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LONGO, INTENSO, MAS GENTIL: ASSIM FOI NOSSO DESMAME NOTURNO
Dizem por aí que o desmame é mais um desafio da mãe do que do bebê, não é mesmo?
A minha experiência foi bem essa mesmo…
E, como já de costume, vim dividir com você esse capítulo da nossa maternidade.
Um dos capítulos mais desafiadores, diga-se de passagem… E que ainda não acabou!
O PLANO A
Desde que engravidei da Naty tinha um Plano A muito claro na minha cabeça:
Vou amamentar em livre demanda até ela completar 2 anos e, quando isso acontecer, já estarei grávida de novo, e emendo uma amamentação na outra.
Até os 2 anos da Naty todas as vezes que eu me sentia “ameaçada” com a minha decisão, a resposta era sempre a mesma: “até os 2 anos eu vou em livre demanda. Depois dos dois anos eu vejo o que vou fazer”.
E assim eu fui tocando e levando a missão da livre demanda que não, definitivamente não é fácil!
Despende uma energia enorme de nós, mamães…
E cria um certo apego sim!
Já faz muito tempo que ela não precisa tomar tetê o dia todo… Mas, se eu estou junto, ela quer toda hora…
O fato é que, quando a Naty fez 2 anos, meu plano A afundou.
Eu não estava grávida ainda… Engravidei 1 mês depois, parece que foi só o tempo suficiente para eu tomar a decisão do desmame gentil.
O PLANO B
Estávamos em novembro de 2019 quando decidi que era a hora de começar o desmame.
E não tive muitas interferências externas nessa decisão não…
A única pessoa que realmente foi um pouco mais dura comigo foi meu marido. Mas foi para o meu bem.
Ele convivia muito com a minha filha e me dizia o quanto ela mudava de comportamento quando estava perto de mim.
A amamentação em livre demanda começou a pesar e eu senti ser o momento de começar o desmame.
Então pesquisei, li um pouco, e cheguei na teoria do desmame gentil.
De ir fazendo aos poucos, devagar, até que a criança não sinta mais falta e pare de mamar relativamente sozinha.
E eu diria que tem que ter emocional para enfrentar o desmame gentil!
Tiveram muitos dias que eu pensei na possibilidade de desmamar de uma vez e pronto.
Mas como sabia que essa seria a alternativa mais apoiada em casa – e algo que eu não queria – acabava aguentando mais um pouquinho…
O melhor conselho que li sobre o desmame foi: comece pela parte mais difícil.
Então eu tracei um plano, com metas:
PARTE 1) Tirar o tetê de fora de casa – a partir de um determinado dia, ela passaria a mamar só em casa.
PARTE 2) Tirar o tetê noturno.
PARTE 3) Ir diminuindo aos poucos a demanda que sobrou…
COLOCANDO O PLANO EM PRÁTICA
A Parte 1 era definitivamente a mais intensa para mim, não por conta dos locais públicos, mas por conta da Aldeia.
No coworking familiar que frequentávamos nesse momento, ela criou um certo apego ao tetê para dormir na hora do almoço que estava me minando.
Ela não dormia, me alugava e ainda me machucava.
Então comecei pelo mais difícil.
Conversei, expliquei e mostrei para ela que agora ela estava grande e não tinha mais tetê fora de casa.
Não foi uma semana fácil para nós…
Ela estava bem adaptada a essa rotina e, o mais difícil, foi fazer ela aprender a dormir de outra maneira que não com o tetê.
Algo que na prática nem conseguimos fazer na Aldeia, no primeiro momento.
Depois, morando mais perto de lá, conseguimos transferir a sonequinha dela da tarde para nossa casa.
Mas enquanto ainda estávamos no processo, foram algumas voltas no quarteirão, um pouco de choro e muito colo para substituir o tetê.
Sobrevivemos!
Eu estava feliz e me sentindo vitoriosa!
Duas semanas depois de não ter mais tetê fora de casa, ninguém mais falava disso…
Era hora do segundo passo: o desmame noturno.
PARTE 2) O DESMAME NOTURNO
Daí foi que o bicho pegou…
Estávamos na metade de dezembro.
