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DE TODAS AS DECISÕES SOBRE A BOA HORA, ESSA FOI UMA DAS MELHORES – TER UMA DOULA!
Tudo começou com um pavor imenso do parto…
Depois que eu aceitei que teria que passar por ele, comecei a estudar sobre o assunto.
E decidi ter um parto humanizado no hospital, como contei nesse post.
Quando cheguei nessa decisão, já tinha claro o desejo de ser acompanhada por uma doula.
Já havia interagido com outras pessoas que tiveram esse acompanhamento e, até mesmo antes da decisão do parto em si, o desejo de ter a doula já era grande!
COMO EU ESCOLHI MINHA DOULA
Eu não sei explicar em termos técnicos, mas acredito que ser doula ainda não é uma profissão muito reconhecida no nosso país – seja em termos de legislação, de direitos trabalhistas, até mesmo a dificuldade de atuação em hospitais.
Embora agora tenham leis que permitem a entrada da doula no hospital e outros benefícios (bastante óbvios) que antes não eram tão fáceis.
É uma conquista super importante dessa profissão, que super tem meu apoio e meu respeito!
Mas o fato é que, devido a todo esse contexto, ser doula ainda não me parece ser tratado como profissão.
A maior parte das doulas com quem tive contato não tem essa como sua atuação principal. Acabam “encaixando” essa atividade no meio a outras do dia-a-dia.
E, como consequência disso, existe pouco profissionalismo entre essas profissionais. Não entenda mal minha colocação como “profissionalismo”.
Não me refiro a falta de respeito nem nada disso. Me refiro a tratar o trabalho como um ganha pão.
Ter procedimentos para tratamento das clientes, cumprir horários, documentos bem escritos, divulgação em mídias sociais… Enfim, ser empreendedor.
É, cheguei no ponto que eu muito valorizo: a maneira como a própria profissional se comporta e oferece seu serviço.
E, na minha jornada, embora eu tenha encontrado uma baita profissional para me acompanhar, vi que nem todo o restante da minha procura foi assim…
Então a minha escolha foi a seguinte: queria conversar com 3 doulas e escolher aquela que eu sentisse mais segurança e empatia.
A questão da segurança para mim era fundamental – eu estava muito insegura no processo do parto em si, por isso precisava de alguém que suprisse essa minha dor.
A empatia é natural… Em uma interação tão íntima quanto o trabalho de parto, é preciso ter alguém que você simpatize!
A primeira coisa que eu fiz foi jogar no amigo Google: doula em Florianópolis e, para minha surpresa, o único resultado satisfatório foi a que acabou sendo a doula que eu escolhi!
As outras duas doulas com quem conversei foram indicações de um seminário de parto humanizado que eu participei.
Sem citar nomes… A primeira que eu conversei eu não conversei… Por isso falo do profissionalismo…
Agendei um horário com ela e ela simplesmente não apareceu… Não respondeu minhas mensagens o dia todo.
No dia seguinte mandou uma mensagem se desculpando achando que o agendamento da conversa era no dia seguinte.
Daí paciência né… Se a pessoa não se ajeita nem com sua própria agenda é difícil criar a empatia necessária.
Até porque chegar no dia seguinte do parto também não ia rolar né…
A segunda pessoa com quem conversei eu gostei muito. Muito mesmo!
Senti um carinho muito grande por ela, uma vontade louca de fazer parte da história dela!
Só havia um porém – a questão da segurança. Ela estava insegura.
Embora já tenha tido experiência (inclusive fora do país), ela não tem uma atuação exclusiva na área – tinha outras ocupações além de ser doula.
E, desde que voltou para Floripa, ainda não tinha voltado a atender como doula.
Eu realmente fiquei com muita vontade de ser uma cliente dela – com certeza eu faria diferença na carreira dela.
Mas senti uma certa insegurança, especialmente por ser minha primeira filha…
Quem sabe nossos caminhos ainda não se cruzam em outro momento. Eu gostei muito de ter conhecido!
A doula que eu escolhi (a terceira com quem conversei), acabou sendo aquela que eu encontrei nas pesquisas e também, por coincidência, foi a indicação de uma amiga.
