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DECIDIR, PESQUISAR E ESCOLHER NOSSA PRIMEIRA INTERCAMBISTA: FINALMENTE SOMOS UMA HOSTFAMILY!!
Finalmente, depois de tanto sonhar com esse dia, minha família (que eu chamo de Joyfamily) se tornou uma Hostfamily!
Não sabe o que é isso? Deixa eu te explicar…
Hostfamily são famílias que recebem intercambistas na sua casa, transformando seu lar em uma moradia temporária do intercambista que vem a estudo ou a trabalho, conhecer um novo país.
Nesse post eu vim te contar todo o processo que teve por trás de concretizar esse sonho…
COMO TUDO COMEÇOU
Eu não sei dizer ao certo quando surgiu essa ideia de ser uma hostfamily, mas sei que há anos, há muitos anos, eu e meu marido temos esse desejo.
Antes inclusive de nos casarmos falávamos que queríamos receber intercambistas em casa.
Em 2014, quando fizemos intercâmbio para África do Sul e de fato experimentamos uma hostfamily, tivemos ainda mais certeza do nosso sonho como família.
E olha que nossa experiência passou longe de ser a melhor do mundo – acho que pelo contrário.
Mas serviu para nos mostrar exatamente como não queríamos que fosse nossa família quando recebêssemos um intercambista – e não mudou em nada nosso desejo de ter estrangeiros em casa.
A questão financeira nunca foi um pilar forte de decisão neste ponto.
Nosso maior entrave era o espaço.
Antes da nossa mudança, não considerávamos nosso apartamento confortável o suficiente para ser dividido com um intercambista.
E, como eu contei nesse post sobre nossa mudança, meus olhos brilharam quando eu vi que estaria em uma casa que me permitisse receber intercambistas.
Mais do que isso, essa foi uma condição da mudança!
Só nos mudaríamos para o 701 A se fosse para receber intercambistas.
Caso contrário, teríamos escolhidos outro apartamento.
E COMO EU ENCONTRO UM INTERCAMBISTA?
Acordos feitos, mudança concluída, hora de colocar em prática meu plano de tornar minha família uma hostfamily!
QUE TIPO DE INTERCAMBISTA EU ESTAVA PROCURANDO
O primeiro passo foi escolher que tipo de intercambista eu queria receber.
Esse universo era (e ainda é) um pouco novo para mim.
Mas, na prática, eu estava entre duas opções:
- Receber um intercambista que viesse para estudar/trabalhar;
- Receber uma Au Pair, que viria com o objetivo de cuidar da minha filha.
Na primeira opção, na minha cabeça, eu receberia dinheiro por estar hospedando alguém (só na minha cabeça, continua comigo que vou contar que não foi bem assim).
Na segunda opção, além de hospedar eu teria que pagar – já que o programa é pago.
Confesso que fiquei semanas nessa indecisão.
Eu realmente tinha dúvidas de como começar, pois o começo seria bem importante para testar o modelo na minha casa.
Eu nunca tinha tido uma babá, e nem um intercambista.
Não tinha a menor ideia se daria certo ou não.
Então resolvi ser um pouco conservadora e começar pela primeira opção: receber um estudante ou alguém que estivesse aqui para trabalhar.
Estaria, na prática, testando o modelo de ter alguém, digamos, desconhecido, morando conosco.
Ainda dentro da ideia desse teste, a ideia inicial era receber alguém por poucas semanas.
Eu realmente queria saber como nossa família se comportaria com alguém dentro de casa.
Decisão tomada, bora pro próximo passo.
PROCURANDO AGÊNCIAS
Esse eu acredito que tenha sido o passo mais difícil, e o mais frustrante de todos.
Primeiro porque as informações não são tão claras assim…
Todas as agências tem boas explicações pela internet mas cara… É uma pessoa que vai morar na sua casa!
A internet não é suficiente, eu queria falar com alguém, tirar dúvidas, entender como funcionava.
Me lembro de ter contatado pelo menos umas 7 agências – e não foram todas que me deram retorno.
Algumas que me retornaram não souberam explicar da melhor forma possível as minhas dúvidas.
Realmente o trabalho das agências me frustrou, eu esperava mais profissionalismo.
Mas ok, aceitei que nesse mercado é assim mesmo e, bola pra frente.
O grande motivo mesmo da minha decepção foi a questão financeira.
Em todas as agências onde conversei, o trabalho de ser uma hostfamily é 100% voluntário.
Isso mesmo, não receber absolutamente nada para hospedar alguém.
