua primeira operação na bolsa de valores.
Medo todos temos. Comece pequeno, crie sua própria confiança.
O medo vem do desconhecido, assim que você começar você irá conhecer e o medo vai passar.
Boas operações!
Confira as 10 decisões antes de operar na bolsa de valores:
#1 – Quanto tempo você vai investir?
#2 – Qual método vai usar?
#3 – Qual dinheiro vai transferir?
#4 – Por onde você vai aplicar?
#5 – Quais ações irá comprar?
#6 – Como vai controlar suas operações?
#7 – Como vai analisar seus resultados?
#8 – Quais seus rituais semanais e mensais?
#9 – Como vai declarar no imposto de renda?
#10 – Como você vai definir sua ordem?
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