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UMA NOVA MULHER APARECEU AQUI DEPOIS DA MATERNIDADE… MAS, QUEM SERÁ ELA DE FATO?!
Acabo de atingir outro marco pós-maternidade: a primeira menstruação.
Eu não sei você, mas eu, durante toda minha vida, nunca havia ficado tanto tempo sem menstruar.
Foram 20 meses no total: os 9 da gestação, e mais 11 depois que ela nasceu.
Minha menstruação aconteceu faltando 1 semana para minha filha completar 11 meses.
Eu não estava muito preocupada com quando isso aconteceria não… Sabia que seria entre os 6 meses dela, e não me preocuparia com isso até 1 ano e meio dela.
E, embora a semana tenha me dado alguns sinais, confesso que fiquei surpresa quando notei que havia menstruado!
Uauuu, voltei a ser mulher de novo!!
Mas mais que uma mulher, uma mulher agora também mãe.
E claro que isso me gerou uma reflexão que eu resolvi vim escrever aqui no blog!
E, só para constar, esse é um post de maternidade real – não de maternidade fantasiada…
MULHER, MÃE, LAR
Eu preciso te dizer que minhas responsabilidades do lar depois de me tornar mãe aumentaram (e muito!).
E eu ainda não estou totalmente adaptada a elas – pelo contrário, elas ainda pesam muito nas minhas costas, e tem sido alvo constante de desentendimentos dentro de casa.
Aos poucos eu tento conversar, dividir, aceitar, ou arrumar uma forma melhor de fazer.
Mas é fato, a mulher que renasceu, agora como mãe, faz coisa pra cacete dentro de casa (desculpa o palavrão).
Antes da Naty nascer as atividades domésticas eram feitas em conjunto por mim e pelo meu marido.
Tínhamos nossa forma especial de limpar a casa, cozinhar… E não havia necessidade de uma frequência tão grande dessas atividades – uma vez por semana e olha lá estava tudo certo!
Essa parte de fazer tudo junto mudou muito com a maternidade. É bem desafiador ter o mesmo ritmo de antes.
Claro que em um ritmo mais lento, existem algumas atividades do lar que eu consigo fazer com a Naty em casa.
E, como ficamos bastante tempo por aqui, acabou que essas tarefas se acumularam, inconscientemente, nas minhas costas.
Se antes limpávamos a casa juntos uma vez por semana, hoje eu varro sozinha 3 a 4 vezes por semana.
Também tiro o lixo que já não dura mais a semana toda.
As roupas que antes eu lavava em 2 dias (sábado e domingo, revezando quem estendia) – hoje eu lavo praticamente todo dia… 2 dias acho que é o prazo que a máquina fica desligada, porque todo o restante da semana ela funciona.
Cozinhar então?!? Essa pra mim tem sido a parte mais desafiadora de todas!
Primeiro porque ainda faço comida separada para nós e para o bebê… Algumas coisas já são feitas junto, como o arroz, mas outras eu ainda separo.
E olha que, nesses momentos, viva o BLW que me permite fazer coisas fáceis para ela – juro que ainda não consigo me imaginar amassando/batendo a comida para oferecer. Já tenho preguiça de oferecer assim, imagina se tivesse que fazer mais esforço ainda…
Segundo porque ainda não me adaptei com as novas quantidades…
Para nós, adultos, tudo bem a comida acabar! “Qualquer coisa” mata a nossa fome.
Mas o mesmo não se aplica a minha filha… E eu também não quero que se aplique.
Então são contas e mais contas para saber até que dia a “marmita” dela vai durar… Quando eu tenho que cozinhar de novo para ela.
E terceiro (e uma das coisas que mais me mata nesse processo) é a decisão: o que cozinhar.
Que envolve não só decidir, como também comprar e escolher o melhor dia para fazer.
Sim, meu tempo na cozinha já aumentou e muito.
Não, não escapo da culpa, aquela que persegue todas as mães, de mesmo se esforçando não achar que é o suficiente.
Minha filha come comida esquentada no microondas em 80% das refeições – assim como o restante da família.
Poderia ser melhor? Claro que poderia…
Mas aqui em casa rola a maternidade real e eu espero que ela sobreviva a comida requentada!
E olha que ela tem comido altos pratos nas últimas semanas hein!! Parece até que minha comida ficou mais gostosa!! kkkk
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.
MULHER E AS TRALHAS (EM DOBRO!)
Mulher adora uma tralha pra sair de casa né…
Antes da maternidade, tudo ficava reunido na minha bolsa.
Eu não sou muito de carregar tralhas, então lá morava só minha carteira, minha chave, celular e óculos de sol.
O óculos de sol eu já aboli da minha vida…
A bolsa também…
Afinal de contas, por muitos meses, eu tinha a bolsa dela para carregar. Então para que levar duas bolsas?!
