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FÉRIAS!! DESCANSAR, VIAJAR OU… TRABALHAR?!?
Escrevo esse post diretamente das minhas “férias” de abril de 2018, que estou passando na chácara dos meus avós, em Nova Odessa (SP).
Olhando para o balançar das árvores e ouvindo os passarinhos cantar, me pergunto o que é para mim as férias…
Porque, ao longo da minha, vida, meu conceito de férias mudou um bocado!
E é justamente isso que eu vim contar aqui para você nesse post!
FÉRIAS TRADICIONAL
Até os meus 27 anos, eu acredito ter passado por momentos tradicionais de férias como manda o protocolo.
Enquanto estudava, minhas férias aconteciam quando eu não ia para a escola.
Isso significava, para mim, ficar acordada até de madrugada, levantar apenas para almoçar, colocar os médicos em dia… E o que eu mais gostava de fazer nas férias era ficar no meu cantinho da cama.
Lá tinham todos os meus diários, materiais escolares, cartinhas pro meu namorado (atual marido), fotos… Nossa, como eu mexia naqueles papéis…
Eram dias e mais dias para colocá-los em ordem, rever todos eles… Mas era realmente a minha paixão e o que eu entendia por férias!
Em 2007 comecei meu primeiro estágio e, de lá até 2016, férias passou a ter outro significado.
Agora não eram só os compromissos escolares / acadêmicos: tinham também os compromissos profissionais.
Perdi as contas de quantas férias acadêmicas eu usei para dar um gás nos compromissos profissionais!
Ou de quantos feriados e finais de semana eu usei parte para colocar os estudos em dia!
Quando me diziam que o gás que a gente tem na faculdade é grande, para lidar com estudos e trabalho ao mesmo tempo, eu não entendia direito.
Ainda olho para trás e não consigo entender como eu consegui fazer tanta coisa ao mesmo tempo!
O fato é que de 2011 para frente as férias mudaram novamente de significado para mim, já que a partir de então eu “apenas” trabalhava.
Férias, feriado, final de semana… Em dimensões diferentes de duração, esse período se tornou o momento onde eu não estava trabalhando.
E o que é não estar trabalhando? No meu caso, fisicamente é não estar na frente de um computador.
Mas mentalmente?! Ah… Enquanto eu estava no ESALQ-LOG eu acho que não tive nenhuma férias mental porque, mesmo à distância, minha cabeça não desligava e não parava de pensar nos projetos.
Nos finais de semana e feriado ainda era mais fácil desligar. Agora, quando eu pegava férias de fato mas todo o restante do mundo continuava trabalhando, daí era bem difícil parar também!
De 2015 adiante, quando eu resolvi entrar para a era da internet no celular, daí que desconectar ficou realmente difícil…
Não importava a hora que os emails chegavam, lá estava eu de olho e sofrendo pelo próximo passo.
Mas o resumo da ópera aqui é que eu tive muitos anos da minha vida com férias tradicionais, possivelmente parecido com as que você tem e vive.
Mais do que férias tradicionais, eu odiava o domingo a noite – porque ele significava que meu final de semana estava acabando… e lá começaria a semana.
Quantas e quantas semanas eu contei as horas para chegar a sexta feira final de tarde…
Quantos e quantos feriados eu aguardei ansiosamente…
Para ter um momento de descanso, mesmo que fosse apenas ficando em casa – até porque eu não viajei em todas as minhas férias.
Mas essa visão tradicional das férias mudaram conforme minha vida mudou…
FÉRIAS NA VERSÃO EMPREENDEDORA
Você já sabe que em 2016 eu decidi que não seria mais funcionária de empresa nenhuma: eu terios meus próprios negócios!
E, mais do que isso, eu trabalharia em casa.
Daí eu te pergunto: será que tem como ter férias nessa situação?!
Olha, no meu caso em particular, a resposta é bastante complexa…
Simplesmente porque o significado trabalho x hobby mudou muito – o que afetou diretamente minha interpretação sobre férias.
Desde que entrei no mundo de cursos on line, eu não tive mais hora para estudar.
E estudar era um hobby… Ou fazia parte do meu trabalho?
Escrever no blog: hobby ou trabalho?
Cuidar do meu próprio dinheiro, gerenciando meus investimentos: hobby ou trabalho?