Não, eu não estava pensando em ficar rica hospedando intercambistas. Não era esse meu objetivo, meu plano.
Mas confesso que esperava pelo menos uma ajuda de custo, suficiente para cobrir os custos adicionais que eu tenho de ter mais alguém morando na minha casa.
Custos como água, gás e energia que se gasta a mais; e comida.
Eu realmente fiquei bem frustrada por não encontrar nenhum programa que me remunerasse por isso.
Se, por um acaso, você conhece um, por favor, deixa aqui nos comentários para mim!
Eu continuo em busca!
Porque verdadeiramente eu acho que isso é coisa de Brasil…
Nos EUA você recebe para receber intercambistas.
Quando eu fui para a África do Sul, eu paguei para estar na minha hostfamily (e não foi barato não…)
Então, vencida minha decepção e, firme na expectativa de realizar meu sonho, eu aceitei que não receberia nenhum valor monetário por isso e dei continuidade no processo – frustrada, mas dei!
Conforme eu fui adentrando nesse mundo, eu entendi que não apenas o trabalho da hostfamily é voluntário.
Quem trabalha nas instituições também realiza trabalho voluntário.
Isso talvez explica um pouco a falta de profissionalismo encontrada.
O que eu acho um desperdício de recursos porque, se fosse algo mais organizado e remunerado, provavelmente mais pessoas se interessariam por isso.
Mas não vamos entrar nessa discussão agora né lado empreendedor?!
ENCONTRANDO AGÊNCIAS
Meu contato se estendeu com duas agências: AFS e AIESEC.
A AFS recebe estudantes do ensino médio, de 15 a 18 anos, pelo período de 1 a 2 semestres.
Como eles frequentam escolas regulares no Brasil, o programa tem prazo para começar e terminar.
E eu estava realizando essa busca no final de janeiro – logo, havia perdido o prazo do primeiro semestre.
De qualquer forma, fiz meu cadastro para o segundo semestre e agora estou só esperando.
Dentro da atividade voluntária da hostfamily neste caso, está prover hospedagem e alimentação para o intercambista.
Se rolar eu ter um intercambista da AFS eu volto te contar como foi!
A agência que deu certo de fato foi a AIESEC – tão famosa em todo o mundo!
Nos programas de intercâmbio da AIESEC são aceitas pessoas de todas as idades – e acaba se concentrando mais na faixa etária universitária, entre 20-30 anos.
Elas vem realizar trabalho voluntário em diversas instituições que são credenciadas à AIESEC local.
No modelo da AIESEC, minha única responsabilidade era hospedar o intercambista, já que eu não tinha obrigação de fornecer alimentação.
AIESEC
Portanto eu decidi me tornar, então, uma hostfamily da AIESEC!
E, com essa decisão tomada, o processo foi assustadoramente mais rápido do que eu imaginava.
Se eu fosse a pessoa mais desenrolada do mundo, minha intercambista teria chegado em casa no exato dia que eu comecei a procurar uma intercambista!
Então calma né… Estamos falando de ter alguém morando na minha casa!
Eu não imaginava que seria assim tudo tão rápido… Não mesmo!
O processo entre eu começar a busca pelas agências e minha primeira intercambista chegar durou menos de 1 semana.
Foi muito rápido mesmo!
Então conforme eu conversava com a AIESEC ia também conversando com meu marido.
A AIESEC me mandava uma foto, onde havia uma descrição das opções de intercambistas disponíveis, dentro do perfil que eu escolhi – mulher e jovem.
Ao todo, recebi 7 opções diferentes de intercambistas para escolher.
Sentei com meu marido e escolhemos – e contei melhor sobre essa escolha aqui.
Feita a escolha, troquei com a AIESEC um contrato com assinatura virtual, determinando meu vínculo.
Contrato bem mal feito, diga-se de passagem…
Não constava no contrato nem o nome da intercambista, nem a data de chegada e partida dela.
Como você pode ver, a informalidade rola solta aqui… Frustrando mais uma vez minhas expectativas.
Não que quisesse algo burocrático… Mas ao menos algo mais organizado e sério.
O fato é que assinei o contrato (virtualmente) quando minha intercambista já estava hospedada em casa.
Enfim… Vencidas todas essas frustrações, o sonho estava se concretizando!
Dia 01/02/2019, a Joyfamily se tornou, finalmente, uma hostfamily! Realizamos um grande sonho da nossa família!
No próximo post vou contar mais sobre nossa primeira intercambista!