#4 – Por onde aplicar o seu dinheiro?

Tempo de leitura: 14 minutos

POR ONDE APLICAR O SEU DINHEIRO NA BOLSA DE VALORES? É O QUE VEREMOS HOJE.

Muito bem, estamos começando a parte prática das 10 decisões que você precisa tomar antes de começar a operar na bolsa de valores.

Conheça o Projeto 10 decisões aqui!

Até agora, decidimos seu propósito de operar na bolsa, decidimos qual escola você irá estudar e definimos o objetivo do seu dinheiro na bolsa, e quanto você irá aplicar.

• #1 – Por que você quer investir na bolsa?
• #2 – Decidindo seu método para operar na bolsa de valores
• #3 – Qual dinheiro você vai usar?

Agora chegou o momento de definir por onde você vai aplicar.

Estou falando de escolher sua corretora.

Quer “assistir” essa decisão? Basta clicar aqui no vídeo!

PRECISO DE CORRETORA?

É, precisa. Aceita que dói menos.

Eu não vou te explicar detalhes do funcionamento da bolsa de valores, mas você não pode operar como pessoa física diretamente.

Você precisa ser intermediado por uma corretora apta a operar na bolsa de valores.

Então antes de você fazer a sua primeira operação e, um passo super importante na sua jornada de investidor, é decidir por onde aplicar o seu dinheiro.

Eu confesso que quando comecei não me atentei que esse passo era tão importante.

Foi estudando o conteúdo do GuiaInvest que eu entendi quanto isso era importante e seria diferencial na minha rentabilidade, e eu já vou te explicar porquê.

O fato é que, as minhas primeiras operações na bolsa eu fiz pela corretora do banco – e me arrependo amargamente disso – isso aconteceu lá em 2009.

Porque eu entendi que as taxas de corretagem são importantes para a rentabilidade da operação e que as corretoras de banco são as mais caras em taxas de corretagem.

Por isso eu recomendo que você pare e estude muito bem antes de decidir por onde aplicar.

A boa notícia é que aqui eu já vou te dar ótimos parâmetros que irão te ajudar a escolher a melhor corretora.

Mas antes, vamos pensar um pouco o que você espera dela, combinado?

EXPECTATIVA SOBRE A CORRETORA

Tem duas coisas muito importantes que eu gostaria de alertar você nesse sentido. Veja abaixo!

AJUDAS

Você espera que sua corretora te ajude a definir quais ações você irá comprar e vender?

Se você respondeu que sim, sinto lhe informar mas você está consultando o material errado.

Todo esforço que estou fazendo aqui em te ensinar a dar seus primeiros passos na bolsa dizem respeito a você ser totalmente independente na sua tomada de decisão – e não precisar de corretora nenhuma para auxiliar nas suas escolher.

E na prática sim, eu tenho muita coisa contra a corretora dar pitacos nas suas ordens.

A primeira coisa contra é que os interesses da corretora são diferentes do seu – e isso por si só já pode ocasionar um conflito de interesses grande.

Segundo é que seu “amigo” corretor, por mais legal que ele seja, precisa te passar confiança.

E na boa… Eu sei que não sou a melhor investidora do mundo. Mas sou o suficiente para tomar decisões sobre os meus investimentos.

Eu não confio em ninguém para tomá-los por mim, muito menos, mas muito menos mesmo, na corretora.

Então o que eu espero da corretora é que ela não me encha o saco quanto as minhas ordens – ponto final.

Se tem uma coisa que me incomoda em bancos e corretoras em geral, é a pessoa querer vir me falar de investimento, de decisão.

Se eu estudo o que estudo é porque quero tomar minhas decisões – e não quero ninguém me influenciando para isso.

Por isso escolho sempre corretoras que me deem liberdade de escolher o que fazer com meu dinheiro.

Bem, mas até aí é fácil… Porque clientes independentes é o que as corretoras mais querem!

Vamos a próxima expectativa!

