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FISICAMENTE FORA DA BARRIGA, MAS TOTALMENTE DEPENDENTE DE VOCÊ
É, ninguém te conta que existe o quarto trimestre da gestação… Mas depois que você engravida e começa a estudar você descobre a existência dele!
Trata-se, na verdade, dos 3 primeiros meses do bebê com você, fora da barriga.
A conexão continua tão grande e tão intensa, que é como se o bebê ainda não tivesse nascido – e por isso é chamado por muitos como quarto trimestre.
E também é muito conhecido como puerpério – uma das fases menos coloridas da maternidade.
Na verdade o puerpério dura mais do que esses três meses iniciais, mas tende a ser mais intenso neles.
Dores misturadas com adrenalina; cansaço misturado com alegria; choro misturado com felicidade; angústias misturadas com amor.
É um mix de sensação inexplicável… Mas estou tentando contar um pouquinho como foram meus três primeiros meses de puerpério nesse post!
NASCIMENTO: QUANDO A FASE MUDA
É fato que a mudança mais brusca acontece com o nascimento do bebê!
O início de tudo foi, para mim, pautado de muitas dores do parto e da amamentação.
Eu já escrevi bastante sobre o comecinho da vida da minha filha, e você pode ler esses posts:
- Meu relato do parto da Naty;
- Meus dias na maternidade;
- Sobre a função: amamentar;
- 3 coisas que eu aprendi no meu primeiro mês como mãe;
- Minha recuperação do parto.
Então o primeiro mês foi literalmente de sobrevivência, tentando entender a nova dinâmica da casa.
Isso tudo aconteceu, no meu caso, no mês de dezembro e coincidiu com a licença paternidade do meu marido.
E então entramos no segundo mês…
ESGOTAMENTO TOTAL
Cansaço. Fadiga. Esgotamento.
Não sei qual a melhor palavra para descrever o sentimento predominante do meu mês de janeiro.
Só sei que nunca na minha vida me senti tão esgotada.
Toda aquela adrenalina do nascimento do bebê vai indo embora…
As festas de final de ano passaram…
O papai voltou a trabalhar…
E eu tive que encarar a vida nova, sozinha, em casa!
Mas calma, nem tão sozinha assim…
Eu até estava na expectativa de conhecer a minha nova realidade, trabalhando e cuidando do bebê.
Mas a rotina mesmo veio a ser conhecida só na próxima fase… Porque no mês de janeiro eu recebi duas visitas mais do que especiais que, além de não me deixarem conhecer a rotina, me ajudaram a descansar.
A primeira delas foi da minha mãe – e seis semanas depois do nascimento da Naty ela nunca tinha passado tantos dias sem chorar!
O colo da vó foi mágico! E a vó não largava ela um minuto sequer!!!
Nossa, como eu descansei! Como eu dormi – esticada na cama sem ter um bebê do meu lado ou em cima de mim.
Como eu trabalhei – e me senti realizada, produtiva.
Tomar banho no meio do dia – que luxo!
Uau, foi uma companhia e tanto que renovou meu fôlego para o que ainda me aguardava.
E até acostumou a neném mal porque, depois que a vó foi embora, deu uma certa preguicinha de assumir todas as atividades intensas de novo.
Mas foram só dois dias de lamentação – até porque não tinha muita opção…
E, uma semana depois, chegou parte da família!
Bisa, biso, tios e primas vieram conhecer a bebê!
Dessa vez a dinâmica foi diferente, porque eles ficaram numa casa de praia, há 25 minutos (sem trânsito) de casa.
O sem trânsito é um dado importante porque, em pleno janeiro, o mesmo trajeto demorava 1h30 em alguns dias.
Então a não rotina se estabeleceu novamente… E todos os dias íamos para a casa da família!
Muitos colos para conhecer, muita gente para interagir!
A ajuda aqui foi diferente da primeira: baseava-se principalmente em ter companhia!
Conseguir conversar sem ficar imersa na solidão do dia-a-dia da maternidade.
E, só de conseguir dar banho nela e tomar banho com ajuda da bisa, já era um grande alívio da rotina!
Foram mais 7, 8 dias que eu pude descansar minha cabeça e recarregar novamente as energias, porque era sim muito necessário!
