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DUAS DOULAS, DUAS PARTEIRAS E UMA FOTOGRÁFA: ESSA É MINHA EQUIPE DO PARTO DOMICILIAR
Uma das partes bem desafiadoras das decisões do Parto Domiciliar é escolher quem você quer que esteja ao seu lado neste momento.
Uma parte de mim queria lotar minha casa de pessoas queridas e profissionais.
Outra parte de mim (em especial do meu marido também) queria privacidade e poucas pessoas em casa para este momento.
Então a escolha da equipe aconteceu aos poucos e com muita conversa aqui em casa.
Você também pode ler outros posts relacionados ao meu parto domiciliar:
- Porque eu escolhi ter um parto domiciliar
- Montando a equipe do Parto Domiciliar
- Minha família no Parto Domiciliar
- Preparação corporal para o Parto
- O “P” de PLANEJADO do Parto Domiciliar
- O longo e último mês da gestação
- Plano de Parto Domiciliar
- Chá de Benção
- Relato do Parto do Rafael
A EQUIPE DE PROFISSIONAIS
Para um bom parto domiciliar, eu sabia que precisava de, no mínimo, duas equipes: as parteiras e a doula.
Vou te contar aqui como cheguei em cada uma delas.
A(S) DOULA(S)
Essa foi uma das partes mais fáceis da minha escolha para o parto do Rafael.
Normalmente as pessoas tem apenas uma doula, mas eu não consegui me escolher por apenas uma.
Pra você que me conhece sabe que eu curto muito essa história de misturar vida pessoal e profissional.
Durante este 2020 senti um chamado grande de entrar no mundo da maternidade, algo que eu estava fazendo desde o fim do ano passado, antes mesmo de engravidar.
No início do ano, antes de saber da notícia desta gestação, iniciei ainda a Aldeia um trabalho com duas doulas: Alyssa Grigório e Laura Zanini.
Estávamos montando um curso presencial de gestante, e queríamos que ele evoluísse para um curso digital um dia.
Daí veio a notícia da gravidez… A pandemia… E os planos foram se reajustando.
Conversando e corrigindo nossa rota chegamos no projeto Daraluz, que é composto atualmente pelo nosso Portal Daraluz e pela Semana Daraluz.
O fato é que, a partir de maio (quando eu já estava de 5 meses de gestação), nós 3 criamos uma dinâmica deliciosa de trabalho que permaneceu até o final da minha gestação.
Portanto eu já sabia que escolheria uma das duas para ser minha doula, afinal de contas o entrosamento e o dia-a-dia estavam sendo tão intensos e maravilhosos que eu não conseguia pensar em outras pessoas.
Porém quando chegou o momento de ter que escolher uma das duas, me vi num beco sem saída.
A Alyssa é uma pessoa com quem eu me identifico muito pela praticidade, por ser direta em suas palavras. Um tipo de pessoa perfeita para me orientar nesse momento que eu precisarei disso.
A Laura é toda doce, profunda, e conhece o corpo de uma maneira tão linda que sabe me instruir de formas tão específicas mesmo à distância.
Além do vínculo do projeto Daraluz, nestes últimos meses eu e a Laura também trocamos aulas de Yoga para Parto (que ela me deu) por um processo de coaching (que eu dei para ela).
Então por muitas semanas passamos vários dias conectadas o dia todo trabalhando em todas as esferas da nossa vida.
Eu definitivamente não conseguia decidir entre escolher uma ou outra.
Então joguei a decisão para elas e, para minha felicidade, aconteceu o que eu imaginava: escolhemos as duas!
Então aqui estou eu, cercada de duas doulas.
Mulheres maravilhosas e empoderadas, com muito conhecimento em várias áreas da maternidade, com experiências deliciosas, prontas para me ajudar no meu parto.
É claro que você não precisa de duas doulas no seu parto, uma é suficiente!
Porém eu abri uma exceção aqui pela proximidade que temos nós 3 em função do projeto que desenvolvemos, e está dando super certo!
EQUIPE DE PARTO
Depois de escolher as doulas veio todo o trabalho de convencimento interno para que meu parto pudesse ser domiciliar, como já contei nesse post.
Então, após tomada a decisão, chegou a hora de escolher a equipe de parto domiciliar, ou seja, as parteiras.
Confesso que fiz isso um pouquinho tarde – o ideal é começar o acompanhamento com as parteiras com 30 semanas.
Eu comecei a contatá-las com 30 semanas.
Como sempre busco fazer, fui atrás de 3 equipes para ver o que elas tinham a me dizer.
Ambas contatei pelo instagram e/ou site.
Não vou citar nomes aqui para não ficar chato, ok? Mas vou contar minha experiência como foi.
Uma equipe que contatei, bem famosa aqui em Floripa, fiz o contato pelo “Fale Conosco” do site.
Meu email foi respondido pedindo meu contato e, ao passar meu contato, o retorno nunca chegou.
