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ESSA FOI UMA DAS ESCOLHAS DIFÍCEIS: ENTENDER QUEM EU CONVIDARIA DA FAMÍLIA PARA ESTAR AO MEU LADO NESSE MOMENTO TÃO ESPECIAL
Essa foi definitivamente uma das escolhas bem difíceis durante todo o processo, alvo de muita conversa na família.
Nesse post vou contar como foi a decisão de quem estará ou não no meu parto, por parte da minha família.
Você pode ver os outros posts que escrevi sobre meu Parto Domiciliar.
- Porque eu escolhi ter um parto domiciliar
- Montando a equipe do Parto Domiciliar
- Minha família no Parto Domiciliar
- Preparação corporal para o Parto
- O “P” de PLANEJADO do Parto Domiciliar
- O longo e último mês da gestação
- Plano de Parto Domiciliar
- Chá de Benção
- Relato do Parto do Rafael
FAZENDO CONTAS…
Bem, terminei o post anterior fazendo as contas.
Só dos profissionais que teremos em casa no dia do parto (2 doulas, 2 parteiras, 1 fotógrafa, mais eu e meu marido), já somamos 7 pessoas.
Isso por si só já nos ascendeu um sinal de alerta, porque o parto não é lá uma festa (embora o meu vai ser!), mas diria que é uma festa bemmm particular!
Ainda mais em tempos de pandemia, muita gente dentro do apartamento podemos até sofrer denúncia hehehe
Brincadeiras a parte, tenho noção que é um momento vulnerável.
Estarei nua, possivelmente sentido algumas dores, em um momento bastante íntimo meu.
Parir é um ato sexual e eu não sou do tipo de curto um sexo com plateia né…
Então o número de pessoas começou a ser um fator chave nas decisões seguintes, já que, tirar membros da equipe do parto era impossível.
Então vou te contar aqui porque escolhemos (ou não) o restante da família que estará presente.
A PAÇOCA
Bem, a primeira que foi descartada e convocada de novo foi a Paçoca.
Pra quem conhece a ferinha aqui (uma salsichina de 6 anos), sabe que ela é territorialista em casa.
Quando iniciamos a conversa aqui em casa eu queria que ela estivesse no parto, mas o Joy (meu marido) não.
Achou que ela pudesse causar muito transtorno com pessoas novas chegando em casa, e também com o próprio processo do parto em si.
No parto da Naty, ela sentiu bastante. Nas últimas semanas ela teve infecção de pele, ficou toda chateada quando saímos para a maternidade.
Parece que sabia de tudo que estava acontecendo e, dessa vez, certamente não será muito diferente.
O fato é que, dentro do parto domiciliar, as equipes estão acostumadas a lidar com a situação dos pets.
E nos tranquilizaram quanto a isso.
Será uma surpresa saber como ela vai reagir, mas estamos confiando nela!
E ela estará presente no parto!
Talvez quietinha assistindo tudo, talvez lata um pouquinho.
Espero que não morda a canela de ninguém na chegada…
E também espero que ela dê um espacinho pro Rafael quando ele sair da barriga – porque querer cheirar tenho certeza que ela vai querer!
A NATY
Pra você que leu o post da minha escolha pelo parto domiciliar sabe que a Naty era uma das minhas grandes preocupações.
Então não fazia muito sentido para mim ela ficar de fora dessa experiência.
Eu quero muito que ela esteja aqui no dia do parto!
Mas a decisão não foi tão trivial assim…
Primeiro consultamos a equipe para saber sobre a experiência delas com o irmão mais velho.
Foi unanime que o irmão reage super bem a tudo.
Que a criança não tem noção de sangue, de sofrimento.
Que a experiência de assistir o parto do irmão é única e pode ajudar muito na formação dela como mulher e como futura mãe.
Depois de conversar bastante com a equipe me sinto segura de não estar causando um trauma para minha filha.
Ainda assim outras preocupações existem.
Uma delas é o quanto ela vai conseguir interpretar tudo o que está acontecendo e me deixar exercer meu trabalho de parto – isto é, não ficar agarrada em mim no meu colo, nem chorando desesperadamente.
E, embora eu tenha conversado bastante com ela, só vamos saber mesmo na hora que tudo acontecer.
Outra possibilidade que existe ainda é ela não estar em casa no momento que o trabalho de parto se iniciar.
Seja por ela estar na Aldeia, que frequenta todos os dias pela manhã, seja por estar dormindo na minha mãe – algo que ela vai pelo menos 2x por semana.
Então decidimos que sim, queremos que ela esteja aqui, mas não vamos forçar.
Explicamos, contamos, indicamos como tudo acontecerá – e ela vai escolher!
Se chegar na hora e o comportamento dela estiver atrapalhando o meu processo de entrega, a vovó irá levar ela embora.
Ou seja, é um desejo, mas não uma imposição.
