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Será que eu devo mesmo batizar minha filha?
PARA MIM, BATIZADO NÃO É SINÔNIMO DE TER UM PADRINHO OU UMA MADRINHA… É SINÔNIMO DE UM SACRAMENTO
Ainda grávida, um dos tópicos que discuti muito com meu marido foi a respeito do batizado.
Afinal de contas, será que devo batizar minha filha?
Porque sou questionadora… E cada vez mais!
No meio social que eu vivo (família e amigos), a tradição do batizado é muito grande! Conto nos dedos as pessoas que conheço que não foram batizadas ainda quando bebês.
Portanto, a minha escolha de não batizar é uma quebra de paradigma para minha família. Talvez seja até uma decepção para eles…
Mas cada dia que passa eu ligo menos para o que os outros vão pensar da minha decisão… Até porque não é uma decisão para magoar ninguém, e muito menos uma decisão não fundamentada.
Nesse post eu estou contando todo o raciocínio que esteve por trás dessa decisão de não batizar minha filha.
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BATISMO X PADRINHOS
Quando falamos em batizado, logo pensamos nos padrinhos. Batizar automaticamente remete a escolha de padrinhos.
E, por ser uma tradição muito grande na sociedade brasileira, vejo muitas pessoas que pulam direto para a escolha dos padrinhos – e esquecem o significado do batismo em si.
Eu fui batizada com poucos meses de vida. Meus padrinhos são meus avós maternos.
Meu marido também foi batizado pequeno. Os padrinhos dele são seus tios.
Ao longo de toda nossa vida, nossos padrinhos não foram mais nossos padrinhos do que nossos avós ou tios.
Tudo que meus avós fizeram por mim, fizeram também pelos seus outros netos, inclusive minha irmã.
Eu não tive uma relação forte com meus padrinhos como conheço pessoas que tem com os seus.
E sim, acho a relação com padrinhos de bastimo muito bonita e nobre.
Mas não acho que seja o batismo o ponto central dessa discussão.
BATIZADO É UM SACRAMENTO
Isso para mim é muito sério, e deve ser respeitado!
Cada religião tem suas regras, tradições e rituais. Na igreja católica, o batismo é um sacramento – o primeiro sacramento que você recebe na sua vida.
Nesse sentido, na minha opinião, os padrinhos de batismo tem uma função muito clara: orientar seu afilhado dentro da religião católica.
E, em seguida, orientar para a vida… Mas primeiro para dentro da Igreja.
O batizado em si é um ritual da Igreja Católica. Um ri-tu-al, com significados.
Eu não sei o significado de tudo… Mas sei que jogar água na criança não é só para tirar foto e postar!
Vestir de branco e fazer uma comemoração bonita e cheia de anjinho, não faz parte do ritual sagrado – faz parte da nossa cultura que valoriza isso.
Mas, acima de tudo, batizar é dar um sacramento à criança, inseri-la dentro da igreja católica.
De tudo que eu aprendi sobre o catolicismo, um dos seus compromissos como católico é frequentar é ir à missa todo final de semana, certo?
Muito bem, se você está escolhendo batizar seu filho, você está se comprometendo a ensinar para ele a religião católica, certo?
Pra mim a resposta é óbvia… Certo!
Mas… Eu não sou mais católica (e escrevi detalhes dessa decisão nesse post).
Porque então deveria batizar minha filha?
Para terceirizar a responsabilidade de levá-la à igreja para seu padrinho de batismo?
ESCOLHENDO CAMINHOS
Se você não leu o post sobre porque eu não mais católica, recomendo que leia, para entender o final dessa história…
O principal motivo pelo qual eu decidi não batizar minha filha é porque eu não quero escolher para ela a religião que ela deve seguir.
Eu demorei muitos anos da minha vida para entender que não estava de acordo com o caminho que tinham escolhido para mim, e sofri muito com essa constatação.
Eu simplesmente não quero tomar essa decisão por ela. Quero ensiná-la que existem várias religiões, que cada uma tem suas crenças.
Quero dizer para ela que ela pode experimentar outras religiões. E, se ela quiser, quero apoiá-la nessa pesquisa.
Eu quero que ela escolha o que ela quer ser e não quero escolher por ela.