Eu não consigo imaginar como teria sido meu segundo mês sem essas ajudas… Foram fundamentais para manter, principalmente, minha sanidade mental.
Realmente é difícil não pirar… E as ajudas foram fundamentais nesse processo!
AGORA SIM, A ROTINA!
Então chegou fevereiro, o 3º mês do puerpério!
Hora de conhecer a rotina…
E, pra começar com o pé direito (só que não), vieram as vacinas dos 2 meses de idade. Pra partir do coração de mãe… Pra sentir a maternidade batendo forte.
Não na hora de tomar a vacina – isso foi relativamente fácil de suportar e dar o apoio ao neném.
O difícil mesmo foi a reação. 48 horas de febre e dor local.
Mamãe grudou no neném como ainda não tinha grudado. Tudo que eu queria era que aquela dor passasse…
E ela passou!
Começaram as fases dos sorrisinhos… da interação, da conversa!
Ficar com o neném começou a ser uma tarefa mais divertida – afinal de contas, não era mais apenas trocar fralda, mamar e dormir.
Agora também tinha interação, sorrisinhos…
E da metade do mês pra frente, conversinhas!! Descobri que tenho uma filha tagarela – já com 2 meses de idade!
E todos os dias era uma conversação só!! Agu, Ahhh, Bababa…
A rotina foi se estabelecendo devagar…
O sono do neném já não era tão grande – e ela passou a ficar a maior parte do dia acordada.
Eu comecei a ficar muito contente com 2 horas de trabalho por dia!
A vida mudou…
Tem dias que é uma delícia!
Passamos o dia rindo e conversando… Nas dormidas do dia mamãe trabalha e, na soneca da tarde mamãe emenda e dorme junto!
De noite, já começamos a criar nosso ritual do sono, lendo um livro antes de dormir.
Mas tem dias que tudo que eu tenho a fazer é respirar fundo e esperar acabar…
O choro sem motivo aparente por minutos seguidos me enlouquece.
O sono sem conseguir dormir me atormenta.
A vontade de tomar banho sem poder me incomoda.
Por isso nós contamos os segundos para a hora do papai chegar em casa, pra gente dividir as atividades.
E, no final, tudo passa…
E a gente não lembra que horas foi a última mamada, nem a última troca de fralda – mesmo que tenham passado poucos minutos.
A noção de tempo fica louca e o dia parece não acabar mais…
E toda loucura é compensada por sorrisinhos e conversinhas não entendíveis.
E pelas manhãs de final de semana quando a família acorda e brinca junto na cama – mesmo que seja às 6h30 da manhã!
A vida mudou sim, para muito melhor!
É fácil? Não, definitivamente não é fácil.
Cuidar da cabeça e dos loucos pensamentos que a toda hora aparecem é de fato o maior desafio.
E a gente ainda insiste para curtir intensamente cada momento, pois sabemos o quão rápido passa.
E é só o começo, de uma vida plena, realizada, cansada mas feliz, muito feliz!
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Pois é, os primeiros 3 meses são sempre os que enlouquecem as mães!! Mas se serve de consolo, te achei até muito calma, centrada, tranquila… A Bebê estava lá se esgoelando e você falava: enrola ela aí que ela tá com fome mas eu quero tomar banho! E lá ficávamos eu e o Caio tentando achar um jeito dela não chorar pelos próximos 10 minutos… O que não funcionava kkkkkkkkk… Tenho certeza que a Naty será uma bebê e criança bem calma, pops você sabe passar pra ela tranquilidade mesmo quando o mundo dela esta acabando!
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Pra mim tá sendo visível a mudança. Pode ver, até na minha rotina de blogue, mudou bem. Fim de semana é com o neném e a Môça, e familia. Temos de usar o tempo para que os avós tenham mais contato com o neném e vice-versa. Cuidar mais da casa, das coisas do neném. Dar mais atenção à Môça, que anda cansada. Quem quiser me seguir, beleza. Meus amigos atuais não me chamam nem pra tomar sorvete na praça. Criança pequena atrapalha hahahaha!
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hahaha é verdade!! A gente acaba passando por uma seleção natural do círculo social!