E vamos ver o que vai dar…
MINHA MÃE – A VOVÓ
Naturalmente a vovó está totalmente conectada com a Naty nesse momento.
Já conversamos que ela será o elo de segurança e ligação da Naty com o parto do irmão.
Se for necessário que a Naty não esteja em casa no momento, é com a vovó que ela estará.
Se a Naty estiver em casa, talvez a vovó seja um ponto de apoio importante para ela.
E também existe a possibilidade de a vovó nem vir para o parto, se as coisas estiverem correndo bem por aqui.
Enfim, isso também será uma surpresa, e só vamos descobrir na hora!
O fato é que o coração está bemmm tranquilo que a Naty tem com quem contar nesse momento tão importante, especialmente caso não seja possível que ela fique aqui conosco.
E QUEM FICOU DE FORA?!
Bem, várias pessoas foram cogitadas a serem convidadas para este momento, e realmente a maior limitação foi o tamanho da casa e o número de pessoas que estarão aqui.
Se tudo der certo e minha mãe e a Naty estiverem aqui, seremos em 8 adultos e 1 criança – aliás, 2, pois no final do trabalho de parto Rafael estará aqui conosco também!
É bastante gente para o tamanho da nossa casa, por isso optamos por não chamar mais ninguém…
Mas confesso que tivemos (eu tive) vontade sim… Em especial por o que esse momento pode significar para essas pessoas.
Eu ainda tenho essa mania de pensar bastante nos outros e nem tanto em mim né… Mas faz parte, sou assim e aceito!
Tive muita vontade de chamar minha irmã para participar desse momento, pois ela é uma tia fantástica para a Naty e tenho certeza que será para o Rafael.
E deve ser muito legal ver o sobrinho nascer.
Além do que ela poderia fazer umas fotos bem legais para nós!
Tive vontade de chamar a madrinha do Rafael (Mayra) que, além de uma grande amiga é médica.
E acho que seria legal ela ter essa experiência de um parto humanizado e domiciliar – até porque ela não seria chamada como médica aqui né?!
Tive vontade de chamar a madrinha da Naty (a Fabi), porque acho que é uma energia deliciosa para a “festa” que estou montando.
Além do que penso que seria legal para ela ter a experiência de viver um parto, pois sei o quanto ela tem o desejo de ser mãe.
Tive vontade de chamar meus avós (Flora e Cido), para viverem a experiência de ver o bisneto nascer.
Tive vontade de ter minha sogra aqui também, para ver o neto chegar ao mundo.
Vontade vontade eu tive de alugar uma casa que coubesse todas essas pessoas e fazer desse dia uma grande festa e celebração da chegada do meu filho.
Porém ao longo do amadurecimento da ideia do parto domiciliar, fui entendendo algumas coisas…
Entendi que muitas das pessoas que tive vontade de chamar eu estaria chamando mais pela experiência que elas teriam de estar participando do momento do que por uma necessidade minha de tê-las ao meu lado.
Entendi também que é necessário um preparo psicológico para quem estará dentro da experiência. Energias ruins (claro que ninguém vai desejar o mal neste momento), mas insegurança, medo, tentativa de me fazer deixar de sentir dor, etc… Podem não ser benéficas para mim.
Entendi que determinadas palavras podem ser mal interpretadas durante este momento e até atrapalhar o andamento do trabalho do parto.
Entendi que este é um momento de celebração sim, mas uma celebração íntima, realizada principalmente pela minha família, que hoje sou eu, meu marido, minha filha e minha cahorrinha – e depois que o parto acontecer, o Rafael na versão fora da barriga.
E depois que fui entendendo tudo isso, respeitando a opinião do meu marido (que sempre prezou por ter o mínimo de pessoas possíveis), escolhi deixar de fora essas pessoas que passaram pela minha cabeça estar aqui.
De coração eu espero que elas não fiquem chateadas ou aborrecidas pelo “não convite”.
Mas tem momentos que precisamos tomar algumas decisões que nos agradem, mesmo que desagradem à outros.
E este é um dos momentos, faz parte da vida!
Então depois de muita reflexão, muita conversa, muito planejamento, chegamos à segunda etapa do trabalho do parto domiciliar concluída: a escolha da equipe (de profissionais e familiar).
No próximo post vou te contar como foi a preparação deste parto!
Link permanente
Oi.. com toda essa minha correria … so li seu post hj…. Nesse caso o Rafael já nasceu…. ja sei toda a narrativa de como foi… acompanhei ansiosamente pelo link que compartilhou com a gente (por sinal pra mim foi uma ideia fantástica). Então eu … madrinha da Naty…. me senti muito HONRADA em mais uma vez fazer parte da vida de vcs… e amei participar… mesmo que a distancia … de cada momento…. foi uma grande emoção… e obrigada , obrigada, obrigada, por vc me considerar tanto….
AMO MUITO VOCE…. MINHA PEQUENA – NATY E TODA ESSA FAMILIA …