Eu sabia que não seria fácil e, já estava tão acostumada a amamentar 1x por noite, que isso nem me incomodava mais.
Estava realmente procrastinando as madrugadas difíceis que viriam para começar.
E procrastinei tanto, tanto que… veio a mudança!
Nosso processo de decidir nos mudar e de fato nos mudarmos foi muito rápido (menos de 10 dias).
Se tudo que eu estava precisando era uma desculpa… Ali estava ela!
Não ia fazer um desmame noturno no meio de uma mudança, não é mesmo?!
Mudamos!
Daí vieram as visitas…
Foram 20 dias consecutivos de visitas – e outra desculpa!
Nada de desmame noturno com visitas, não é mesmo?!
Até que as visitas foram embora e a realidade bateu na porta de novo!
Nesse momento estávamos há 20 dias no nosso apartamento novo e, desde que nos mudamos, o sono dela piorou muito…
Se antes ela acordava 1 vez a noite, agora ela estava acordando 4, as vezes 6 vezes de madrugada.
O processo de fazer ela dormir no quartinho dela voltou a estaca zero.
Já tínhamos vencido essa etapa no ap velho, agora tivemos que começar tudo de novo…
Mas o mais impactante nesse processo, do meu ponto de vista, foi a claridade.
O quarto dela não era tão escuro quanto o que morávamos antes, e acredito que ela sentiu essa diferença.
O sono dela começou a melhorar quando colocamos uma cortina black out…
Mas daí vai fazendo as contas…
O desmame gentil começou em dezembro, já estávamos em fevereiro e o processo ainda continuava.
E depois de tudo isso, eu me senti mais segura.
Com o quarto mais escurinho, a Naty estava dormindo melhor – voltou a acordar apenas 1x por noite.
Senti que esse era o momento.
Estava precisando ter noites de sono de novo – ainda mais agora que, já sabia da nova gravidez.
Daí foi uma questão de escolher o dia.
Fui conversando, explicando que o tetê ia embora a noite, que ele estava dodói e precisava descansar para ter mais no dia seguinte.
E em uma bela quinta-feira decidir e fui.
Foi dia 13 de fevereiro de 2020.
Começou o desmame noturno.
No primeiro dia, ela chorou cerca de 1h.
Não foi um choro assimm, forte… Mas ficava resmungando.
No segundo dia já foi menos, cerca de 30 minutos.
E aos poucos foi diminuindo.
Nos primeiros dois ou três dias quando eu deitei para dormir eu coloquei um esparadrapo no tetê, para poder não cair em tentação de madrugada e para ela ver que não tinha tetê.
Lá para o quinto ou sexto dia o marido começou a ir a noite socorrer ao invés de eu ir – o que ajudou bastante!
A primeira noite inteira de sono aconteceu dia 21/02 – isso mesmo, 12 dias depois veio a primeira noite inteira.
E de lá para cá seguimos com dias que ela dorme a noite toda, dias que ela acorda.
Não posso dizer que ela passou a dormir a noite toda – ela ainda acorda e resmunga um pouquinho.
É fácil fazer ela dormir novamente, mas ainda tem o processo de levantar, ir lá, acolher, etc…
Agora, uma coisa que mudou muito foi a hora que ela acorda…
Se antes ela ia até 7h30, 8h, às vezes até 9h… Agora é 6h30 ela já está de pé!
Quando não 5h30, esperando o dia clarear para ter um tetê.
E a vida da maternidade é assim, você vence uma batalha maior e cria uma menor – e assim vamos, um dia depois do outro.
PARTE 3) O DESMAME COMPLETO
Bem, agora já fazem 4 meses que o plano inicial foi traçado.
De três partes, conseguimos vencer 2!!
E no momento que eu escrevo esse post sinceramente ainda não sei como continuar…
Agora temos tetê no máximo 4 vezes por dia.
- Às 5h30, 6h quando ela vai pra minha cama;
- Quando ela acorda;
- Quando chegamos em casa – esse já estou conseguindo driblar;
- E na hora de dormir.
Era difícil, já não está tão difícil assim…
Mas é hora de decidir como continuar, e continuar…
E assim vamos caminhando, um dia de cada vez, um desafio por vez!