Tempo de leitura: 12 minutos
DEIXAR DE SER UM PROBLEMA NA PENSÃO E GERENCIAR A MESADA QUE EU GANHAVA DO AVÔ PATERNO FORAM OS MARCOS INICIAIS DA MINHA VIDA FINANCEIRA
Eu estou passando por um momento de vida bastante dividido!!
Metade dos meus esforços se concentram em estudar e me preparar para me tornar mãe.
A outra metade corre desesperadamente atrás do tempo perdido para consolidar meus conhecimentos em educação financeira.
Isso mesmo, a palavra é essa: consolidar! Porque na prática eu considero que tenho uma excelente educação financeira – só que, mais do que fazer para mim, eu quero transformar isso em algo que eu possa compartilhar com outras pessoas!
Esse é o espírito do Método Liberdade Financeira – minha empresa de educação financeira.
O Método nasce a partir das experiências de vida minha e dos meus sócios, dos nossos estudos baseados em livros e dos cursos que já realizamos.
Nós estamos unindo a aplicação prática de tudo que aprendemos sobre educação financeira básica e transformando isso em um método, com conceitos, indicadores e exercícios para te ajudar a ter a clareza da sua educação financeira.
Se você quiser conhecer melhor o Método Liberdade Financeira, acesse nosso blog! Logo vai perceber que sou eu que escrevo lá também…
O fato é que, motivada por esse desafio da minha empresa e sentindo no dia-a-dia das gravações do nosso curso o entusiasmo e a facilidade que eu tenho de lidar o assunto dinheiro, eu comecei a ficar presente que o dinheiro faz mais parte da minha vida do que eu imaginava.
Eu ainda não estou certa o suficiente para afirmar que meu propósito de vida está totalmente relacionado a educação financeira. Mas com certeza absoluta este é um caminho bem mais óbvio do que o de logística que eu vinha seguindo antes.
Eu diria que é nessa direção, não exatamente educação financeira básica mas talvez algo mais relacionado a coaching financeiro… Enfim… Talvez no aniversário de 2 anos do blog eu já tenha uma clareza um pouco maior disso!
Tirando essa super introdução (já vi que vou falar demais nesse post) e, fazendo o Moving Up, eu comecei a ficar presente para a minha história com o dinheiro.
E é isso que eu vim contar aqui para você! Como eu cheguei onde eu estou hoje em termos de educação financeira e como o ambiente e principalmente as pessoas com quem eu convivo me influenciaram nesse caminho.
E como o post ficou gigante, resolvi dividir ele em 3 partes:
- O começo da minha história com o dinheiro (esse post!);
- Minha atual fase de vida financeira;
- Meus planos financeiros futuros e agradecimentos.
Vou me apoiar em dois post que eu escrevi lá no Método Liberdade Financeira, falando das fases financeiras que passamos na nossa vida! Recomendo que dê uma olhadinha!!
Ao todo, nossa vida é composta por 6 grandes fases financeiras, e vou explorar 2 delas nesse post – e as restantes nos demais.
Procurando maneiras de gerenciar melhor seu dinheiro?
Insira o seu email abaixo para receber gratuitamente dicas sobre o método que eu criei para fazer minha gestão financeira familiar
FASE 1: DEPENDENTE FINANCEIRAMENTE
Todos nós passamos por essa fase: a dependência financeira dos nossos pais, ou de quem nos sustenta. Comigo não foi diferente…
Eu não me lembro exatamente quando comecei a ter contato com o dinheiro – mas acredito que foi por volta dos 10 anos de idade.
Só que o dinheiro sempre foi um grande problema na minha infância, e eu me sentia a causa desse problema.
Meus pais se separaram quando eu tinha 5 anos. Então dos 5 até os 18, rolava a tal da pensão…
Eu morava com a minha mãe, que me deu uma educação com uma liberdade gigantesca!! Liberdade essa que eu nem sei se estou tão disposta a dar para meus filhos!
Sou muito grata a ela pela confiança que ela depositava em mim e isso com certeza foi base do meu desenvolvimento.
Por outro lado, minha mãe não é muito exemplo de organização… Quem a conhece sabe bem isso!
