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PRA QUEM AMA UM PLANEJAMENTO COMO EU, O PARTO DOMICILIAR FOI UM PRATO CHEIO DELE!
Sério, eu amo um planejamento.
Desde que decidi pelo parto domiciliar, venho me deliciando em toda a parte do planejamento do Parto.
E é muitooooo planejado!
Muito mais do que eu esperava…
Realmente faz jus ao nome PDP – Parto Domiciliar Planejado.
Nesse post eu vim contar como foi o planejamento do parto por aqui.
Veja também:
- Porque eu escolhi ter um parto domiciliar
- Montando a equipe do Parto Domiciliar
- Minha família no Parto Domiciliar
- Preparação corporal para o Parto
- O “P” de PLANEJADO do Parto Domiciliar
- O longo e último mês da gestação
- Plano de Parto Domiciliar
- Chá de Benção
- Relato do Parto do Rafael
Resolvi dividir a parte do planejamento em 2 partes.
Na primeira, falei de tudo que fiz com meu corpo, para prepará-lo para o parto.
Na segunda, vou falar do planejamento da(s) equipe(s) em si.
PRÉ-NATAL
Comecemos pelo tradicional pré-Natal, direito de toda gestante.
Como já expliquei nesse post, na minha primeira gestação fiz o pré-Natal no SUS e no Particular – aproveitando que tinha convênio.
Foi uma escolha muito boa da minha parte pois, na segunda gestação, já não tinha mais convênio.
E devido a essa minha experiência estava super segura para fazer o pré-natal “apenas” no SUS.
Como já te contei também, o SUS aqui em Floripa funciona muito bem, e a dinâmica dos postinhos é excelente.
Na minha segunda gestação estava morando em Jurerê, e fiz todo o pré-Natal no postinho desse bairro.
Fui acompanhada pelo Dr. Rafael (coincidentemente xará do meu bebê!) – e fui muito bem atendida!
Dessa vez não houve intercalações com a enfermeira, pois a mesma saiu de licença maternidade e acabou coincidindo com outras agendas no postinho de modo que fui praticamente atendida a gestação toda pelo Dr. Rafael.
Para acalentar ainda mais essa etapa profissional, fiz um acompanhamento durante a pandemia.
Apenas a primeira consulta foi fora da pandemia, e meu marido e minha filha me acompanharam.
Depois disso, tudo sozinha – o que é um pouquinho chato, diga-se de passagem!
É bem gostoso poder dividir as consultas com meu parceiro, mas foram motivos de força maior.
Logo que a pandemia começou (estava no final do 3o trimestre), era um pouco tenso ir no postinho.
Durante todo o processo, locais separados para pessoas com sintomas de COVID, muita higienização.
Em todas as consultas cruzei com pessoas que estavam com suspeita.
Mas eu não me senti ameaçada em nenhum momento, pois era visível todo o esforço que a equipe do posto fazia para isolar o contato.
E, claro, com a pandemia, vieram as melhores partes do SUS:
- As consultas passaram a ser agendadas por Whats App, o que facilitou muito a vida!
- Os exames era muito mais fáceis de agendar;
- A coleta dos exames então, sensacional! Nada de fila, de esperar.
Tudo muito rápido e organizado, além de higienizado. Não perdeu em nada para o serviço particular.
O único ponto era o contato mais próximo com pessoas possivelmente contaminadas (não tão próximo assim) mas, de qualquer forma, foi ótimo para a gestão do meu tempo fazer o pré-Natal todo na pandemia.
E o restante da história (escolha pelo parto, etc), você também já sabe como a pandemia me ajudou (se não sabe, leia aqui).
Portanto em termos de acompanhamento médico fiz tudo pelo SUS, tive apenas um ultrassom e fui muito bem atendida.
Créditos ao Dr. Rafael do postinho de Jurerê, que fez um ótimo trabalho e, para minha positiva surpresa, foi super apoiador e curioso sobre o parto domiciliar.
É muito gostoso quando nós estamos tão inseridos nesse contexto e sofremos tanto preconceito de tantos lados, encontrar profissionais que, mesmo sem ter um conhecimento profundo do assunto nos apoia e nos acolhe.
Por isso que eu acredito nas pessoas e, em especial, no sistema público de saúde. Tem muita gente do bem nesses locais!
CONSULTAS COM AS DOULAS
Além do acompanhamento do Pré-natal no postinho que durou desde o início da gestação até o final, nós também contamos com 3 consultas com nossas doulas.
2 delas foram online e 1 presencial – olha a pandemia aí de novo…
Normalmente todas as consultas são presenciais mas, nesse caso, seguimos o protocolo para nos proteger!
Como minhas doulas, como já contei nesse post, são pessoas que estiveram muito próximas a mim durante toda a gestação e, juntas, desenvolvemos um projeto lindo voltado justamente para o parto humanizado, nosso papo foi bem prático!
Durante as consultas falamos de algumas preferências e prevenções durante o trabalho de parto, e elas me ajudaram muito na escolha da equipe do parto domiciliar.
Na consulta presencial, elas nos ensinaram os exercícios de spinning babies, outros exercícios importantes e também escutaram o bebê!
Realizamos as consultas entre as semanas 32 e 36.
E tudo terminou aqui, de forma integrada, com a construção e validação do plano de parto – documento que uniu as duas equipes, de doulas e das parteiras.
Mas vou contar mais sobre esse documento em um próximo post.
CONSULTA COM AS PARTEIRAS
Pra finalizar a parte do planejamento, fui muito surpreendida positivamente com a quantidade (e qualidade) de consultas que tive acesso ao contratar o parto domiciliar.
