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VOCÊ, COMO CONSUMIDOR, REALIZA LOGÍSTICA REVERSA?
Nesse 24º post eu vou falar sobre um dos assuntos mais solicitados pelos meus seguidores: logística reversa.
Esse tema é um pouco polêmico pois relaciona tanto atividades da cadeia produtiva e da logística em si quanto questões ambientais, incluindo temas relacionados a sustentabilidade. Não é a toa que esse tema, dentro das empresas, é tratado tanto nos departamentos de logística quanto no de meio ambiente.
O termo logística inversa ou reversa já vem sendo usado mundialmente há mais de 15 anos. Na minha forma simples de definir os termos, logística reversa é fazer com que as coisas (ou parte das coisas), que chegaram no lugar certo e na hora certa, retornem a sua origem de fabricação para serem reaproveitados.
LOGÍSTICA REVERSA NO BRASIL
No Brasil, a logística reversa foi oficializada pelo governo através da Política Nacional de Resíduos Sólidos (estabelecida pela lei 12.305 de 2/08/2010 e regulamentada pelo Decreto Nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010).
Essa legislação, datada de 2010, prevê que os seguintes produtos passem a ser alvo de logística reversa pelos seus fabricantes:
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– Pneus;
– Pilhas e baterias;
– Embalagens e resíduos de agrotóxicos;
– Lâmpadas fluorescentes, de mercúrio e vapor de sódio;
– Óleos lubrificantes automotivos;
– Peças e equipamentos eletrônicos e de informática;
– Eletrodomésticos (geladeiras, fogões, micro-ondas, freezers, etc.).
Isso é lei – mas, e na prática, como a logística reversa tem ocorrido? Eu vou separar essa análise em três ópticas: agrícola, industrial e varejista.
LOGÍSTICA REVERSA NA ÓPTICA AGRÍCOLA
Na óptica agrícola, o Brasil é líder mundial no retorno das embalagens de defensivos agrícolas (dados de 2009). Por trás dessa liderança, existe o Sistema Campo Limpo, que é gerenciado pelo inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias).
LOGÍSTICA REVERSA NA ÓPTICA INDUSTRIAL
Na óptica industrial, vejo que o tema logística reversa é tratado mais intensamente em função da responsabilidade ambiental que determinadas políticas empresariais conotam do que em função da legislação em si. Existem vários cases desse tema nas indústrias, seja no processo produtivo (logística reversa de matérias primas) seja no produto final.
O fato de haver alguns bons exemplos tanto na óptica agrícola quanto na óptica industrial não significa que as ações estão esgotadas e nem que todos os desafios estão vencidos. A logística reversa em si é trabalhosa, cara e muitas vezes inviabiliza (financeiramente falando) vários projetos que poderiam aumentar as experiências de sucesso desses segmentos.
LOGÍSTICA REVERSA NA ÓPTICA VAREJISTA
Agora, eu vejo que o maior desafio ainda está na óptica do varejo – ou seja, em nosso papel como consumidores. E, maior do que o problema logístico da falta de escala (nós consumimos muitos produtos em pequena quantidade e nossas casas são espalhadas por todo o território nacional), eu vejo que falta mesmo comunicação. Quando eu digo isso, me refiro a comunicação no sentido de:
- Saber que o produto que estamos adquirindo deve ser retornável. Isso geralmente fica em letras pequenas nas embalagens, sem sinalização de postos de coletas que fazem esse tipo de recolhimento;
- Divulgação dos centros de coleta – geralmente supermercados e shoppings que fazem o recolhimento desses materiais tem um espaço com um pequeno cartaz. Por exemplo, eu nunca vi nenhuma ação de marketing relacionada a: “venha fazer compras aqui e aproveite e traga seu óleo e sua pilha usada para o correto descarte”.
Na óptica varejista, eu vejo que antes de nos preocuparmos com processos logísticos em si, precisamos nos educar para conhecer os produtos que são alvos de logística reversa e onde estão os pontos de coleta desses produtos.
Eu te desafio a passar a observar, nos lugares que você frequenta, essas ações e, só de tomar conhecimento delas, tenho certeza que sua visão sobre assunto já vai mudar bastante! Aproveita e deixa aqui nos comentários suas experiências, como consumidor, na industria ou na área agrícola.
Esse link também traz uma reportagem bem interessante sobre o tema.
Nos vemos nos próximos 2 minutinhos! Até lá!
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