Expectativa x Realidade: a primeira metade da gestação

Tempo de leitura: 10 minutos

SONO, ENJOO, DESEJO, EQUILÍBRIO: O QUE EU ACHAVA QUE ACONTECERIA NA GRAVIDEZ E O QUE DE FATO OCORREU NA PRIMEIRA METADE

Toda mulher que sonha em carregar um filho na barriga cria expectativas sobre o período da gravidez.

Eu não fui diferente e vim, nesse post, contar a minha experiência durante a primeira metade da gestação. Lá no finalzinho da gravidez eu volto para contar a experiência completa!

São coisas que eu ouvia falar, pesquisei, e por algum motivo – mais inconsciente do que consciente – achei que fossem acontecer comigo.

Na verdade, eu cheguei a conclusão que sabia bem pouco sobre o que era ficar grávida antes de engravidar… Descobri que tem mulheres que se informam muito mais do que eu sobre todo esse processo! Não cai 100% de paraquedas, mas algumas coisas me surpreenderam.

COISAS QUE ACONTECERAM CONFORME EU ESPERAVA

SONO

Todo mundo dizia que gravida tem bastante sono. Eu ainda tenho minhas dúvidas o quanto mudou, porque eu naturalmente sou uma pessoa que durmo muito.

Mas de fato no primeiro mês eu tive um sono incontrolável, que eu não sabia explicar de onde vinha. E ao longo da gestação passei a tirar mais cochilos a tarde, algo que eu não fazia com tanta frequência.

Sabe aquela coisa que, se você dorme a tarde perde o sono a noite?! Então, não rola mais não… Minha noite é melhor quanto melhor é meu cochilo a tarde! Ainda bem que eu tenho liberdade de agenda para aproveitar e dormir bastante!

XIXI

Vish, esse é tenso mesmo hein… Minhas idas ao banheiro já eram bem frequentes, ia cerca de 10-12 por dia. Mas depois de engravidar tranquilamente dobrou…

A noite então, pior ainda… Se antes eu levantava uma vez por noite para ir ao banheiro, agora normalmente são 2 ou 3 vezes, mas já teve noite de eu levantar 7 vezes!

De alguma forma o bebê aperta minha bexiga de forma que eu não consigo esvaziar totalmente e estou sempre com vontade de fazer xixi.

Se coloco cinto de segurança, começo a andar ou me deito… piorou! Daí é que dá mesmo vontade de ir ao banheiro, mesmo que eu tenha acabado de ir!

COISAS QUE EU ESPERAVA MAS NÃO ACONTECERAM

MAL HUMOR

Esse era meu maior medo – me tornar insuportável durante a gravidez. Não sei porque, na minha cabeça, iam rolar tipo uns hormônios meio loucos que me fariam sair do controle, ficar sem paciência, deixar de raciocinar da forma como eu fazia antes de engravidar… Eu achava que ia virar uma pessoa com pavil curto.

Eu morria de medo de ficar uma pessoa difícil de se conviver. Mas a prática felizmente foi totalmente diferente!

Eu continuei sendo eu mesma depois que engravidei! Meu humor não mudou em nada, eu não briguei com ninguém e não tive nenhuma crise externa durante a primeira metade da gestação.

Na verdade eu acho que ficou até mais legal conviver comigo depois da gravidez, pois ela foi um marco tão grande na minha pessoal e profissional que eu passei a ficar mais centrada e focada nos meus objetivos.

CRISES DE CHORO

Também achava que era algo incontrolável, que ia acontecer tipo toda semana…

Mas passei a primeira metade da gravidez ilesa… As únicas lágrimas que caíram foram no dia que eu descobri que estava grávida!

Conto nos dedos as crises que rolaram e, a primeira delas eu compartilhei nesse post!

ENJOO

Toda grávida enjoa: mentira!!

Eu achava que quando engravidasse ia vomitar, reagir a determinados cheiros, me sentir mal… E nada disso aconteceu comigo.

É injusto dizer que eu não enjoei – eu enjoei um pouquinho sim, não posso negar. Mas nada que me tenha feito vomitar ou deixar de fazer qualquer outra coisa que eu estava fazendo.

DESEJOS

Aquela história que grávida tem desejo também não rolou comigo não (até agora!).

Eu como o que tem para comer e não fico com desejos de coisas que não estão disponíveis.

Ah, se alguém abre uma cerveja ou um vinho perto de mim isso eu tenho vontade mesmo! Mas nunca tive que ir em algum lugar só para comer/beber determinada coisa que eu estava com vontade.

Engraçado que eu até sonhei algumas vezes com determinada comida… Mas nada que me fizesse levantar de madrugada para ir atrás do sonho…

Um ataque noturno na fruteira tem sido suficiente para matar a fome que de vez em quando aparece na calada da noite!

COISAS QUE EU NEM IMAGINAVA QUE ACONTECERIAM

Sempre tem né!! Aquelas coisas que ninguém te contou e te pegam de calça curta…

EQUILÍBRIO

Eu não imaginava que meu centro de gravidade corporal ia mudar. Nem tanto, nem tão rápido.