HOMEBROKER

Você já deve ter ouvido falar dessa palavrinha né?

Espero que ela não te assuste!

Homebroker é o sistema da sua corretora que você vai utilizar para dar suas ordens.

Tipo o app do seu banco, que você entra para ver extrato, pagar contas e fazer transferências?

Então, o homebroker é a mesma coisa, só que para a corretora e para seus investimentos.

Você já teve conta em mais de um banco? Provavelmente sim né…

Já percebeu também que alguns apps são mais intuitivos que outros… Uns funcionam melhor do que outros… Uns tem mais funcionalidades do que outro.

Não é muito da nossa cultura brasileira escolher o banco que você quer ter conta por causa da familiaridade com o app dele.

Normalmente abrimos conta em bancos diferentes por uma questão de organização familiar e/ou necessidade da empresa que trabalhamos.

Mas é fato que temos nosso app preferido.

Para a corretora, a dinâmica é exatamente a mesma: você vai ter uma área interna, chamada de homebroker.

Tem corretoras que essa área interna é mais bonita, mais fácil de mexer, e tem corretoras que ela é mais bruta.

Algumas possuem excelentes ferramentas de análise para você decidir sobre suas ordens na bolsa e, antes que você se iluda com elas eu preciso te contar algumas coisas.

Aqui neste projeto, eu vou te ensinar a montar suas ordens na sua planilha de excel.

Vamos sim usar de uma ferramenta para decidir as ordens, mas essa ferramenta que vou te recomendar é o GuiaInvest – e lá vai ter tudo que você precisa.

Logo, se você seguir uma escola de investimento semelhante a minha, a conclusão que você vai chegar sobre a corretora é que tanto faz seu homebroker.

O único requisito dele é funcionar!

Porque 100% da análise feita para compra e venda das ações é fora do homebroker.

É exatamente assim que eu enxergo a minha corretora – apenas um local onde eu vou dar ordens de compra e venda.

Não uso absolutamente nada de análises realizadas pelo homebroker – pois toda a análise eu faço por fora.

Portanto no que se diz respeito a homebroker, minha regra é clara: ele precisa minimamente funcionar.

QUANTO VAI ME CUSTAR A CORRETORA?

Hum, aí começamos a falar minha língua!

Porque sim, claro, a corretora tem que ganhar dinheiro nessa história toda. E é claro que decidir por onde aplicar o seu dinheiro vai ter que levar isso em consideração também!

E já vou te adiantando o final dela: eu escolho a corretora que me cobra menos. Simples assim!

Porque das minhas expectativas quanto a corretora, não espero que ela me ajude (não quero serviço de consultoria) e espero que ela tenha um homebroker que sirva para dar ordens e nada mais – ou seja, um homebroker simples.

Portanto, dentro dos serviços oferecidos por uma corretora, eu espero o mínimo possível de serviço e consequentemente o mínimo possível de taxas.

É assim que eu escolhi a corretora que ia usar.

Mas agora vamos entender um pouquinho mais como a corretora vai ganhar dinheiro e, para isso, vou precisar voltar com o “economês”, beleza?

TAXA DE CUSTÓDIA

A primeira forma da corretora ganhar dinheiro chama-se “taxa de custódia”, que é tipo uma “mensalidade”.

Você paga para seu banco uma mensalidade para seu pacote de serviços, certo?

Então, pra corretora você vai pagar também – ou não…

Ou não porque a taxa de custódia pode ser negociada com sua corretora.

Algumas, inclusive, não cobram nada.

Outras, cobram de forma percentual a sua operação.

Esse valor varia de 0 a R$ 40 reais.

Mas a primeira informação que você deve buscar quando se trata de corretora é a taxa de custódia.

TAXA DE CORRETAGEM

Essa é uma taxa que não tem como você fugir – todas as corretoras irão cobrar!

O que vai mudar é quanto cada corretora vai cobrar.

Esse valor varia entre R$ 0 e R$ 30 reais por operação.

