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NÃO FOI POR FALTA DE VAGA… NEM PELA CRECHE EM SI. MAS SIM PELA LOCALIZAÇÃO…
A resposta pode até parecer óbvia: porque não tinha vaga…
Mas não é tão óbvia assim. Tinha vaga… Eu é que escolhi não colocar.
Só que indo um pouco mais a fundo nessa discussão, muitas pessoas vão me olhar torto quando souberem que eu tentei matricular minha filha na creche. E esse é o ponto que eu vim discutir aqui.
Eu já contei nesse post porque eu decidi “me separar” da minha filha. Porque eu decidi deixar de ser mãe 24 horas por dia, e terceirizar os cuidados dela em algumas horas do dia.
Tomada essa decisão, o próximo passo foi encontrar alternativas de com quem deixar minha filha.
Nesse post eu vim contar sobre as duas alternativas que não deram certo: alguém em casa para cuidar dela, e a creche.
E, no próximo post, estou contando sobre a alternativa que deu certo: escolinha particular.
Vamos lá!
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.
OPÇÃO A: ALGUÉM PARA CUIDAR DELA EM CASA
Na minha maternidade idealizada, essa era a opção mais óbvia para mim, como eu contei nesse post.
Pelo fato de ser home office, eu acreditava que facilmente me adaptaria a ter alguém cuidando da minha filha dentro da minha casa enquanto eu trabalhava.
Só que a realidade não foi bem assim…
Em uma visita da minha mãe, quando minha filha tinha 6 meses, eu me certifiquei que não seria possível trabalhar no mesmo local em que ela ficasse – mesmo que sob o cuidado de outras pessoas.
Essa foi uma grande frustração para mim. Aceitar isso, mais desafiador ainda.
Só que o fato era um só: eu queria tempo para mim, tempo para me dedicar aos meus negócios. Esse era o problema que eu estava tentando resolver.
Ter alguém dentro de casa não me daria o tempo de qualidade que eu estava buscando.
Eu não queria ter que me esconder dentro da minha própria casa. Nem parecer uma fugitiva, para ela não me ver.
Simplesmente essa opção não resolveria meu problema.
E olha que eu até tinha uma pessoa que poderia cuidar dela… Mas eu acabei escolhendo realmente não usar essa opção.
Parti para a opção B: a creche.
OPÇÃO B: CRECHE
Para uma parcela muito grande da população brasileira a creche não é apenas mais uma opção, é a única opção.
Mas essa não é a realidade do meu círculo social.
Durante minha decisão de me separar da minha filha, eu conversei com pouquíssimas pessoas sobre o que estava passando.
Até porque eu sabia o tamanho dos olhos que me olhariam caso soubessem que eu estava cogitando a possibilidade de colocar minha filha em uma creche.
Já até imagino os comentários que viriam:
- Sério que você vai colocar sua filha na mão de gente despreparada?
- Você sabe com que tipo de pessoa sua filha vai conviver?
- As creches são todas arruinadas… Tudo velho, mal conservado.
- E daí para pior…
E, na boa, nenhum desses comentários me atingiam.
Colocar minha filha numa creche significava uma coisa muito importante para mim: uma economia de R$ 15 mil no ano.
Eu não sei se R$ 15 mil é muito ou pouco para você… Para mim, significa umas boas 3 viagens em família – algo que eu valorizo muito mais do que ter ela estudando em uma escola particular.
Na realidade, a única desculpa que me atingia era: se você colocar sua filha na creche, vai estar ocupando o lugar de alguma família que necessita mais do que você.
Ah, isso sim me pegava de jeito.
Mas essa desculpa também caiu por água abaixo quando eu conheci o processo de seleção que vou te contar logo mais.
Então sim, eu gostaria de ter colocado minha filha numa creche pública. Especialmente pela economia que eu teria.
Mas não deu certo… Não em 2018… O que não significa que eu não vou tentar novamente em 2019…
Vou te contar aqui o que eu fiz, como eu consegui a vaga e porque eu desisti da vaga.
PROCURANDO UMA CRECHE
Parece piada né… Mas eu não sabia nem por onde começar a procurar uma creche pública…
Resolvi jogar no google e cai no site da prefeitura, com a lista de creches de Florianópolis – ou NEI´s, como eles chamam (Núcleo de Estudos Infantis).
De cara localizei as creches mais próximas a minha casa e, um dia, andando perto de uma delas, entrei lá e perguntei como fazia para matricular minha filha.
Estou mantendo em sigilo aqui o nome das creches porque acho que não vem ao caso fazer este tipo de exposição aqui…
A pessoa da secretaria me explicou que eu tinha que preencher um formulário no site da prefeitura e levar a documentação na creche.
Então entrei nesse site da prefeitura – e confesso que não foi tão fácil achar o link.
Mas o formulário fica nesse link aqui.
E também achei o edital (de 2018) que fala sobre as vagas – que está aqui.
Foi esse edital, inclusive, que me tranquilizou! Nele, é bem claro que o critério de seleção das crianças para a creche é a renda dos pais.
Fiquei bem tranquila sabendo que, só seria chamada caso não houvesse nenhuma outra família com renda menor do que a minha para ocupar a vaga.