Também afetado pela pandemia, as consultas não puderam ser presenciais, mas devem totalizar por volta de 10 – divididas entre antes e depois do parto.
Nesse post, vou contar apenas das consultas antes do parto – e depois volto para contar o que vai acontecer depois…
A primeira coisa que você precisa saber é que eu comecei a jornada do parto domiciliar atrasada.
Enquanto a primeira consulta era para acontecer com 30 semanas, eu estava ainda fechando a equipe com 32 semanas.
Além das conversas para fechar a equipe, tivemos a primeira consulta com 33, online.
A Juliana, uma das minhas parteiras nos conheceu, tirou algumas dúvidas conosco e nos enviou o plano de parto para que pudéssemos montar.
Antes disso, quando fechamos todo o contrato, tive que enviar a elas toda a bateria de exames realizados.
É praticamente um segundo pré-Natal essa análise duplicada!
Então entre 33 e 36 semanas eu fiquei bastante tempo dedicada ao plano de parto – o qual vou deixar para contar em um próximo post.
A consulta seguinte da equipe Hanami é com 34 semanas, mas eu acabei fazendo apenas com 36.
É a consulta onde são chamados todos os participantes do parto.
Lotou a telinha do Whats App!
A Vânia, a segunda enfermeira que irá me acompanhar no parto, liderou a consulta.
Deixamos bem claro o papel de cada um dentro do parto, conhecemos todos “pessoalmente/online”, e foi importante para alinhar todos os nossos desejos durante o parto!
Foi uma consulta muito interessante porque, na prática, formamos um time em prol de um objetivo: receber o Rafael!
Na semana seguinte 37, fizemos a consulta de 37 mesmo, que é a pessoalmente!
A Juliana veio em casa e foi um carinho só!
Foi super gostoso conhecê-la pessoalmente!
Durante a consulta passamos todos os protocolos necessários para o parto, preenchendo a papelada (incluindo nosso contrato devidamente assinado agora).
Também repassamos vários termos de responsabilidade que precisamos assinar, estando de acordo com a forma de trabalho da equipe de parteiras.
Todas as decisões são tomadas de forma muito racional e científica.
Vou contar mais sobre isso no post do plano de parto, mas é nesse momento que você assina tudo que percebe o quanto tudo é planejado e te explicado com antecedência.
Por isso que o sentimento de segurança é forte – porque você fica literalmente por dentro de tudo que vai acontecer.
E é interessante também que a dinâmica toda é desenhada para que você desista.
Você precisa estar muito seguro e informado de tudo que irá passar, pois durante essas consultas, passa-se mais tempo falando do que pode dar errado do que do que pode dar certo.
O plano B (de ir para o hospital) é extremamente bem desenhado e você é informado de todas as situações que te farão ser levado até lá se necessário.
O parto domiciliar, na minha visão, é seguro porque é tanto planejamento em cima do que pode acontecer, que ele realmente só acontece em casa se todos os requisitos forem seguidos – e se realmente for seguro seguir com o Plano A.
Mas enfim, vou te contar mais sobre isso no post do Plano de Parto.
Voltando às consultas, na presencial da 37ª semana, depois de validar toda a papelada, tirar as dúvidas do plano de Parto, nós fizemos a parte de exame mesmo no bebê.
E sem dúvida foi o momento mais especial de toda a gestação – se nada mais der certo, só aqueles 10 minutos já estarão na minha memória para sempre!
Fomos todos para o quarto – a Juliana, eu, meu marido e minha filha, e ela foi examinar minha barriga.
A Naty e o Caio sentaram na cama ao meu lado (eu estava deitada), enquanto ela colocou a mão na barriga para sentir como ele estava posicionado.
Em seguida, fomos para a ausculta do coração – e quem fez foi o papai.
Primeiro com o estetoscópio, ele e a Naty ficaram buscando o coração.
Uma das cenas mais lindas, mamãe super se emocionou!
Depois com o sonar, quando foi possível que todo mundo de fato ouvisse o coração do Rafael batendo!
E a parte mais legal da consulta foi quando a Juliana pediu para o papai dar um beijo estalado na parte baixa da barriga, onde fica a cabecinha dele.
É um “exame” de reflexo, e é algo surpreendente e emocionante!
O bebê deu um pulo na barriga, como se tivesse tomado um susto! O coraçãozinho disparou, os batimentos foram lá em cima!
Sinal de que tudo está correndo muito bem dentro do forninho!
E tudo feito com muito amor e carinho, dentro da minha casa, no nosso ninho.
Como eu disse, foram 10 minutos dos momentos mais especiais da gestação, que ficarão como boas recordações.
Foi uma consulta maravilhosa e deliciosa!
Depois dessa consulta, continuamos conversando online até a chegada do Rafa.
Bem, diante de toda essa explicação, você entendeu, assim como eu, o significado do P de Planejado do PDP (Parto Domiciliar Planejado).
Na prática, da semana 32 até o nascimento do Rafael (ou seja, 2 meses), nós tivemos pelo menos 2 ou 3 encontros semanais (presenciais ou físicos) relacionados ao parto.
Seja consulta no Pré-Natal, seja com as doulas, com as parteiras, sejam exames… Isso tudo além de ir formatando e finalizando o Plano de Parto em si.
Como uma boa gestora do meu tempo, eu literalmente considerei isso tudo como um Projeto na minha vida.
Passei 2 meses com atividades semanais relacionadas aos cuidados com o parto – além de toda a preparação de objetos físicos em si.
Foi uma época linda, que com certeza terei boas lembranças quando pensar em tudo que passamos para chegar neste grande momento.
Tá tudo preparado meu amor, pode vir!
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