Nada isso eu fazia para meu empregador – quando eu decidi empreender na vida, tudo eu passei a fazer por mim.
Não tive mais horário de trabalho… Tanto faz fazer isso às 8h da manhã ou às 8h da noite.
Na minha atual vida empreendedora, é realmente muito difícil para mim separar atividades que eu faço que chamo de trabalho do que o que eu faço por hobby.
Por isso é bastante difícil eu separar atividades de semana, final de semana, feriado e férias…
Porque as atividades são muito similares!
Na prática, minha ausência de noção de férias após virar empreendedora acaba sendo ditada pelo tradicionalismo nas férias do meu marido.
Isto é, eu fico de férias quando ele também fica. E isso significa que eu vou passar menos tempo cuidando das minhas atividades pessoais e mais tempo com ele: curtindo a família, fazendo um passeio diferente, cozinhando em casa.
Mas de forma alguma significa que eu vou deixar de fazer minhas atividades de sempre, até porque se sobrar um tempinho, lá corro eu para elas!
E tem mais! Nessa minha vida empreendedora, eu me dou o luxo de tirar mais férias ao longo da semana!
Dias ruins: são férias! Nada de trabalhar, o negócio é ficar relaxando, fazer uma caminhada, pensar na vida… Tirar todo o stress, refrescar a cabeça para tomar melhores decisões.
Pela minha flexibilidade de agenda, eu consigo ficar mais tranquila quando recebo visitas em casa e curtir esse período sem estar com minhas atividades de rotina – é o que eu chamo de tirar férias morando na minha própria casa!
Sabe a história do copo metade cheio ou metade vazio? Então, talvez eu nunca mais tenha férias… Ou talvez eu esteja eternamente de férias – interprete da forma que você julgar mais adequado!
FÉRIAS DA MATERNIDADE
Essa é a nova modalidade de férias que tenho conhecido recentemente.
Eu amo minha filha e estar com ela! Mas não posso negar que é puxado cuidar de uma criança o dia inteiro!
Especialmente para mim que gosto tanto de fazer outras coisas – além de “apenas” cuidar de um bebê!
Minha neura nos primeiros meses de vida da Naty tem sido equilibrar o papel de mãe com as atividades profissionais…
Porque eu juro que não ligo de brincar, trocar fralda, dar banho, etc… Desde que eu consiga, TAMBÉM, fazer as minhas atividades profissionais.
O “X” da questão é que o tempo é limitado, e conciliar tudo isso não tem sido uma tarefa assim tão simples – embora eu esteja me adaptando com o processo e até que me saindo bem!
Mas o fato é que nesses últimos meses tenho conhecido uma nova modalidade de férias: as férias do bebê!
Que acontecem nos dias em que eu tenho uma rede de apoio que consegue me ajudar!
Meu marido e minha mãe figuram como protagonista essa rede de apoio, que também conta com diversos outros familiares e amigos.
São pessoas que eu tenho total confiança e que eu sei que vão cuidar da minha filha tão bem quanto eu!
Assim eu fico despreocupada – que é a parte mais difícil de se fazer sozinha, mesmo que ela esteja dormindo…
São os momentos que eu consigo produzir! Escrever! Executar!!
E, refletindo sobre isso, me vem um ciclo engraçado na cabeça…
Hoje minhas principais férias acontecem quando eu tenho férias do bebê – ou seja, quando eu tenho uma rede de apoio ao meu redor.
E o que eu faço nas minhas férias do bebê?! Vou trabalhar… Vou executar aquelas atividades que eu não consigo identificar direito se são hobby ou trabalho!
Eu tiro férias para trabalhar!! Louco isso né?!
Mas essa é minha mais nova versão e interpretação das férias na minha vida!
E, por falar de férias, tá na hora de ela acabar – porque o bebê acordou e está chorando aqui do meu lado…
Partiu ser mãe mais um pouquinho!
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Muito complexo isso. E digo que só quem tem a oportunidade de viver essa confusão é que a entende por completo. Ressignificar as férias e traze-la para seu cotidiano e não para um período específico do ano é que é viver literalmente sua aposentadoria antecipada!
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Se é amiga!! Mas acho que o mais importante de tudo isso é estar em paz com você, mesmo que você não siga o fluxo! Metade cheio ou metade vazio, é o seu ponto de vista que vale!