Fiquei decepcionada, confesso, porém essa parte do atendimento é um critério importante para mim.
A ausência de resposta e de encontrar outros meios de comunicação “oficiais” (eu sei que conseguiria contato direto delas) me fez desistir de seguir adiante com essa opção.
A segunda equipe que contatei não era bem uma equipe, mas sim uma parteira recomendada por uma de minhas doulas.
As referências eram ótimas e eu fui com uma expectativa bastante alta conversar com ela por Whats App.
As respostas que recebi, entretanto, não me mostraram a mesma segurança da indicação.
Achei as respostas pouco explicativas e profissionais, e a parteira em si demonstrando um pouco de insegurança no processo de venda.
Não tenho dúvida nenhuma da competência do trabalho dela e da entrega, até porque a acompanho no Instagram.
Porém ela foi insegura ao me fazer a venda, não chegamos nem a conversar pessoalmente (pessoalmente = online, pandemia!).
Para mim, que ainda estava preocupada em deixar meu marido tranquilo com toda essa situação, não quis trazer para dentro da equipe alguém que me demonstrou insegurança de como isso aconteceria.
E, por mais que esta opção fosse 20% mais barata do que a que eu escolhi, optei por não dar continuidade nesse contato.
Segurança aqui é uma palavra chave na decisão!
Por fim, chegamos a 3a equipe contatada que acabou sendo a escolhida: Equipe Hanami.
Também super tradicional em Floripa e região, essa equipe me surpreendeu desde o primeiro contato.
Tudo começou com um Direct no Instagram, que rapidamente se transformou em uma conversa no Whats App e um convite para uma conversa online, e para participar da roda de relato de parto delas.
Eu, sempre bem direta, quis pular a parte da conversa e ir direto para os valores, pois precisava saber se estava dentro do meu orçamento e se valia a conversa.
Elas me mandaram um material lindo, super bem produzido e explicativo, já com todos os valores.
Fiquei mega contente e segura e, por uma felicidade do destino, consegui participar de um relato de parto delas.
Agora não só a segurança que elas transmitiam estavam me deixando feliz, mas também a leveza com que conduziam todo o processo.
Eu sinceramente nunca vi tanto profissionalismo e sensibilidade juntos nesta área da saúde relacionada ao parto.
Já sai deste relato de parto (chorando, claro!), decidida que esta seria a minha equipe.
Era agora uma questão de agenda para iniciarmos as atividades.
Com 32 semanas conseguimos conversar online, tirar as dúvidas faltantes e fechar o “projeto parto domiciliar”.
Minhas parteiras foram escolhidas e criamos o grupo de Whats App.
A condução de todo o processo vou contar no próximo post, mas já adianto que também foi tudo brilhante!
FOTÓGRAFA
A última parte dos profissionais da minha equipe de parto é composta pela fotógrafa, que confesso que também foi bem difícil de decidir.
Meu contexto inicial era bem claro: não teria ninguém de foto e filmagem pois não era minha prioridade neste momento esse investimento.
É claro que querer eu queria, porém sei que o investimento para esse serviço é alto e não estamos lá na nossa melhor condição financeira.
Até o parto em si é pesado para nós nesse momento, mas vale o esforço porque vai saber se terei outra oportunidade dessa…
O fato é que a decisão era bem clara: não teria ninguém filmando/fotografando.
Até que…
Uma das minhas doulas me enviou uma mensagem de uma promoção que uma fotografa de Floripa estava fazendo.
Ela estava a procura de gestantes que teriam parto domiciliar, e estava dando, de forma totalmente gratuita, a filmagem desse parto.
Quanto o santo é forte e o desejo é intenso o universo colabora, não é mesmo?
Eu não pude perder essa oportunidade, e entrei em contato com a fotógrafa (Sabrina Pierre).
Confesso que foi um relacionamento meio estranho e, de certa forma, um pouco distante.
Como não houve o “processo de venda” tradicional, tivemos pouco tempo de nos conhecermos.
O prêmio virou um contrato e me parece que terei um filme do meu parto domiciliar!
Tivemos de fato pouca chance de interagir antes do parto, o que “minimizamos” com algumas trocas de áudio pelo Whats App.
Eu não sei como tudo isso vai rolar na prática, mas estou feliz que o Universo me deu essa chance!
FAZENDO CONTAS…
Agora vamos as contas da equipe…
Eu e meu marido já somamos 2.
Mais 2 doulas, 2 parteiras e 1 fotógrafa – estaremos em, no mínimo, 7 pessoas dentro de casa no dia do parto.
Minha casa não é tão grande assim e, esse número já começou a nos assustar para um evento tão particular como o parto.
Menos que isso, em termos de equipe, entendemos que não seria possível.
Por isso tivemos que rebolar na escolha da parte da família que estaria aqui conosco.
Então vou deixar essa parte da conversa para um próximo post, te mostrando como eu escolhi os familiares que estariam conosco por aqui…