Tempo de leitura: 15 minutos
Chegou a hora de transformar seu trabalho em números, em dados! Para isso, saber como analisar resultados é fundamental.
Você está se preparando para se tornar um investidor consciente na bolsa – e vão te perguntar inúmeras vezes como foi o seu resultado.
A resposta padrão muitas vezes vai ser: depende… (resposta de economista né?!)
O fato é que analisar resultados sobre ações não é algo tão trivial assim, por isso nessa decisão nós vamos entender como você vai interpretar seus resultados.
Só lembrando como chegamos até aqui…
- Definimos seu propósito para operar na bolsa;
- Decidimos qual é a escola que você vai seguir;
- Decidimos o objetivo do seu dinheiro na bolsa;
- Decidimos por onde você vai aplicar;
- Decidimos quais ações você aceita comprar;
- E decidimos como você controlar suas ordens.
Partiu saber como analisar resultados!
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Eu divido essa análise de duas formas: resultados da operação e resultados da carteira.
QUANDO COMEÇA E QUANDO TERMINA UMA OPERAÇÃO
Eu gosto de dividir meu ciclo com cada ação em 3 fases.
A primeira fase é quando eu monto a minha ordem – e ainda vou te explicar isso em mais detalhes.
A segunda fase é quando a ação foi comprada, ou seja, a ordem de compra foi executada. Nessa fase eu estou pensando e organizando minha estratégia de venda.
E a terceira fase é quando eu de fato vendo a minha ação.
Dentro dessas definições, uma operação começa quando eu entro na fase 2, e termina quando eu entro na fase 3.
Vou te dar um exemplo prático (mas com números fictícios, óbvio).
Estou aqui montando uma ordem para comprar a NATU3 – ou seja, estou na Fase 1.
Minha expectativa é comprá-la por 26 e vender por 30, uma rentabilidade programada de 15,4%.
Essa operação irá começar para mim quando eu colocar essa ordem de compra no meu homebroker e ele executar.
Ou seja, inicia quando eu de fato comprar a ação da NATU3 por 26.
Vamos imaginar que eu entrei na fase 2, ou seja, estou com o papel em mãos.
Agora eu tenho a ação da NATU3, e a comprei por 26, no dia 1.
Dois dias depois, no dia 3, a ação está 28 e estamos na fase 2.
Qual é meu resultado?
Você poderia responder: você teve uma rentabilidade de 7,7% (comprei por 26 e está 28).
Mas, para mim, essa não é a resposta certa.
A resposta certa para mim é: nenhum. Eu ainda não tive resultado. Eu ainda não vendi a ação, não alcancei a fase 3.
Vamos supor agora que estamos no dia 10 de operação e a ação foi para 20.
Qual é meu resultado?
Você poderia dizer que meu resultado foi -23% (comprei por 26 e está 20).
De novo, essa não é a resposta certa para mim.
A resposta certa é: nenhum. Eu ainda não tive resultado. Eu ainda não vendi a ação, não alcancei a fase 3.
Ah Pri, e quando eu tenho resultado então?
Simples, quando você vender a ação.
Vamos imaginar que no dia 15 eu vendi a ação.
Essa venda foi no valor de 31.
Qual foi meu resultado?
Agora sim, eu posso afirmar: meu resultado foi de 19,3% (comprei por 26 e vendi por 31).
Ah, mas e a parte que eu tinha expectativa de vender por 30?
Então, vou te contar uma coisa… A Fase 1, é o planejamento.
Fase 2 e Fase 3 é prática!
Nem sempre o resultado sai exatamente como o planejado.
Tem vez que pode ser melhor, como tem vez que pode ser pior.
Vamos trabalhar isso mais adiante.
Por enquanto você precisa saber que, quando falamos de uma única operação, o resultado acontece de fato quando vendemos a ação que foi comprada.
Isso para mim é resultado efetivo.
O RESULTADO DA OPERAÇÃO FOI BOM?
Bem, agora que já entendemos essa parte, vamos entender de fato o que fazer para analisar resultados.
Na minha visão, existem duas formas de você fazer esta análise..