Simplifiquei tudo e levo uma só! E colocava tudo lá…
Até a bolsa dela virar a bolsa da escolinha… Daí tive que rever onde ficam minhas tralhas…
E se eu achava que tinha tralha… Ah, é porque ainda não conhecia as tralhas da escolinha…
TO-DO-SAN-TO-DIA:
- rever as fraldas;
- se sujou as roupas reservas e precisam ser substituídas;
- se precisa trocar o babador;
- colocar na mala o brinquedo do dia da escolinha;
- a fruta;
- o almoço;
- a água;
- o bilhetinho com orientações para as refeições…
E, na volta, conferir se todos os potinhos voltaram, todas as roupas e brinquedos que foram para a escolinha…
Ah sim, tem que levar e buscar o bebê também – não é só a mala!!
É, definitivamente essa mulher que renasce ainda não se adaptou direito a modalidade mãe que leva na escolinha…
Toda essa logística de montar e desmontar mala, levar e buscar o bebê me suga horrores ainda…
Talvez more aí nesses pontos os motivos do meu cansaço constante.
Mas não acabou…
BOM HUMOR DIÁRIO
Além de todas as responsabilidades que esse serzinho lindo trouxe na minha vida, que não existiam antes, ainda tem a questão do humor.
Confesso que o fato de ela ficar 3-4 horas na escolinha faz meu dia ser diferente!
Eu consigo curtir muito mais ela quando volta – do que quando ficamos o dia todo em casa só nós duas.
Porque essa questão do bom humor constante é séria…
E começa quando o dia desperta… As vezes ela me acorda, as vezes eu acordo ela…
Na maior parte dos dias é sorrisinho pra cá e pra lá…
Mas tem também os dias que acordamos com um choro desesperado… Ou assustados com uma tosse, até um vômito…
E não importa se você dormiu o suficiente, se já está pronta para acordar…
Tem gente precisando de você ali, e bora levantar.
O momento da manhã também é, ainda, bastante desafiador para mim… Especialmente quando começa com esses sustos!
Especialmente quando a noite é mal dormida… Afinal de contas, mãe + sono = luxo!
Eu não acho tão ruim aqui em casa esse processo não… Diria que durmo bem 70% das noites.
Leia de novo: durmo bem. Não está escrito durmo a noite inteira… Isso já há anos não acontece.
Mas as 30% que são ruins… Ah, são ruins mesmo… E acabam com o restante o dia.
O sono nunca mais foi nem será o mesmo – e tá tudo bem, essa parte eu estava bem preparada no pacote “maternidade”.
O que pega mais pra mim é a soneca da tarde – fico louca por ela, só esperando o momento que a Naty durma para eu dormir junto. Momento que muitas vezes demora… ou nem acontece.
E o bom humor tem que continuar…
Inclusive quando você vê aquele monte de coisa pra fazer… Seja da casa para arrumar, seja do trabalho para resolver… Seja só para você…
E tudo que você consegue fazer é ficar olhando o bebê pra ela não se machucar, não pegar coisas que não pode, etc etc…
E… ufa, agora acabou? Quase…
SOBROU TEMPO PARA A MULHER?
Porque além de tudo isso que eu já relatei, ainda existe aqui atrás alguém querendo avançar na sua vida profissional.
E não é simplesmente ir trabalhar, trocar seu tempo por dinheiro, receber um salário no final do mês, independente do seu desempenho no trabalho.
É alguém que quer empreender, fazer do seu jeito, fazer diferente. Fazer o que ama. Atender com paixão.
Ainda tem sido desafiador para mim trocar minha semana de 60, 70 horas trabalhando para se contentar com 15 horas.
Ainda tenho dado conta de tudo – deixando relativamente poucos rastros pelo caminho.
As escolhas foram minhas e eu tenho total responsabilidade sobre elas.
É fato que tenho estado mais cansada, mais dispersa, talvez até não contente com minha ausência de resultados (especialmente os profissionais, que sempre prezei tanto).
Não gosto de ficar reclamando de tudo isso (embora esse post tenha sido uma baita reclamação da vida)…
Mas tem hora que só de colocar pra fora já alivia um pouco esse peso todo, esse peso que ainda estou me adaptando a segurar.
Eu definitivamente não sei se estou pronta para voltar a ser “mulher” depois da maternidade.
- Talvez ainda precise continuar sendo um pouco mais mãe, para me acostumar de fato com todas essas novas responsabilidades, antes de voltar a ser mulher.
- Talvez eu não esteja preparada para muita coisa que queria estar… E quem está preparado para tudo na vida?
- Talvez precise pedir um pouco mais de ajuda e dividir essa carga pesada com mais gente…
- Talvez só precise dormir um pouco mais/melhor…
- Talvez tudo isso passe sem eu fazer nada…
E entre todas as incertezas da mulher que renasce depois da maternidade, uma única certeza:
É só o começo…
Esse post faz parte da Categoria Mamãe Pri Nunes, onde eu divido relatos, experiências e estudos sobre a maternidade. Veja aqui mais posts da fase: “dos sorrisinhos aos primeiros passinhos”.