Tempo de leitura: 7 minutos
ME SENTI UMA MULHER MUITO FORTE ATÉ MEUS 30 ANOS. ATÉ CHEGAR A PRIMEIRA GRANDE CRISE E ENCONTRAR A MULHER FRACA QUE EXISTE DENTRO DE MIM…
Desde que me conheço por gente me considero uma mulher (ou ainda menina, na época), forte.
No começo pensava assim de tanto que ouvia as outras pessoas dizerem isso de mim.
Não me sentia forte de fato, só fazia o que meu coração mandava. Mas todo mundo destacava e pontuava comportamentos de uma menina/mulher forte em mim.
Com meu próprio amadurecimento, comecei a entender porque realmente as pessoas me achavam forte.
Comecei a ter contato com outras pessoas, outras mulheres, comecei a estudar intuitivamente o comportamento alheio e comparar com o meu.
Passei a entender porque eu era uma mulher forte.
O QUE É SER UMA MULHER FORTE?
Para mim, ser forte é algo complexo.
Um ponto chave é ser dona da minha própria opinião.
Não me deixar levar por opiniões alheias. Não mudar minhas decisões por influencia dos outros.
Quando eu era mais nova e, especialmente antes de me casar, confesso que tive vários episódios que tive atitudes diferentes das que meu coração mandava por considerar opiniões alheias.
Mas depois que casou isso passou e hoje, chamo bastante isso de “loucura”.
Quanto mais louca o mundo acha que estou nas minhas decisões, mais certa sei que estou.
Mais fora da caixa, mais inovadora, mais intuitiva.
Isso para mim é um sinal de ser forte.
Outro sinal é ser uma pessoa que se abala pouco emocionalmente.
Não porque não tem emoções, mas porque sabe tomar conta delas.
É muito raro, muito raro mesmo, você me ver nervosa, brava.
Gritar com alguém, subir a voz, não faz parte da minha personalidade.
Ser explosiva é algo que não me pertence.
É realmente bem difícil minhas emoções me controlarem – tanto as boas quanto as ruins.
Um último ponto que eu colocaria no meu combo de “mulher forte”, é uma visão muito particular que tenho colocado muito em cheque.
No meu mundo perfeito, a mulher forte tem um destino profissional bem definido, não só colabora financeiramente em casa com o marido como muitas vezes é a principal provedora do lar.
Assim eu conheci e me acostumei a viver com essa mulher forte que existe dentro de mim, pelos primeiros trinta anos da minha vida!
ATÉ QUE…
O primeiro ponto que caiu nessa minha equação de mulher forte foi a provedora oficial do lar.
Desde 2016, após o episódio da minha demissão, eu não sou mais a principal provedora.
Durante esses 4 anos, entretanto, nunca deixei de colaborar.
Chegando em 2019, por exemplo, onde eu consegui colocar em casa a mesma quantia que meu marido, através dos meus projetos com o empreendedorismo digital.
Só que deixar de ser forte, nesse quesito, não é para mim ser ou não ser a provedora oficial do lar.
Nos últimos 4 anos não me incomodou em nada eu não ser.
Porque no fundo dos meus pensamentos como mulher forte, eu estava trabalhando e construindo um terreno onde eu um dia seria não só a provedora oficial do lar, como a única provedora.
O que me faz pensar que deixei de ser forte nesse quesito foi quando eu entendi que eu não precisava ser a provedora oficial do lar.
Que esse papel, como mulher, não me pertencia.
Que assumir ele não estava apenas me sobrecarregando como desequilibrando minha ordem familiar.
Eu confesso que não é fácil e não está sendo fácil tirar de mim esse papel que eu cultivei com tanto amor e orgulho nos últimos anos.
Eu ainda me pego demorando a aceitar, tendo dificuldade no merecimento disso.
Eu não tenho vergonha de deixar de ser forte dentro do que eu penso como ser forte.
Eu nem sei explicar porque eu não quero deixar esse papel ir embora.
Só sei que está na hora de ele ir, e eu entender que não sou menos mulher porque não sou a provedora oficial do lar – e talvez nem queira voltar a ser no futuro.
CONHECENDO A MULHER FRACA
Junto com toda essa filosofia da parte financeira de mim, veio a maior crise que já passei na vida – e descrevi nesse post.