Simples assim…
E, se ela escolher ser católica, tudo bem! Ela terá oportunidade de ser batizada quando mais velha, quando já consciente das suas próprias decisões.
MAS DAÍ ELA NÃO TERÁ PADRINHOS?
Esse foi outro ponto de discussão intensa entre eu e meu marido…
Eu não queria batizar minha filha. Ele fazia questão que ela tivesse padrinhos – e eu também gostava muito da ideia!
Foi aí que comecei a pesquisar sobre a possibilidade de ela ter padrinhos mesmo sem ser batizada.
E, sabe o que eu constatei na minha pesquisa? Que, normalmente, padrinhos remetem ao batizado, ao ritual da Igreja Católica.
Fico aqui pensando quantos e quantos pais batizam seus filhos apenas para que eles tenham alguém para chamar de dindos, sem pensar no significado que há por trás de tudo isso.
E qual o final da história?
Minha filha terá sim padrinhos! Mas não de batismo!
E não será um casal, será apenas uma madrinha.
Nós a escolhemos com muito carinho porque queremos que ela participe da vida da nossa filha.
Conversamos e explicamos nossa interpretação desse assunto para ela – e ela topou.
Com isso, coração de mãe fica em paz sabendo que minha filha terá uma madrinha para chamar de dinda, mas sem passar pelo ritual do batizado.
E é assim que eu continuo a minha maternidade: tomando decisões pensadas e não sendo levada pelo que todo mundo faz.
E é só o começo…
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Oi Pri, não só entendi como apoio… também fui batizada, fiz catequese e crismada… mas hj se tivesse filhos, tambem não seguiria este ritual com eles…. Sabe o quanto amei ser escolhida como a “Dinda da Nati” fiquei mais que emocionada e quero e vou estar sempre que possível presente e espero que ela veja em mim uma amiga, confidente e que me tenha como seu exemplo e apoio pra tudo…
Amo muito essa familia linda… vc… Caio… minha pequena e paçoquita…
bj
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Também amamos vc Fabi!! Logo vai sair um post especial para vc!!
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Tudo o que eu penso também… Já ‘sofro’ com isso sem nem filhos ter ainda…
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Nossa que conforto em te encontrar . Em 2020 kkkk
Eu tenho um bebê de 7 meses e também não vou batiza-lo
Apesar de eu e o pai dele sermos batizados na igreja católica, da mesma forma como tu relata, por cultura familiar e hoje não somos católicos também
Então decidi não batiza-lo pelos mesmo motivos
Mas a ideia dele não ter DINDOS me fazia pensar, pq eu, apesar de batizada não tive DINDOS, tive padrinhos, tios e suas namoradas da época, que não ficaram juntos e meus dindos seguiram apenas tios, e na infância ver meus outros primos, amigas e até meu irmão com seus dindos e dindas que lhes davam presentes e eram presentes me deixava chateada, pq eu não tinha
E não quero essa frustração pro meu filho também, então também pensei nessa alternativa não religiosa para ele ter dindos, mas não sabia se estava fazendo algo ok, até pq não tinha visto nada desse tipo ainda
Agora, nós já tomamos a decisão e escolhemos com muito cuidado e carinhos os dindos do nosso amorzinho, e claro sem casais kkkkkk mas pessoas que amamos e sabemos que amam nosso filho tbm
Muito feliz em ler teu relato e saber que não to sozinha quanto nossa decisão kkkkkk
obrigada e felicidades, se cuidem
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Poxa…. Queria ter lido esse texto antes de decidir os padrinhos da minha filha. Sou católica mas não sigo a religião,não frequento a igreja , apenas gosto de estudar o evangelho. Mas minha família é muito tradicional. Por impulso escolhi padrinhos para minha filha por escolher . A madrinha dela nem da tanta atenção, só dá presentes e isso me faz mal, sabe. Ainda não batizamos minha filha por conta dessa pandemia, e sinceramente…não tenho vontade de batizar e ainda queria que eu não tivesse escolhido os padrinhos, preferia q ela tivesse ficado sem. Pena ter visto esse texto só agora, mas espero q ajude outras pessoas com essa mesma linha de pensamento. Muito obrigada!