Nem de organização da casa e muito menos de organização financeira…
Já meu pai vem da família dos “cricas”! Totalmente sistemático e organizado…
Eu sempre tive contato com ele, mas até meus 21/22 anos era um contato mais distante… Na verdade eu só frequentava a casa dele por obrigação da separação, não era lá uma relação tão deliciosa como é hoje!
Durante a minha infância, a tal da pensão era um assunto que dava o que falar em casa!!
Meu pai nunca se negou a pagar pensão, mas ele exigia comprovantes das atividades que eu e minha irmã realizávamos.
Então a minha primeira lembrança financeira da vida é ter que pegar notinhas em todos os lugares que eu ia… Na psicóloga que eu frequentava, nas excursões escolares, nas roupas que eu comprava.
Se eu não estivesse com a tal da notinha comprovando, isso dava problema na pensão.
E eu odeio ser problema. Sempre odiei, desde cedo. Eu me lembro que me sentia extremamente incomodada com o fato de meus pais brigarem tanto por causa dessa merda dessa pensão.
Eu não via a hora de sair desse círculo de brigas, de deixar de ser a razão central dessas discussões.
O dinheiro, no início da minha vida financeira, era um problema que não era meu mas que eu queria resolver.
Em paralelo a essa situação dos meus pais, a primeira renda que eu tive (já entrando na fase 2) foi do meu avô paterno.
Até hoje, ele ainda incentiva de um modo único (e talvez até sem saber) a educação financeira de todos os netos (e agora da bisneta também!).
Desde que eu me entendo por gente (nem sei te dizer quantos anos eu tinha quando isso começou), eu ganho uma mesada semanal do meu avô!
Não, não era muito. Mas incrivelmente era o suficiente. Aqueles R$ 5 reais por semana faziam milagre na minha mão!!
Desde sempre eu cuidei com muito carinho e cautela dessa mesada do meu avô e eu nem sei explicar bem o porquê de tanto cuidado.
Ah, tá bom, eu sei sim… A verdade é que minha casa era uma zona, minha irmã e minha mãe deixavam dinheiro e documentos jogados por todos os lados…
Então eu tinha que “proteger” a minha mesada, senão ia cair na bagunça da casa e eu ficaria sem.
Por isso desde que eu me entendo por gente eu tive um caderninho onde eu anotava todo o meu dinheirinho!
E é engraçado lembrar disso porque eram cifras tão pequenas… Tipo, nessa semana eu tinha R$ 17 reais, gastei R$ 2 no lanche da escola, mais R$ 2 no refrigerante, logo tenho R$ 13.
Mas estava tudo lá anotadinho, porque ninguém tocava no meu dinheiro… E eu virava uma fera caso alguém resolvesse “pegar emprestado” sem me avisar (e mesmo me avisando!).
E essa mesada que eu ganhava do meu avô era super suficiente para meu estilo de vida daquela época, mesmo já namorando!
Eu não precisava pedir dinheiro para meus pais – eles “apenas” pagavam todo meu custo de vida, mais a escola particular que eu estudava, mas não chegavam a me dar dinheiro para sair ou para os lanches da escola.
Tudo isso vinha da soada mesada do meu avô, que eu controlada nos centavos!
Então assim foi a primeira fase da minha vida financeira: uma vontade louca de deixar de ser dependente dos meus pais, para parar de ser o problema das brigas por causa de pensão; aliada com o gerenciamento da mesada do meu avô paterno.
FASE 2: MINHA PRIMEIRA RENDA
Como eu disse, essa fase começou de forma bastante misturada com a Fase 1, pois eu ganhava a mesada do meu avô.
Porém eu não estava trocando nada meu por essa mesada. Eu simplesmente era uma neta, assim como todos os outros.
Não era um dinheiro vamos dizer… conquistado. Era um dinheiro que eu simplesmente ganhava, sem fazer ou deixar de fazer nada.
Embora eu tenha uma consideração enorme por essa mesada, que me acompanhou até minha formatura na faculdade, eu considero que minha primeira renda foi aos 17 anos.
Eu estava no terceiro colegial e fui ajudar na loja que meu avô materno tinha de Material pra Construção.
