Tempo de leitura: 14 minutos
Existem quase 700 empresas disponíveis na bolsa de valores brasileira. Se você não souber identificar quais ações comprar, poderá acabar caindo em armadilhas.
Mas fica tranquilo, você não vai precisar analisar ação por ação…
É por isso que nessa decisão nós vamos montar a sua “Carteira Teórica”, selecionando as ações que irão fazer parte dela.
Conheça o Projeto 10 decisões aqui!
Já passamos por 4 decisões até o momento, e você pode revisitá-las através dos links:
- #1 – Por que você quer investir na bolsa?
- #2 – Decidindo seu método para operar na bolsa de valores
- #3 – Qual dinheiro você vai usar?
- #4 – Por onde aplicar o seu dinheiro?
Agora, chegou o momento de definir: afinal de contas, quais ações comprar?
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Estou falando da sua carteira teórica.
Prefere assistir esse conteúdo do que ler?
O QUE É UMA CARTEIRA TEÓRICA
Esse termo eu aprendi quando fiz o Árvore da Riqueza, método do GuiaInvest que eu escolhi para estudar e me capacitar para operar na bolsa de valores.
Sendo assim, chamo de “Carteira Teórica” o conjunto de ações que eu considero confiáveis o suficiente para que eu possa comprar.
Essa confiança é fundamental para mim pois, como você já sabe, investir em ações é um investimento de risco.
E, pela minha experiência, os riscos são minimizados com conhecimento (método, decisão #2) e informações sobre a empresa a qual eu vou investir.
Não significa que eu zere os riscos associados a operação… mas eu os minimizo e, mais importante que isso, me tranquilizo!
No momento que estou escrevendo esse post, existem disponíveis na bolsa de valores 685 ações para serem compradas.
Eu seria louca se, para fazer a minha primeira operação, analisasse cada uma delas para enfim decidir quais ações comprar.
Por esse motivo, a montagem da minha carteira teórica vem com o objetivo de, através de critérios fundamentados, minimizar a quantidade de ações que eu vou precisar estudar para fazer a minha primeira ordem.
Então vamos conhecer quais são esses critérios?
#1 – ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
O primeiro critério que eu uso para decidir quais ações comprar é uma análise fundamentalista — que nada mais é do que uma análise sobre os fundamentos contábeis da empresa, para saber como ela anda.
Uma boa análise fundamentalista tira todas as empresas que vão “mal das pernas” da minha vista.
Existem dezenas de maneiras de você fazer uma análise fundamentalista — muitas delas, inclusive, alvos de cursos distintos.
Vamos pular aqui a parte de pegar balancete, DRE e fluxo de caixa para transformar todos esses números em informação para tomada de decisão, combinado?
Essa etapa (bem chata na minha opinião) eu prefiro deixar para os contadores e para os desenvolvedores de apps e sistemas.
Buscando praticidade no processo, eu escolhi um único critério de análise fundamentalista para analisar.
Esse critério é a quantidade de estrelas que a plataforma do GuiaInvest dá para cada ação.
Não vou me aprofundar muito sobre como o GuiaInvest faz para classificar cada ação em um número de estrelas – que varia de 0 a 5 estrelas.
Dentro do curso do Árvore da Riqueza e, em materiais do GuiaInvest, eles fazem toda essa explicação.
O fato é que, quanto mais estrelas uma empresa tem, mais credibilidade ela possui.
Ah Pri, e existem empresas sem credibilidade na bolsa?
Sim… Existem!!
Considerando o mês de novembro de 2019 e, segundo as análises do GuiaInvest, veja o número de ações consideradas com cada uma das estrelas:
- 0 estrelas: 360 ações ou, 53% do total
- 1 estrelas: 113 ações ou, 16% do total
- 2 estrelas: 131 ações ou, 19% do total
- 3 estrelas: 68 ações ou, 10% do total
- 4 estrelas: 13 ações ou, 2% do total
- 5 estrelas: 0 ações.
O meu nível de corte aqui é, pelo menos, 3 estrelas.
Ou seja, das 685 ações totais da bolsa, só me interessam as que têm mais de 3 estrelas. Dessa forma, sobraram “apenas” 81 ações.
Ufa, pouco mais de 10% do total!
Já diminuiu a quantidade de ações que poderão entrar na minha carteira teórica!
Quero fazer algumas considerações sobre essa avaliação em estrelas:
- Ela é mutável – ou seja, a análise feita hoje é diferente da análise feita daqui a 3 meses. Isso acontece porque uma empresa bem classificada hoje pode não ser daqui algum tempo se seu resultado não permanecer bom;
- Como você pode notar, nenhuma empresa possui classificação de 5 estrelas – e isso é super normal! Quase nenhuma empresa da bolsa é “perfeita” contabilmente para estar apta a entrar na avaliação máxima fundamentalista;
- O GuiaInvest não usa mais essa avaliação por estrelas como usava no passado. Ela foi substituída pela avaliação do GI Score. Porém eu continuo usando a avaliação das estrelas por ser mais prática para o que eu preciso e, para meu nível de análise, faz super sentido.