E dei continuidade na papelada…
Preenchi o formulário, que me deixava escolher duas opções de creche. Como opção principal, coloquei essa creche que já tinha passado em frente e entrado; e, como opção secundária, coloquei outra creche próxima a minha casa, mas que eu nunca havia passado em frente.
Separei toda a documentação e, numa segunda feira (30 de julho) fui até a creche da primeira opção e entreguei toda a documentação.
A pessoa que me atendeu lá (um rapaz muito simpático, por sinal), me explicou que ele cadastrou minhas informações no sistema e que, todo mês, a prefeitura roda a lista de espera.
Então, era para eu ligar lá na quarta-feira (virada de mês) para me certificar em que posição eu fiquei na lista de espera.
Ele deixou bem claro a possibilidade de não haver vaga imediata (algo que eu já esperava).
O que eu verdadeiramente não esperava era receber uma ligação no dia seguinte me dizendo que tinha conseguido a vaga.
Isso mesmo, demorou um dia para eu conseguir uma vaga na creche para minha filha.
Na terça-feira, 31/07, a diretora da creche que eu havia colocado como opção 2 me ligou dizendo que era para eu ir lá no dia seguinte para matricula-la.
ASSUMINDO A VAGA
Sério, eu fiquei super emocionada e porque não incrédula com a notícia que eu havia recebido!
Eu já estava sofrendo com todas as contas que estava fazendo sobre colocar minha filha na escolinha particular e de repente me veio a chance de não pagar absolutamente nada para ela passar um período fora de casa!
Mas aí começou o lado não tão bom da história…
Resolvi jogar no Google onde era a creche – até para ver a fachada dela.
E, para minha infelicidade, por mais perto que a creche fosse da minha casa, ela era em cima do morro.
E a fachada das fotos que eu vi não me pareceram nada amigáveis.
Mas decidi não me deixar levar pela aparência e ir até lá ver como era a situação.
No dia seguinte, eu e meu marido fomos até a creche para conhecer o local onde poderia deixar minha filha.
Subimos o morro.
Eu não sei como você lida com a questão de segurança… Para mim, segurança é um valor fundamental.
Eu fico paralisada onde não me sinto segura.
Passar naquela rua apertada com pessoas estranhas me encarando não foi a melhor experiência da minha vida.
Mas chegamos e entramos na creche.
Eu confesso que fiquei positivamente surpresa lá dentro.
A estrutura da creche era excelente – melhor até que algumas escolas particulares que eu havia visitado.
O local muito limpo, claro, cheio de brinquedos.
As crianças bem dispostas, dava para ver que não seriam má companhias para minha filha.
As professoras… Bem, um pouco rudes, mas nada muito diferente do que eu havia encontrado nas escolinhas particulares.
A diretora foi extremamente educada conosco. Nos explicou tudo direitinho, cadastrou a papelada.
Dentro da creche foi tudo ótimo! Eu saí da sala da diretora feliz da vida de saber que minha filha iniciaria seu período de adaptação no dia seguinte.
Só que tudo mudou quando eu coloquei meu pé para fora da creche – e acredito muito nos sinais que eu recebo.
Assim que saí senti um cheiro muito forte de maconha. Até achei que fosse um rapaz que estava passando na viela que fica em frente a entrada da creche – um prédio que fica localizado em uma esquina.
Só que não era esse rapaz… O cheiro forte na verdade vinham de 4 rapazes que estavam usando a droga bem na calçada da creche, embaixo da janela do refeitório.
Caralho… (desculpe o palavrão, saiu…) Eu estava no meio de um ponto de venda e consumo de drogas.
Isso para mim foi ápice. Bastou para eu tomar minha decisão.
Por melhor que eu tenha me sentido dentro da creche, por mais confiança que tenha sentido nos profissionais lá dentro, eu teria que chegar e sair de lá duas vezes por dia – uma para levar e outra para buscar minha filha.
E não há dinheiro que pague a minha segurança – e a dela, diga-se de passagem.
Felizmente eu tenho recurso para não ter que passar medo ao subir o morro duas vezes por dia.
Eu fiquei muito brava comigo com todas essas constatações…
Fiquei brava porque, justamente por não acreditar e confiar no funcionamento do serviço público de educação, eu jamais imaginei que seria chamada para este ano. Por isso nem me dei o trabalho de pesquisar onde era a creche que eu estava colocando como opção.
Porque é óbvio que, se eu soubesse que era em cima do morro, eu jamais teria inscrito minha filha lá.
Eu simplesmente olhei o bairro da creche e inscrevi, sem colocar no mapa e me certificar que o endereço era em cima do morro.
Ou seja… Não foi a creche em si, nem o serviço público de educação que me fizeram descartar essa ideia.
O descarte dessa opção foi única e exclusivamente em função da localização da creche.
Perdi a vaga que eu tinha conquistado para 2018? Sim, perdi…
Mas ganhei experiência!
Me sinto agora mais pronta e preparada para fazer uma nova tentativa em 2019.
Mãe de primeira viagem é assim… Perde a data do edital, não tem as informações completas…
É por isso que vamos evoluindo e aprendendo, sempre!
No próximo post estou contando como foi a escolha da escolinha onde a matriculei em 2018.
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.