Ou seja, a taxa de corretagem vai incidir tanto na compra quanto na venda da sua ação.

Por isso ela é tão importante!

Ela irá fazer toda a diferença na rentabilidade da sua operação.

Quer ver? Bora fazer umas contas!

Vamos supor que você comprou um lote de 100 ações, sendo o valor unitário de compra R$ 10 e de venda R$ 11.

Em termos líquidos, sua ação valorizou 10%, concorda comigo?

Mas vamos ver na prática quanto é o resultado bruto dessa compra.

Vamos supor que você está operando com uma corretora que te cobre R$ 7 de taxa de operação.

E vamos esquecer as demais taxas por enquanto, combinado? Sim, tem mais uma taxa que eu ainda não te contei (três, aliás!).

Se ela te cobra R$ 7 por operação, você vai desembolsar R$ 1.007 na compra (10*100 da ação + 7 da corretagem);

E na venda você irá receber R$ 1.093 (11*100 – 7 da corretagem).

Isso mesmo, na venda, você já recebe o valor descontado da sua corretagem.

Então a operação que você fez inicialmente de comprando R$ 1.000 (10*100) e vendendo R$ 1.100 (11*100) com uma rentabilidade de 10% já mudou…

Agora você comprou R$ 1.007 e vendeu R$ 1.093 – ou seja, sua rentabilidade final foi de 8,6%, te sobrando R$ 86 de lucro.

Na prática, você perdeu 1,4% de rentabilidade na sua operação porque ficou com a corretora.

Tudo bem até aí?

Aceita que dói menos, ok? Parte da sua rentabilidade vai ficar com a corretora, beleza?

Não há nada que você pode fazer para mudar isso.

O que está a seu alcance é escolher uma corretora que te coma menos da sua rentabilidade.

Porque no exemplo que eu te dei, considerei uma taxa de corretagem relativamente boa no mercado (tem melhores!).

Mas vamos pegar por exemplo seu amigo banco. Ele te cobraria por volta de R$ 20 reais de corretagem.

Então sua operação seria: compra por R$ 1.020 (10*100 + 20); venda por R$ 1.080 (11*100 – 20), uma rentabilidade final de R$ 60 ou seja, 6%.

Tá entendendo a diferença?! No exemplo 1, a corretora te comeu R$ 14 no total, baixando sua rentabilidade de 10% para 8,4% – ao invés de você ganhar R$ 100, você ganhou apenas R$ 86.

No exemplo 2, a corretora te comeu R$ 40, baixando sua rentabilidade de 10% para 6% e, ao invés de você ganhar R$ 100, você ganhou apenas 60.

Isso porque estamos falando de uma operação pequena, de R$ 1.000.

Só imagina se a gente falar de uma movimentação alta, de R$ 100 mil, onde incidem várias taxas das compras e vendas?! 

E aí, quer ficar com seu dinheiro ou quer deixar ele todo para a corretora?!

Eu quero ficar com o meu, por isso minha escolha é simples: escolho a corretora que me cobra menor combinação de taxa de corretagem + taxa de custódia.

Ah, um detalhe importante:

Essas são as taxas que você está habilitado a estudar e minimizar.

Ainda tem outras taxas que irão incidir no seu processo de compra e venda, mas esses não vai ter muito o que você fazer…

Estou falando da incidência de imposto de renda – que vamos ver em uma decisão a frente;

E de outras taxas que são cobradas pela bolsa de valores – que não tem como você negociar.

OUTRAS TAXAS

Eu não vou me aprofundar muito nelas porque, como eu disse, não tem o que você fazer.

Elas vão incidir quer você queira quer não, então de novo – aceita que dói menos.

Mas só para você saber, você será taxado de:

• Emolumentos – é o valor que fica para a Bolsa de Valores em si;
• Taxa de Liquidação – é o valor que vai para o CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia, que é responsável pela custódia das ações no mercado financeiro do Brasil, ou seja, ela é responsável por determinar qual ação é de quem);
• Taxa de ISS (imposto sobre serviço) – é o valor que vai para sua prefeitura, e varia de município para município.
• E, num segundo momento, você também irá pagar (ou não) Imposto de Renda – e vamos falar sobre ele lá na frente.

