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TER FOLGA DA MATERNIDADE É UMA SENSAÇÃO ENGRAÇADA. VOCÊ LUTA POR ELA E DEPOIS FICA PERDIDA COM ELA…
Desde que descobri minha segunda gravidez, já com minha filha com 2 anos e 1 mês, coloquei na minha cabeça que precisava de uma folga da maternidade.
E comecei a criar contextos para gerar essa folga pra mim.
Mas, quando ela de fato começou a acontecer, a sensação foi tão estranha…
Que mereceu esse post!
FOLGAS ÓBVIAS
Algumas coisas são óbvias quando você pensa que uma mãe vai ter uma folga entre um filho e outro.
Uma das óbvias que eu acatei foi o desmame, que já descrevi nesse post.
Nem foi uma questão de precisar da folga para mim, mas chegamos no limite meu e da Naty da manha por causa do tetê.
Acho que todas uma hora chegamos nesse limite, algumas mais cedo, outras mais tarde…
Aqui fomos até 2a3m, e eu me senti muito contente com essa missão.
Quando comecei a lembrar de tudo que viria com um recém nascido me dei conta que precisava realmente dessa folga.
Outra coisa que me fez perceber isso foi a convivência com minha ex-sócia na Aldeia, e sua filha recém nascida.
Ver ela amamentar a bebê tão pequenina, e toda a dedicação, me fez despertar para o que está por vir de novo.
Quando escrevo esse post, faz 2 meses que não amamento mais.
E é muito bom ter essa folga.
Voltar a ter o tetê para mim é especial!
Para as roupas, para o marido…
A Naty ainda gosta de fazer carinho, quer dar beijinhos e lambeijos!
Às vezes ela até faz o movimento de mamar e, como não sai nada, ela logo desiste.
Confesso que nessas horas me dá até um arrepio de pensar que tudo vai começar de novo.
Mas foi tão bom amamentar, embora exaustivo, que nem passa pela minha cabeça outra opção!
De todas as partes da amamentação, sem dúvida a que eu não tenho saudade é do cheiro, e da troca constante de roupa (minha, dela, da cama, etc….).
Mas, estamos aí, logo logo o tetê volta a ativa novamente!
A segunda folga óbvia que conquistei, até por conta do fim da amamentação, é a Naty poder dormir na casa da minha mãe.
Mérito também da minha mãe, que estou tão feliz de estar morando aqui pertinho de mim!!
E mais ainda porque ela tem uma ótima relação com a Naty, e sei o quanto é divertido elas estarem juntas e curtirem uma sonequinha gostosa!
Dormir na casa da vovó está começando a se tornar rotina uma vez por semana.
E é impressionante como esses momentos são um baita descanso.
Minha filha já nem acorda mais a noite. Mas só saber que você pode “desligar” os ouvidos para dormir, dá um alívio enorme!
Mais gostoso ainda é saber que, ao despertar, não vai ter alguém chorando por você, pedindo seu colo.
Ter essa folga 1x por semana está sendo demais!
Ainda mais quando paro e penso que daqui a pouco as madrugadas vão virar claras de novo…
Seja no final da gestação, seja nos primeiros meses.
Demorei mais de 2 anos para voltar a dormir a noite toda.
Quando conquistei essa “medalha”, já estava grávida de novo.
Aliás, depois dos 2 anos são tantas “medalhas” conquistadas.
A liberdade vai voltando, a independência vai aumentando… A maternidade vai ficando mais leve!
Daí me pego pensando que vou perder tudo isso de novo…
Não é um pensamento ruim, eu dou risada disso!
Prefiro pensar que na segunda vez será mais fácil, e as medalhas virão antes! (será?!)
Mas é engraçado ver essa dinâmica que, agora que as coisas estavam começando a encontrar um novo normal, lá vem meu bebezinho para tirar toda a rotina de novo!
FOLGAS NÃO ÓBVIAS
Há cerca de 2 semanas, voltando de Americana e, ainda no ritmo da Pandemia, conseguimos em casa estruturar uma rotina de cuidados com a Naty.
Diariamente durante a semana ela vai na Aldeia, brincar com a tia Mari – e todos temos nossa folga!
De terça, minha mãe pega ela, dá almoço e fica com ela até meu marido voltar do tênis, às 19h.
