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A gente pensa que sabe controlar as emoções, até estudamos pra isso… Até que vem uns minutos de desespero…
Estava jantando em casa e o Rafa dormindo no bebê conforto, depois de ter mamado bastante.
Eis que ele se engasga e vomita pela boca e pelo nariz, começando um choro sem fim.
Meu pegou ele imediatamente, eu logo o levei para trocar a roupa toda molhada.
Mas ele não parava de chorar, nada o consolava. Parecia ainda estar engasgado. O corpo todo vermelho.
Fizemos as manobras que conhecíamos e nada acalmava, até que ele começou a ficar roxo… As pernas roxas, a barriga roxa.
Decidimos ligar pra a madrinha dele, que é médica.
A Naty começou a chorar junto… Ninguém entendia nem ouvia ninguém, ninguém sabia o que fazer.
Por áudio de Whatsapp ela nos orientou ir pra UPA, pelo choro ele estava respirando, mas o fato de estar roxo preocupava.
No meio de choro trocamos de roupa correndo (já estávamos de pijama), acionamos a vovó, levamos a Naty lá e corremos pra UPA.
No carro ele parou de chorar e começou a querer dormir. Não conseguia acordá-lo. Não conseguia identificar se ele estava respirando ou não…
O choro ensurdecedor é horrível nessas horas. Mas o silêncio é ainda pior.
Nesse momento eu só queria que ele voltasse a chorar de novo, para ter certeza que ele estava respirando.
Comecei eu a chorar junto… Joy fazendo seu melhor na pista, de pisca alerta ligado, mas claro que teve um engraçadinho que resolveu desafiar e nos fechar não nos dando passagem.
Respira fundo mais uma vez, segura a emoção, confia que vai ficar tudo bem, mesmo sem saber se eu filho está respirando o suficiente pra chegar na UPA.
Quase chegando ele vomita de novo e parece agora ter desengasgado tudo. Nessa hora a gente nem se preocupa com o banho que tomamos…
Finalmente ele parece voltar a respirar mais profundamente.
Chegamos na UPA e entrei chorando mais que ele…
Rapidamente fomos atendidos e, pra alívio do coração da mãe, estava tudo bem. Todos os sinais vitais presentes, embora ele continuasse um pouco roxo.
Fomos encaminhados para uma sala de recuperação, com o diagnóstico de esperar 6 horas de observação para depois fazer um raio x e verificar se não entrou leite em lugar que não deveria ter entrado.
Ao chegar na sala de recuperação não conseguia parar de chorar.
Pelos protocolos de COVID, estava sozinha com ele.
Fui conversando com uma pessoa, com outra (pelo celular) para me acalmar.
Foi uma intensa meia hora para digerir tudo que passei.
Em uma hora nesse dia vivi mais emoção do que em muitos anos inteiros da minha vida…
Pra mostrar que estamos eternamente aprendendo e, mesmo assim, sempre teremos surpresas!
Depois de duas horas em observação a médica nos deu alta.
Disse que era melhor irmos para a casa, passar a noite bem e voltar no dia seguinte para fazer o raio-x.
Era melhor ficar em casa do que correndo o risco de ser contaminada por COVID na UPA.
No dia seguinte voltamos e o médico que nos atendeu disse que, independente do resultado do raio-x, como ele mama apenas peito, não seria necessário fazer nenhuma intervenção, pois o próprio corpo absorveria caso o leite tivesse ido para lugar errado.
O mesmo não se aplicava caso ele tomasse fórmula.
O médico também fez todos os exames manuais e ausculta dele e optou por nem submetê-lo à radiação do raio-x.
Me explicou todas as possíveis consequências que eu precisava ficar atenta – a principal delas seria uma pneumonia.
Nos dias seguintes seguimos de observação.
E felizmente nada aconteceu.
Vencemos o susto!
Uma história para contar, mas da qual não queremos relembrar tão cedo…