A primeira maneira é a rentabilidade que você obteve nessa operação, desconsiderando o fator tempo.
Continuando o exemplo que eu comecei: nesse caso, sua rentabilidade foi de 19,3% (comprei por 26 e vendi por 31).
Esse resultado é inquestionável. Ele é dado.
Agora, se ele é bom ou não, na minha visão, vai depender da segunda maneira de você analisar.
E nessa segunda maneira eu envolvo o fator tempo – porque quero fazer uma comparação com outros tipos de investimento.
Nesse exemplo que eu te dei, a compra da ação por 26 aconteceu no dia 1, e a venda por 31 no dia 15. Foram 15 dias de operação.
Nesse exemplo, a rentabilidade mensal dessa operação foi de 38,46%.
Uau!! Essa é uma baita rentabilidade mensal!!
Sim, depois de analisar resultados, vimos que essa operação valeu muito a pena!
Esse para mim é um número que me mostra um resultado muito bom.
Ah Pri, e teria como ser ruim?!
Sim, teria sim.
Imagine que a operação tivesse sido exatamente essa: comprei por 26, vendi por 31.
Mas, ao invés de essa operação durar 15 dias, ela durou 2 anos.
Nesse caso, eu teria ficado com essa ação em Fase 2 por 730 dias.
A rentabilidade média mensal nesse caso teria sido de 0,79%.
Média bem média tá… sei que faço os cálculos de forma superficial aqui, mas é para ter uma ideia, e isso já é suficiente para o que eu prezo.
Nesse caso, mesmo a operação sendo feita igualzinha em valores de compra e venda, o resultado para mim não é bom.
Rentabilidade mensal de 0,79% é abaixo do resultado que eu tenho em renda fixa.
Quando eu vejo um resultado desse na minha planilha de “Acompanhamento de Ações”, sei que não tive um bom desempenho.
E daí voltamos na decisão passada que falamos sobre tempo que você investe operando e resultado em si.
Se é para ter um resultado pior do que na renda fixa e com mais energia despendida, partiu renda fixa!!
Essa decisão é muito clara para mim.
E é por isso que eu gosto de acompanhar cada uma das minhas operações! Para ter certeza que estou tendo uma boa performance.
Por este motivo que analisar resultados é tão importante.
Portanto a decisão que eu quero que você tome aqui é: qual resultado você vai medir?
A maneira 1, que mede apenas o resultado de compra e venda;
Ou a maneira 2, que calcula o resultado por mês, e te permite comparar com outros tipos de investimento?
Eu gosto e uso a maneira 2 e, obviamente, é essa que eu recomendo.
Bem, nós vamos continuar, ok?! Até aqui falamos de uma única operação, agora vamos ver sua carteira como um todo!
VISÃO DA CARTEIRA
Esse exercício que fizemos há pouco reflete o ciclo de vida de uma única operação.
Não é nem de uma única ação – porque você pode ter vários lotes de compra da mesma ação. É de uma única operação.
Mas na prática, eu espero que você não tenha apenas uma operação, e nem somente uma ação.
Eu espero que você tenha uma carteira e algumas operações.
Não importa quantas operações sejam… Podem ser 5, 10, 100 ou 200.
No momento que escrevo esse post, na minha planilha de “Acompanhamento de Ações”, eu tenho 278 ordens, sendo:
- 39 em fase 2, ou seja, a ação está comprada;
- 239 em fase 3, ou seja, ação comprada e vendida – resultado consolidado.
O meu resultado médio (não ponderado por valor e nem por tempo) dessas 239 ações vendidas é de 8,65% – e essa é uma média bem média…
O resultado ponderado por tempo, é de uma rentabilidade média de 5% ao mês – o que é um bom indicador!
O fato é que, quanto maior seu número de operações (especialmente em Fase 1 e 2), maior a complexidade da tomada de decisão que você tem.
O que eu vou te mostrar até o final desse post, na minha visão, aplica-se bem a todos os investidores mas, especialmente, àqueles que possuem pelo menos 5 operações em curso.
É a maneira que eu uso para medir meus resultados da carteira em andamento, ou seja, juntando as ações que estão em Fase 2 e em Fase 3.