E, de quinta, no final da tarde ela vai para a casa da minha mãe e dorme lá.
Escrevo esse post passado apenas uma semana dessa nova rotina nova.
E sabe o que aconteceu? Eu me vi tendo tempo, e liberdade!
Passar a terça feira o dia todo sem as responsabilidades dela, é algo fantástico.
Não preciso parar o que estou fazendo para ir buscar, o almoço não precisa sair exatamente no horário e nem ser exatamente completo com o que ela gosta.
Não temos que respeitar o horário do sono dela a tarde, posso fazer minhas caminhadas tranquilamente.
Nas quintas o processo se repete, agora um pouco mais tarde. Hoje, por um acaso, é quinta, e eu estou aqui no final da noite escrevendo esse post.
Essa liberdade começou a reaparecer na minha vida e eu confesso que nem sei muito o que fazer com ela.
Com poucas horas dá tempo de fazer tanta coisa!
- Tomar um banho com calma;
- Fazer uma caminhada sem pressa;
- Comer devagar saboreando a comida;
- Curtir o maridão;
- Assistir um filme;
- Ler um livro;
- Escrever no blog;
- Trabalhar em paz;
- Meditar;
- Orar.
Uau e, acredite se quiser: tudo isso cabe incrivelmente num único dia, e até mesmo em um período!
Mas o que mais tem me impressionado nessa liberdade é que, do jeito que as agendas foram montadas, tenho tido um tempo em casa para mim, sozinha – sem filha e sem marido, pois ele vai ao tênis.
Esses momentos confesso que tem sido ainda mais estranhos.
Definitivamente não faz mais parte da minha vida estar absolutamente sozinha.
O silêncio que eu tanto amava antes agora me causa estranheza.
A alegria que eu tinha antes de curtir um dia sozinha agora me parece um vazio.
Às vezes vem aquele sentimento de culpa que, confesso, pra mim passa bem rapidinho!
Às vezes vem o sentimento de vazio, de não ter exatamente o que fazer…
Dá saudade dos sorrisinhos e gritinhos pela casa.
Já começo a pensar na hora daquele abraço quando ela chegar de novo.
Ou que daqui alguns meses essa folga não vai mais ter, pois é dedicação integral novamente!
FOLGAS ABDICADAS
O fato de estar vivendo a gestação no meio da pandemia, aliada a uma grande crise financeira que estamos passando, está me privando de alguns itens que tinha na minha lista de folga.
Um deles é fazer uma pequena viagem (talvez um final de semana) com o marido, só nós dois!
Quem sabe agora que os hotéis já estão liberados novamente, a gente toma coragem e vá!
Agora, tem uma folga que acho que não vai rolar mesmo… Participar de um show!
Nossa, eu adoro um show!
Tudo bem que dá preguiça de pensar quão tarde é… Mas ter uma noite completa de adulto deve ser o máximo de novo!
Só que devido a pandemia essa folga vai ter que ficar para daqui alguns anos…
E a última folga, que daí não depende só de mim, vai ser passar um dia gostoso com alguma amiga.
Nessa idade é tão bom e tão raro esses momentos!
Tomara que consiga algum vale day, vale horas, vale qualquer coisa com uma companhia agradável e cheia de risadas!
Mãe é um bicho engraçado né?!
Faz de tudo para ganhar uma folga e, quando ganha, não sabe exatamente o que fazer com ela!
Penso que, daqui alguns muitos anos, estarei desfrutando de uma liberdade mais concreta – quando o bebê que está na minha barriga começar a ficar independente, como a Naty já é hoje.
E daí penso que a liberdade vai aumentar, pois não há horizonte (próximo) de mais um filho.
E daí vai dar para pensar em uma liberdade diferente, pós filho.
Vai dar para começar a ter projetos sobre o que vou fazer com o tempo que tenho de volta.
Mas por enquanto, não penso muito em fazer nada com esse tempo não.
Pois sei que em alguns meses ele vai sumir de novo.
Idem para meu sono: não tenho perdido uma tarde de soneca.
Tenho plena consciência do quanto de saudades terei delas daqui uns meses.
E tudo são escolhas – e eu estou muito feliz com as minhas!
Curtindo intensamente a minha folga, me renovando para um novo ciclo maravilhoso com um bebezinho novamente!
Porque eu tenho amado essa vida de mãe!
E é só o começo…