Lá eu trabalhava 2 períodos por semana, junto com a minha mãe. Eu era responsável pelas “Contas a pagar” da loja.
Foi não só a minha primeira renda como a minha primeira experiência profissional, onde eu aprendi o que é um sistema, como funciona o cadastramento de itens e como controlar pagamentos.
Muito da minha familiaridade com programação vem dessa minha experiência aos 17 anos – a qual eu trocava por R$ 180 mensais.
Na prática, não era muito para mim – pois eu ganhava mais que isso por mês do meu avô paterno, sem fazer absolutamente nada!
Mas essa primeira renda foi a qual me permitiu iniciar minha jornada poupadora.
Eu guardava absolutamente tudo! Afinal de contas, se até então eu sobrevivia só com a mesada do meu avô paterno, porque agora precisava de mais?!
E, pra minha vergonha, eu guardava tudo na poupança… Ah, como eu tenho vergonha de dizer isso…
Como ninguém me ensinou, no auge dos meus 17 anos, que haviam investimentos muito melhores que a poupança…
Mas enfim, agora eu não só controlava a minha mesada do meu avô paterno, como meu dinheiro do trabalho na loja do meu avô materno e minha poupança!
Até que, com 18 anos eu entrei na faculdade – e consequentemente deixei de fazer estágio na loja do meu avô.
Mas nossa… Foi um peso que saiu das minhas costas!!
A escolha da faculdade pública teve sim MUITA relação em deixar de ser um problema de pensão!
Meus pais não tinham mais que discutir por causa de pensão e mensalidade escolar! Isso foi uma conquista e tanto para mim!!
E eu não me lembro exatamente como isso aconteceu, mas sei que em um determinado momento, meu pai propôs para mim e para minha mãe que, ao invés de ele continuar pagando para minha mãe o valor da pensão, ele passaria a pagar para mim.
Na prática então a parcela que minha mãe me sustentava era relativa aos custos da casa (moradia e alimentação) e eu usava o dinheiro do meu pai para transporte até a faculdade e alimentação fora de casa.
E assim foi feito! Com 18 anos meu pai começou a depositar na minha conta uma “pensão/mesada” fixa e eu me virava com meus gastos da faculdade.
Logo no início do segundo semestre da faculdade eu comecei a fazer um estágio e recebia uma bolsa de R$ 360/mês.
Então eu tinha uma renda diversificada: ganhava uma mesada do meu avô paterno, a pensão/mesada do meu pai e mais a bolsa de estágio.
Isso tudo era mais do que suficiente para cobrir meu custo de vida e eu guardava bastante dinheiro na poupança.
Nunca fui do tipo de guardar todo mês – mas sempre que acumulava determinado valor, eu transferia o dinheiro para a poupança.
Foi nessa época, com 19 anos, que eu tive a minha primeira queda pela bolsa de valores!
Fiz duas operações, ganhei um dinheiro legal, mas achei muito complicado… Gastei muito tempo para decidir o que eu comprava e vendia e não conclui que a rentabilidade era tão boa assim perto do tempo que eu gastava para operar.
Desistir de operar – e me arrependo amargamente disso hoje, como já comentei nesse post.
Interessante que em nenhuma época financeira da minha vida, eu devi satisfação para ninguém…
O dinheiro que eu ganhava sempre foi meu e ninguém me questionava como eu gastava ele.
Não sei se isso acontecia porque minha família via quão controlada eu era com essa questão, ou se porque eles não tinham mesmo a intenção de controlar esse aspecto da minha vida.
O fato é que eu não tenho ideia de porque comecei tão cedo a controlar meu dinheiro, e porque via tanta importância em guardar o máximo que eu conseguisse.
Foram escolhas muito mais irracionais do que racionais, mas que contribuíram para que eu me tornasse a pessoa que eu sou hoje.
Se você quiser continuar lendo sobre minha história com o dinheiro, veja os posts:
Procurando maneiras de gerenciar melhor seu dinheiro?
Insira o seu email abaixo para receber gratuitamente dicas sobre o método que eu criei para fazer minha gestão financeira familiar