Ela foi super profissional desde o primeiro contato. Meu receio na primeira conversa era de que não ia rolar empatia.
Mas pelo contrário… Sobrou simpatia na Cris Doula!
QUAL É O PAPEL DA DOULA
Como eu tenho dito, não é uma atividade muito regular, então acaba que cada profissional cria sua própria maneira de fazer acontecer.
Com a Cris, o processo funcionou da seguinte forma: tivemos uma conversa para nos conhecer e, depois de contratar seu serviço, mais duas conversas pessoalmente (eu e meu marido juntos).
Ela ficou disponível para o trabalho de parto e também nos acompanhou nas primeiras horas da maternidade.
Disponibilizou muito material por email e whats app, e teve também um grupo de whats.
Mas vamos por partes…
A primeira conversa em si já foi surpreendentemente profissional!
Ela nos atendeu na casa dela, explicou como funcionava seu serviço, tirou nossas dúvidas.
Foi um acolhimento fantástico! É o tipo de profissional que eu chamo de completa!
Nova, com uma baita experiência, uma segurança de si, um amor infinito pelo que faz… Conhece suas limitações, tem metas para cumprir respeitando o ritmo do seu próprio corpo.
Sabe colocar bem suas preocupações e até onde ela pode ir. Sabe se posicionar. Sabe se expressar.
É pessoa que vai te acompanhar não só em uma das horas mais importantes da sua vida, mas também entrar em um nível de intimidade que poucos terão com você ao longo da sua vida.
A primeira conversa não deixou dúvida: segurança, empatia e, o melhor de tudo, experiência.
Ela já acumulava mais de 400 partos somente no hospital que já tínhamos escolhido para o nosso parto.
Era um diferencial que não tinha como não colocar na balança.
Foi aquela sensação de ter encontrado a pessoa certa!
E, pra ser bem sincera, eu acho muito barato o valor que ela cobra por tudo que oferece!
Paguei R$ 1.500 por todo o serviço que estou aqui descrevendo.
E acho que vale muito mais… Estaria tranquilamente disposta a pagar o dobro, ainda mais pela qualidade da profissional que encontrei.
A segunda conversa foi mais para nos conhecer melhor!
E é impressionante como, em todas as conversas de acompanhamento da gravidez (seja com a doula, seja no pré-Natal), é tudo um tira dúvidas.
O profissional não vai te dizer o que você tem que fazer ou te dar orientações específicas. Você tem que perguntar. Tem que começar a conversa. Se você não tem dúvida, não tem conversa.
Por isso que eu falo que meu melhor amigo foi o Google… Primeiro eu conversava com ele… Depois com os profissionais…
Mas enfim, na segunda conversa com a doula, agora já com o serviço contratado, nós nos conhecemos melhor.
Algo que fez muita diferença para mim foi a maneira como ela nos oriento sobre o puerpério: “A mãe vai cuidar do bebê. O papel do pai é cuidar da mãe”
De maneira consciente ou inconsciente isso entrou muito na nossa cabeça e fez toda a diferença no nosso puerpério.
Meu marido cuidou muito de mim durante todo o processo de recuperação e eu tive a energia que precisava para cuidar da bebê.
Foram pequenas palavras, devidamente enfatizadas, que fizeram toda a diferença no processo!
E, na terceira conversa, falamos mais sobre as expectativas do parto… Fizemos não apenas nosso plano de parto – o oficial, que foi para o hospital, mas tentamos idealizar como seria a boa hora.
Foi nessa conversa que ela me deu várias orientações para prevenir o pós-parto, aquelas que eu não segui muito bem – como contei nesse post.
Ela fez o papel dela – eu que não tive uma conduta muito exemplar!
Foram poucas mas ricas interações, que nos deixaram confortáveis e preparados para tudo que vinha a seguir.
Isso sem contar todo o material complementar que ela nos enviou durante o processo…
Foi assim que nossa interação se iniciou…
E o final dessa interação, a “boa hora”, você pode ler nesse post!
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