É uma forma de eu conseguir acompanhar mensalmente o meu resultado – mesmo que seja um acompanhamento “fictício” pois, como já entendemos juntos, o resultado final acontece somente quando as ações são de fato vendidas.
PLANILHA “CARTEIRA”
Para conseguir ter esse acompanhamento macro da carteira, eu uso uma outra planilha que chamo de carteira.
Lá na área de membros estou deixando essa planilha e aqui eu vou te explicar os detalhes dela, caso você queira montar uma para você!
Essa planilha conversa com o “Acompanhamento de Ações”, na rotina mensal que eu realizo para medir meus resultados.
Eu vou te explicar aqui o passo a passo dessa planilha, mas tudo vai fazer mais sentido quando você chegar na decisão da rotina, combinado?
Então vamos lá!
BLOCO 1 – HISTÓRICO
Aqui eu deixo um histórico de quanto eu coloquei na corretora e quanto eu terei.
São valores efetivos de aporte e retirada de capital, com as datas que isso aconteceu.
No mundo ideal, você coloca uma quantia lá e só resgata quando vai encerrar suas operações na bolsa… Daí seu resultado fica bem claro de medir.
Mas no mundo real, você vai colocando e tirando dinheiro e eu gosto de ter isso anotado direitinho.
Deixo com sinal positivo o que investi; e com sinal negativo o que resgatei.
O saldo calcula automático.
BLOCO 2 – SALDO EXECUTADO
Essa é a primeira forma que eu utilizo para medir meu resultado mensal, ou seja, uma vez por mês eu atualizo essa planilha.
Na primeira parte eu coloco os meses;
Em seguida vem a carteira de compra: esse resultado eu obtenho somando, no “Acompanhamento de Ações”, todas as ações que estão em Fase 2 (Compradas) o valor total de compra.
Importante que esse valor eu pego exatamente na virada do mês – quando vou rodar minha rotina mensal.
Em seguida, eu olho na corretora quanto está meu saldo para investimento naquele dia de virada do mês – e você vai precisar aprender a olhar esse saldo na sua corretora!
A somatória desses 2 valores me dá o valor total desse resultado, que eu chamo de saldo executado.
A diferença desse saldo do mês anterior para o mês atual me dá a rentabilidade mensal da minha operação na bolsa nesse mês.
O que significa esse valor?
Na minha leitura, eu entendo que esse valor é o quanto eu tenho de dinheiro que de fato apliquei na bolsa – ou seja, meu saldo mais as ações que comprei pelo preço que comprei.
Esse valor só muda quando:
- Eu realizo operações no mês;
- Eu recebo dividendos;
- Eu coloco ou tiro dinheiro da corretora.
Ou seja, se eu não receber dividendos e não mexer com o saldo, esse valor só muda quando eu compro ou vendo ações dentro do mês.
Quando eu não tenho operação feita no mês, esse indicador é o mesmo!
BLOCO 3 – SE EU TIRASSE HOJE
Esse resultado é bem simples de eu calcular: basta ir na corretora e ver meu saldo total.
Esse saldo me mostra exatamente quanto eu teria caso tirasse todas as minhas ações nesse momento.
A diferença entre um mês e outro me dá a visibilidade de como minhas ações estão flutuando.
Esse é um resultado real? Na minha visão, não…
Não porque esse é um resultado que aconteceria caso eu vendesse todas as ações que comprei.
Mas na prática eu não vendi ainda, eu não finalizei a operação.
Então não, esse não é um resultado real.
É apenas uma estimativa, um indicador.
PAUSA BLOCO 2 E 3 – RESULTADO DA CARTEIRA
Antes de continuar te explicando a planilha, o bloco 2 e 3 são os mais importantes para mim.
No Bloco 2 eu tenho um resultado da minha carteira que indica o quanto eu realmente investi na bolsa.
No Bloco 3 eu tenho o resultado caso eu tirasse todas as minhas ações hoje.
Qual resultado é melhor?
Eu não tenho resposta para essa pergunta…
Acredito que eles são diferentes e precisam ser interpretados de maneira diferente.