- Se você quiser saber mais sobre os critérios que o GuiaInvest usa para chegar no GI Score, recomendo que faça um curso deles!
Última observação antes de mudarmos de critério: todas essas informações mudam com o tempo!
Por isso é importante sempre estar atualizando sua base de dados!
#2 – ANÁLISE DO PREÇO JUSTO
O segundo critério que eu utilizo para decidir quais ações comprar é a análise do preço justo.
Essa análise também pode receber outros nomes, como valor intrínseco, número de Graham, entre outros.
Vou chamar aqui de preço justo, ok?
Esse número vem da escola que eu estudei (de novo, método, decisão #2), que tem como objetivo conhecer o valor intrínseco de cada ação.
Graham é o fundador dessa análise do valor intrínseco e, por isso, é atribuído o nome dele a esse número.
Mas o que é afinal do valor intrínseco, o preço justo ou número de Graham?
É, na verdade, o quanto uma ação deveria estar valendo.
Imagine o seguinte: você tem um apartamento.
Quanto vale esse apartamento?
Você faz uma pesquisa pelo valor do metro quadrado da região que você mora e chega a conclusão de que seu apartamento vale R$ 300 mil.
Esse é o valor intrínseco do seu apartamento.
Porém você está precisando vender o apartamento com muita urgência e só encontrou um comprador disposto a pagar R$ 220 mil – e você aceitou fechar o negócio.
Então aquele apartamento que teoricamente vale R$ 300 mil foi vendido por R$ 220 mil (este último, o preço de venda).
Para você, que vendeu, talvez não tenha sido um negócio muito bom financeiramente dizendo… Você vendeu barato, pois precisava do dinheiro.
Mas, para o comprador desse apartamento, provavelmente ele fez um bom negócio.
Se ele conseguir encontrar uma oportunidade no preço justo e, 6 meses depois de comprar de você ele vender o apartamento por R$ 300 mil, ele terá tido uma valorização de 36%!
Agora pegamos esse conceito e aplicamos às ações.
O valor intrínseco para definir quais ações comprar significa quanto aquela ação deveria valer, de acordo com a metodologia desenhada por Graham.
E o preço da ação é quanto realmente essa ação está sendo vendida no momento.
Se o preço da ação estiver mais cara do que o valor intrínseco, significa que ela está “super-valorizada” frente a essa referência.
Se o preço da ação estiver mais barato, há uma desvalorização.
A teoria do valor intrínseco indica que, no médio prazo, o preço da ação tende a ser igual ao valor intrínseco.
Portanto o valor intrínseco acaba sendo um valor de referência para saber se o preço da ação está barata ou cara.
- Toda vez que a ação estiver abaixo do valor intrínseco, existe uma oportunidade de compra;
- Toda vez que a ação estiver acima do valor intrínseco, não é uma boa oportunidade de compra e, caso você esteja com a posição comprado, hora de vender!
Esse é o segundo critério que eu utilizo para montar minha carteira teórica – avaliando a diferença entre o valor intrínseco e o preço da ação.
Ah Pri, e como você encontra o valor intrínseco?
Direto na plataforma pró do GuiaInvest.
Dentro do curso Árvore da Riqueza até é ensinado outros lugares de encontrar o valor intrínseco calculado, mas achei que nessa plataforma é o local mais prático!
Então não, eu não calculo o preço justo da ação – eu pego pronto no GuiaInvest e aceito aquele valor!
Vamos aos números? Lembrando que eles foram coletados em novembro de 2019.
Das 685 ações existentes na bolsa, apenas 290 tem valor intrínseco calculado – 42% do total.
E está tudo bem essa relação porque, para calcular o valor intrínseco, é necessário que a empresa tenha muitos indicadores contábeis e, como vimos antes, é bem normal as empresas não terem tantos indicadores assim…
Agora, daquelas 81 ações que haviam sobrado no meu primeiro filtro, todas possuem valor intrínseco calculados e:
- Para 34 delas, o preço atual é mais barato do que o número de Graham – ou seja, não são boas ações para serem compradas no momento;
- 47 delas estão com o preço atual maior do que o número de Graham.
É assim que minha carteira teórica chega no número de 47 ações.
#3 – CRITÉRIOS ADICIONAIS
Para selecionar de fato a minha carteira teórica, eu considero ainda:
- Apenas as ações que tem final 3 – é o tipo de ação que eu mais gosto de comprar (se você quiser entender mais sobre o número no final da ação leia esse artigo);
- Para as ações com 3 estrelas, considero apenas as de governança em Novo Mercado – outra regra fundamentalista que estabeleci a partir do método que estudei.