O fato é que essas 3 taxas citadas (emolumentos, liquidação e ISS), juntas, dificilmente ultrapassam 0,5% do valor operado – não estou falando de operações daytrade, ok?

Aliás, não vou nunca falar de daytrade porque não opero e nunca operei dessa maneira.

Estou falando de operações de mais longo prazo.

Ou seja, 0,5% é um percentual pequeno e, como eu disse, não tem como fugir dele.

E eu vou te ensinar a contabilizar direitinho.

O que você pode, e deve ter uma postura ativa, é em relação a taxa de corretagem, porque essa sim fará a diferença na sua operação.

ENFIM, COMO ESCOLHER POR ONDE APLICAR?

Sabendo tudo isso, só tem um jeito de escolher por onde aplicar o seu dinheiro: pesquisando…

Tem vários lugares que fazem esse comparativo das corretoras e eu gosto desse aqui do GuiaInvest.

Depois, obviamente, recomendo que você olhe no site da corretora, verifique pessoas que já o usam antes de tomar sua decisão.

Ah, e um lembrete importante: essas taxas vão mudando ao longo do tempo…

Não é porque você escolheu uma corretora hoje que daqui 3 anos ela será tão boa quanto foi no momento da sua escolha, ok?

É claro que daí, seu custo de transação para trocar de corretora será mais alto…

Mas é uma avaliação que, de tempos em tempos, é bom você fazer!

Outro lembrete: não necessariamente a melhor corretora que você escolher para operar na bolsa é também boa para outros tipos de investimento, como o Tesouro Direto.

Tenha claro seu objetivo de operação para escolher!

PRI, QUAL CORRETORA VOCÊ USA?

Eu uso a Socopa – e não ganho nada para divulgá-la, ok?!

Quando eu mesma estava decidindo por onde aplicar o meu dinheiro, fiz essa mesma pesquisa que estou propondo a você fazer. Como resultado, foi a Socopa que eu escolhi.

O Homebroker dela é estável, mas tem vezes que não consigo programar minhas ordens quando a bolsa está fechada – e eu uso muito esses horários para operar.

Mas não é algo que me incomoda a ponto de eu trocar de corretora.

Gosto do serviço deles – sempre que precisei tive bom atendimento pelo chat ou pelo telefone.

Agora, se eu fosse escolher por onde aplicar hoje, eu escolheria a Genial – mas nunca testei para te falar.

Eu uso a Socopa apenas para operar na bolsa – e não a recomendo para o Tesouro Direto.

Para ele, utilizo a Easynvest – e também não ganho nada por recomendá-la.

Bem, lição final desta aula: decida por onde aplicar o seu dinheiro. Por qual corretora você vai operar.

Passei aqui todos os pontos que você precisa considerar na sua decisão!

Depois de decidir, seu próximo passo é abrir uma conta nessa corretora – a maior parte delas faz tudo isso online.

Somente com a conta aberta e apto a operar é que você irá transferir o dinheiro, alvo da decisão #3 para a corretora.

Estamos quase que, tecnicamente, aptos a operar na bolsa – corretora escolhida e dinheiro lá.

Mas ainda vamos decidir muitas coisas antes da primeira operação, combinado?

Confira as 10 decisões antes de operar na bolsa de valores:

#1 – Quanto tempo você vai investir?
#2 – Qual método vai usar?
#3 – Qual dinheiro vai transferir?
#4 – Por onde você vai aplicar?
#5 – Quais ações irá comprar?
#6 – Como vai controlar suas operações?
#7 – Como vai analisar seus resultados?
#8 – Quais seus rituais semanais e mensais?
#9 – Como vai declarar no imposto de renda?
#10 – Como você vai definir sua ordem?