Quando eu volto lá no Método Liberdade Financeira e vou abastecer meu Balanço Patrimonial Pessoal, eu sempre coloco o resultado obtido no Bloco 2.
Acredito que ele é mais conservador e possui flutuações menos drásticas quanto ao mercado.
Mas quando estou tomando decisões sobre operações, eu uso muito o resultado do Bloco 3. Ele me dá mais insumos para minha tomada de decisão.
Vamos fazer uma decisão intermediária aqui: qual bloco de resultado você quer olhar?
Eu recomendo, sinceramente, você olhe sempre os dois.
E saiba interpretá-los, pois essa é a foto mais próxima da realidade que conseguimos tirar da sua carteira.
Infelizmente, uma das grandes dores de quem investe em renda variável é conseguir estimar seu patrimônio em um dado momento.
Eu criei esse mecanismo de estimativa justamente para conseguir ter um norte.
Tenho consciência de que o resultado final só aparece quando eu encerro minhas operações.
Mas posso olhar os resultados intermediários dessa forma.
Bora continuar a planilha?!
BLOCO 4 – NO MÊS
Aqui eu vou fazer uma análise completa de todas as operações que eu tive naquele mês.
Vai me servir para medir meu desempenho e para o Imposto de renda.
No primeiro campo eu somo todos os valores de proventos que tive no mês – e faço isso através dos próprios relatórios da corretora.
Nos próximos campos, eu vou usar o Status da Ação em MV – mês venda, lembra dele?
Vou olhar para o mês, ver todas as ações que foram vendidas naquele mês e somar:
- quanto eu ganhei com a venda delas;
- quanto eu gastei comprando elas;
- a diferença entre essas duas rubricas anteriores é o quanto eu ganhei de lucro (ou quanto tive de prejuízo) nessa operação;
- e a diferença relativa é a rentabilidade.
Esse bloco trata de resultado efetivo, de ações que migraram da Fase 2 para a Fase 3 naquele mês.
Esse bloco é o resultado que eu realmente tive das operações que conclui nesse mês.
É um resultado mensal claro, somando todos os resultados das operações.
A última parte desse bloco é o que eu uso para IR.
Pego o lucro (ou prejuízo líquido), que é só somar lá na minha planilha de “Acompanhamento de Ações”.
E faço a regrinha do IR – que vou te contar mais pra frente, pra você não ficar louco.
E pronto, está pronta sua planilha para interpretar os resultados da sua carteira!
RECAPITULANDO…
Nessa decisão nós identificamos como você vai escolher interpretar seus resultados na bolsa de valores.
Eu divido eles em 2 partes: o resultado da operação em si e o resultado da carteira.
No resultado da operação, você pode medir seu resultado após compra e venda, ou colocá-lo em uma visão temporal – que é a maneira como eu gosto mais.
No resultado da carteira, tem duas formas de você fazer um acompanhamento mensal dos seus investimentos (bloco 2 e bloco 3) – e eu recomendo que você use as duas maneiras, sabendo interpretar cada uma delas.
Então agora você está pronto para decidir como vai analisar resultados também e, vamos combinar… cheio de atalhos né?!
Se você quiser ter acesso a planilha e aos tutoriais explicados aqui nesse post, basta se tornar meu melhor amigo investidor!
Confira as 10 decisões antes de operar na bolsa de valores:
#1 – Quanto tempo você vai investir?
#2 – Qual método vai usar?
#3 – Qual dinheiro vai transferir?
#4 – Por onde você vai aplicar?
#5 – Quais ações irá comprar?
#6 – Como vai controlar suas operações?
#7 – Como vai analisar seus resultados?
#8 – Quais seus rituais semanais e mensais?
#9 – Como vai declarar no imposto de renda?
#10 – Como você vai definir sua ordem?
Vamos continuar?!
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PS: todos os exemplos fictícios que dei aqui nesse post, calculei rentabilidades brutas, isto é, sem descontar as taxas. Se você quiser obter rentabilidades líquidas, após as taxas, precisa fazer esse ajuste nos cálculos!