Aplicando esses critérios adicionais, cheguei num total de 19 ações que compõe a minha carteira teórica.
E essa é a decisão que eu tomei: são essas as 19 ações que eu vou estudar para ver qual delas darei ordem de compra.
E essa é a decisão que eu espero que você tome: quais são as ações que estão dentro das alternativas para você escolher fazer sua primeira operação.
Ah Pri, e precisa seguir exatamente o método que você está sugerindo?
Obviamente não… Estou aqui apresentando o que eu faço e, na prática, o que eu recomendo.
Mas fique a vontade para escolher quais ações você irá escolher.
Recomendo que:
- Você tenha um método para escolher sua carteira teórica;
- Fuja das modinhas – aquelas ações que estão todos falando e comprando/vendendo. Essas certamente são as mais furadas.
ATUALIZAÇÃO DA CARTEIRA TEÓRICA
Conforme comentei, os critérios que utilizo para montar minha carteira teórica mudam conforme o tempo.
Em relação a análise fundamentalista, a quantidade de estrelas de uma empresa, essa informação pode sofrer alterações pelo menos 4 vezes por ano.
Ou seja, sempre que são divulgados os balanços trimestrais.
O calculo do valor intrínseco também está relacionado a divulgação das informações contábeis, portanto pode mudar a cada trimestre também.
E, para comparar o valor intrínseco com o preço atual da ação, essa comparação pode ser feita a todo minuto – já que o preço atual da ação muda a todo momento.
Então na prática, o que eu te recomendo?
Que você atualize as informações do número de estrelas e do valor intrínseco a cada 3 meses.
Pode atualizar uma vez por ano? Pode, mas obviamente pode ser que mude!
Agora a análise do preço da ação é algo que você deve fazer diretamente no dia que você irá tomar sua decisão de compra da ação.
Porque é algo que muda a cada momento.
Ah, e última coisa que eu preciso te dizer: se o valor intrínseco muda periodicamente, quer dizer que sua análise pode mudar quando o valor intrínseco se modificar também? SIM!
Sua análise pode e provavelmente irá mudar.
Vou te dar um exemplo.
Você fez a análise hoje e encontrou uma ação cujo preço estava 10; e o valor intrínseco 20.
Achou uma boa oportunidade de mercado e comprou.
Daqui 6 meses você atualizou sua informação de valor intrínseco e este não é mais 20, agora é 15.
Isso significa que você precisa verificar o andamento da sua ordem de venda e atualizá-la.
Não se preocupe muito com isso agora, vamos falar mais sobre esse assunto nas próximas decisões.
Por enquanto eu preciso que você saiba que o valor intrínseco irá mudar sim; embora pela minha experiência não mude de maneira muito brusca.
Só fique atento a essas mudanças!
DEFININDO QUAIS AÇÕES COMPRAR: NA PRÁTICA
Lembra que meu objetivo aqui é te ensinar na prática a encontrar todas as informações para definir quais ações comprar?
Pois então, tudo que eu escrevi até agora está te mostrando a teoria de como eu monto a minha carteira teórica.
Dentro da área de membros dos Melhores Amigos Investidores, eu coloquei tutoriais diretos de como eu faço para entrar na plataforma do Guiainvest e extrair esses dados numa planilha de excel;
E depois como eu faço a análise desses dados e chego na minha carteira teórica.
Esses tutorais são, na minha opinião, o conteúdo mais precioso deste projeto!
Todo o conhecimento que eu adquiri fazendo o curso Árvore da Riqueza eu sistematizei nessas extrações e análise de dados do GuiaInvest.
Foi a partir das informações que gerei por este método que eu fiz o resultado que fiz na bolsa.
Se você quer se tornar meu Melhor Amigo Investidor, não perca mais tempo! Venha agora mesmo fazer parte dessa lista seleta de novos investidores rumo à liberdade financeira.
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Lembrando que estamos na metade das 10 decisões.
Depois de ter sua carteira teórica em mãos, eu vou te ensinar a analisar cada ação para montar suas ordens.
Bora continuar?!
Confira as 10 decisões antes de operar na bolsa de valores:
#1 – Quanto tempo você vai investir?
#2 – Qual método vai usar?
#3 – Qual dinheiro vai transferir?
#4 – Por onde você vai aplicar?
#5 – Quais ações irá comprar?
#6 – Como vai controlar suas operações?
#7 – Como vai analisar seus resultados?
#8 – Quais seus rituais semanais e mensais?
#9 – Como vai declarar no imposto de renda?
#10 – Como você vai definir sua ordem?