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CLAREZA, DECISÃO E VISÃO DE CURTO E LONGO PRAZO: ESSAS TEM SIDO MINHAS TÉCNICAS
Sabe aquele assunto que ninguém quer comentar ou dar bola para ele?
Pois então… chegou a hora de colocar para fora alguns sentimentos que rolam em relação a dificuldades financeiras dentro de casa.
Na prática, bem poucas pessoas sabem o que eu estou passando ao longo dos últimos meses.
Talvez porque eu não seja de expor muito minhas dificuldades… Talvez porque minhas “técnicas” para lidar com isso faça com que eu consiga continuar levando minha vida sem me abalar.
Mas o que realmente tem acontecido é que estou passando por uma das piores fases financeiras da minha vida, e vim aqui nesse post te contar como eu estou lidando com isso.
CLAREZA
O ponto primordial para eu lidar com minhas dificuldades financeiras hoje é a clareza que eu tenho sobre minha situação.
Essa clareza se expande em vários aspectos.
O primeiro deles é: eu tenho, “apenas”, um problema financeiro.
Porque quando eu olho para todas as outras áreas da minha vida, elas estão sensacionais!!
Minha família está ótima, eu amo meu trabalho, minha saúde está muito bem… O que mais eu preciso?
Ah, de dinheiro…
Pois então, a primeira coisa que eu penso consistentemente é: é apenas uma dificuldade financeira.
Eu não sei se você costuma fazer isso, mas eu não posso dizer que toda minha vida está uma merda porque eu não tenho dinheiro. Isso é mentira.
Minha vida financeira está ruim, mas todo o restante está muito bem, obrigado!
O segundo pilar da minha clareza é o acompanhamento dos meus indicadores financeiros, aqueles que eu explico em detalhes no Método Liberdade Financeira.
Através do controle do meu custo de vida mensal, do meu balanço patrimonial e do meu grau de liberdade financeira, eu tenho plena clareza de como minhas finanças estão caminhando.
Eu sei exatamente quanto estou gastando a mais do que estou ganhando e sei exatamente quanto dos meus investimentos estão sendo resgatados.
Eu tenho clareza de quanto tempo eu ainda posso viver com essa dificuldade, sem entrar em dívidas maiores.
Em outras palavras, meu risco é calculado, e eu sei o que ainda posso fazer ou deixar de fazer antes que a situação fique mais feia do que já está.
A clareza é fundamental para mim neste aspecto. Ela não diminui a dor desse desafio. Mas me dá segurança e, especialmente, controle da situação.
A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS
E eu tenho clareza das minhas escolhas.
Eu não sei quanto você me conhece, especialmente no quesito financeiro, mas eu tive fases bastante prósperas em um passado não muito distante.
Quando eu morava em Americana, ganhava super bem e durante grande parte do meu relacionamento com meu marido, eu era a provedora oficial da casa.
Dinheiro não era um problema para mim antes de me casar e nem logo quando me casei.
Realizei sonhos grandes como o casamento e o intercâmbio que, somando os dois, eu poderia ter comprado um imóvel com o dinheiro que gastamos ali.
Mas são escolhas que eu fiz – e não me arrependo de nada disso.
Quando me mudei para Floripa, meu salário já não era tão bom e, quando meu marido começou a trabalhar, a diferença da nossa renda já não era mais tão grande.
Diria que passou a ser 60% minha e 40% dele.
A situação era confortável, mas não abundante como em Americana.
Fizemos muitas coisas legais mas não conseguímos mais poupar… Não é que não conseguíamos mais poupar como antes, simplesmente não sobrava nada para poupar.
Até que em 2016 veio a grande mudança na minha vida e a partir desse ano eu deixei de ser a provedora oficial da casa.
De lá para cá, a minha renda não tem sido mais a principal – e muitas vezes não representa nem 20% da renda da família.
Se isso me incomoda? Muito. Todos os dias.
Eu gosto muito de ser provedora em casa. Não de disputar quem coloca mais dinheiro ou não. Mas é muito importante para mim colaborar com as finanças da família.
O que mudou para que essa situação chegasse no ponto que está hoje?
Eu comecei a empreender.
E isso resultou em duas vertentes…
A primeira é que, como empreendedora de primeira viagem e, mesmo com vários negócios digitais em paralelo, eu ainda não ganho muito.
A segunda é que, tudo que eu ganho, acaba sendo direcionado para os próprios negócios digitais ou para treinamentos que eu realizo para minha formação. Eu não consigo colocar nada em casa.
Menos mal né… Porque pelo menos eu não coloco dinheiro em casa, mas também não estou tirando dinheiro de casa – e isso me dá um alívio grande!
Mas, como eu tenho dito, são escolhas.
Eu tenho consciência que minha decisão de empreender me dá esse desconforto financeiro.
Também sei que, se em algum momento tudo der ruim, é “só” eu voltar ao mercado de trabalho e ser empregada de alguém novamente.
Não é isso que eu quero, fato. Não por enquanto.
Nem pela satisfação profissional que eu tenho hoje empreendendo e atuando como coach; nem pela questão da maternidade.
Voltar ao mercado de trabalho implicaria em mudanças grandes no dia-a-dia aqui de casa e, porque não, na família que ainda estamos construindo.
Eu tenho muito essa consciência das escolhas que eu faço.
Muitas vezes as questiono para mim mesma, penso em mudar de curso… Mas depois de um tempo pensando, sei que elas tem sido boas para mim.
MURO DE CURTO PRAZO
Ganhar (e poupar) dinheiro não é tudo na vida.
Eu realmente acredito que essa “crise financeira” que estou vivendo é passageira.
É passageira mas tende a durar uns 5 anos, sendo que 3 deles já passaram.
Eu realmente consigo olhar pra frente, daqui uns 10 anos, e ter a certeza que tudo valeu pena.
Consigo me enxergar com minha família construída, feliz, estável financeiramente e ver que era necessário passar por essa tormenta para construir nossos valores familiares.
Por isso eu digo que coloco em volta de mim um muro de curto prazo.
Eu sei que tudo isso uma hora vai acabar. Tenho essa consciência e esse positivismo.
Lá na frente, eu não vou me arrepender das decisões de agora, assim como não me arrependo das decisões que tomei no passado.
Por isso, para que ficar triste e abalada com essa crise?
Na boa, não vale a pena…
Não preciso deixar de curtir a vida, de ser feliz com o que tenho, de apreciar minha família por causa dessa crise.
A vida é muito mais que isso, vale mais do que o dinheiro.
Talvez seja por isso que você nem saiba que as coisas estão bem ruins por aqui, quando se trata de dinheiro.
A parte boa de toda essa crise é que, felizmente, eu moro em uma das principais cidades turísticas do país e a diversão junto a natureza não custa nada.
Ir a praia, passear ao ar livre tem sido nosso refúgio para economizar – além de muitas outras ações.
As dificuldades fazem parte da nossa vida e nos ensinam a crescer. E é isso que eu gosto, evoluir sempre.
E você, já passou por alguma crise financeira? Como fez para lidar com ela?