Seja ela a crise dos 30 atrasada, a crise da gestação, chame ela do jeito que você quiser.
O que eu sei dela é que, desde então, passar a controlar minhas emoções deixou de ser uma tarefa tão fácil.
Em especial aquela emoção de vazio e tristeza que eu sentia quando me via sentadinha ali no cantinho do quarto escuro e não queria sair de lá.
Muitas emoções continuaram dentro das suas próprias caixinhas – em especial emoções para com os outros.
Mas aquelas que moram dentro de mim explodiram de um dia para o outro.
Eu me tornei chorona sem motivo, extremamente sentimental – mesmo sem muitas vezes deixar isso transparecer.
Um dia estava radiante, dando pulos de alegria e, muitas vezes, nesse mesmo dia, estava infeliz e deprimida.
Passei várias semanas tendo crises ao menos 1 vez por semana.
Não está só sendo difícil entender a crise e passar por cima dela.
Talvez mais difícil que isso esteja sendo a parte que não me reconheço mais como mulher forte.
Já perdi as contas de quantas vezes eu disse: “nem parece eu”…
Muitas vezes respiro fundo e penso: “eu vou voltar um dia, quem sabe quando a gestação terminar”.
Mas lá no fundo eu sinto que não, que eu não vou voltar…
Que talvez nunca mais volte a ser aquela mulher forte que conheci de mim mesma até os 30 anos.
E daí confesso que a dor é ainda maior.
Porque daí o território é incerto, desconhecido.
Acho que não vou ter muita alternativa a não ser me adaptar a essa minha nova versão, não é?!
Espero continuar sendo amada e querida mesmo já não sendo tão forte!
E A OPINIÃO ALHEIA?!
Bem, está aí um ponto da fortaleza que não mudou e, sinceramente, espero que não mude.
Se antes eu não dava muita bola para o que falam ou o que pensam de mim (a tal da aceitação, é isso?!) agora então…
Felizmente tenho sido extremamente bem acolhida nessa minha nova versão.
É engraçado porque antes, quando eu ainda era forte, gostava muito de estar com pessoas e conversar sobre planos futuros, sobre metas.
Agora não puxo mais esses papos não…
E até agora ninguém veio dizer pra mim que sentiu falta dos papos cabeça!
Muito pelo contrário, as conversas “fúteis” de dia-a-dia foram igualmente agradáveis, sem aquela energia pesada dos planos futuros.
E se tem uma coisa dentro de mim que se fortaleceu ainda mais com toda essa avalanche de emoções, foi a minha intuição.
Especialmente depois do episódio do sonho de 20/05/20, onde eu me senti nascendo de novo, tenho comigo uma missão espiritual muito clara.
E não quero mais deixar que ela passe desapercebida.
Está fora de cogitação deixar de analisar meus sonhos – e suas mensagens.
Está fora do meu alcance esconder que gosto de atividades espirituais.
Muito pelo contrário, tudo que eu quero é falar mais e mais sobre isso.
Se isso vai me tornar uma pessoa mais forte ou menos forte eu ainda não sei – talvez o tempo dirá.
Só sei que voltar atrás não é um opção e, por mais doloroso que esteja sendo, desconstruir a mulher forte que eu conheci pelos meus primeiros 30 anos de vida está sendo uma experiência no mínimo interessante.
É preciso ser forte para deixar de ser forte…
E cada um tem a sua própria fortaleza – tenho certeza que você sabe bem qual é a sua!
Link permanente
Oi minha linda…… VC ESTÁ TOTALMENTE ERRADA…. VC É, CONTINUA SENDO UMA MULHER FORTE… a mesma que conheci anos atrás? NÃO, com certeza … mas a cada dia que nos encontramos, como aconteceu nessa ultima vez, vejo uma mulher, mãe incrível, ainda tentando se encontrar… mas sem nenhum medo de arriscar, errar, e o mais importante, tentando ACERTAR… Conforme conversamos a unica coisa que reforço…. ACREDITE MAIS EM VOCÊ… NO SEU POTENCIAL…SE ENCONTRE…
VC É UMA GRANDE MULHER, MÃE E MUITO FORTE SIM… ACREDITE NISSO.
TENHO MUITO ORGULHO DE VC.
TE AMO MUITO
Link permanente
Ownnn obrigada Fabi!! Conversar com vc sempre é um alívio nas emoções!! Também te amo!