Com menos de 3 meses de gestação, algumas atividades triviais já não eram tão óbvias para mim: frequentar aparelhos de academia, descer da cama, andar de escada rolante (sem se apoiar).

Fiquei impressionada com a maneira que o corpo vai se adaptando ao novo ser que nasce dentro da gente, mesmo antes da barriga começar a dar os primeiros sinais…

Agora eu entendo porque existem tantas recomendações quanto a quedas. Cair se torna muito mais fácil do que pode parecer!!

QUANTIDADE DE VISITAS AO MÉDICO

Eu sabia que existia um tal de “pré-Natal“. Mas não sabia que era tão intenso assim… Ainda mais no meu caso, que resolvi fazer acompanhamento simultâneo no SUS e no convênio.

Médico rigorosamente todo mês, picadas de exames com uma frequência enorme…

Pra quem tem medo de agulha, os exames de rotina na gravidez definitivamente devem ser chocantes. Até agora eu já levei umas 12 agulhadas, e está só na metade…

PEITOS DOLORIDOS

Eu achava que isso era uma coisa que acontecia somente próximo do bebê nascer. Não pensei que na gravidez fosse ser tão intenso e tão doido, especialmente no primeiro trimestre.

Eles crescem mesmo, doem pra caramba, e ainda bem que melhorou a partir do 4º mês. Mas algo me diz que essa dor ainda vai voltar…

CONTRIBUIÇÕES PARA AS EXPECTATIVAS SEREM DIFERENTE DA REALIDADE

Julgo que alguns fatores contribuíram bastante para que minha gestação fosse um pouquinho diferente do que eu pensava que seria:

PENSAMENTO POSITIVO

Acho que de tanto pensar que eu não queria ficar chata, não queria enjoar, não queria sofrer crises de choro contribuíram bastante para que realmente esses sintomas não aparecessem em mim!

Saber quem você quer ser e como quer se comportar acho que faz muita diferença! E felizmente eu estou conseguindo gerenciar bem isso durante a gestação.

VIDA SAUDÁVEL

Os meus últimos 10 anos não foram muito saudáveis – nem em termos de exercícios físicos, nem em termos de alimentação.

Mas nos últimos 10 meses pré-gravidez eu mudei totalmente meus hábitos físicos e alimentares – tanto que emagreci 12 Kg.

Isso eu acho que fez/faz muita diferença, principalmente para o bem estar que eu sinto.

É fato que eu tripliquei a quantidade de comida depois da gravidez – até porque antes tava numa dieta brava. Mas aumentei a quantidade, não mudei a qualidade, que já havia melhorado bastante!

Os exercícios fiquei com dó de ter parado, principalmente a corrida… Nenhum especialista foi capaz de me convencer porque correr faz mal: só me explicaram do risco de queda e consequente possibilidade de aborto.

Como meu equilíbrio realmente foi por água abaixo, eu optei por não correr esse risco e parei de correr. Mas não acho que seja extremamente necessário essa interrupção, ainda mais no ritmo que eu estava.

Então meus 30 Km/semanais de corrida se transformaram em 10 Km/semanais de caminhada. E é o que foi possível continuar fazendo na fase nova.

HOME OFFICE + LIBERDADE DE AGENDA

Esse eu acho que está sendo o fator decisivo na questão expectativa x realidade. Principalmente no primeiro trimestre.

O corpo muda e se sente cansado – mesmo que não exista sintomas físicos aparentes. Eu notei que, sempre que resolvia brigar com meu sono, a repercussão era imediata no meu humor e no meu estômago!

E isso aconteceu 3 vezes: na primeira, eu acordei me sentindo cansada mas mesmo assim levantei e comecei a trabalhar. Quando foi 10h da manhã eu estava insuportável comigo mesma, com o estômago embrulhado, me sentindo super mal. Então voltei pra cama e dormi mais um pouco – e tudo passou.

Na segunda vez repeti o mesmo erro… Até que na terceira eu não levantei da cama!

Isso também aconteceu umas duas vezes no final do dia… Me sentir esgotada e insistir em permanecer na ativa, sem diminuir o ritmo ou tirar um cochilo. Daí o mal estar realmente vem: azia, refluxo…

Ou seja, se entregar realmente aos sinais do corpo realmente é uma boa recomendação para quem está no período de gestação.

Mas nem todas as gestantes tem essa flexibilidade de agenda que eu tenho. E acredito que, se nesses dias que eu me senti mais indisposta eu realmente tivesse que levantar e ir trabalhar, com certeza eu teria não apenas ficado mais enjoada, como ficado mais mal humorada.

Minha liberdade de agenda tralhando em casa me permite reajustar meus horários e compromissos e obedecer mais o meu corpo. E eu estou me deliciando com isso!

CONCLUINDO…

Minha gravidez está sendo muito, mas muito melhor do que eu imaginava! Especialmente a partir do segundo trimestre!

Eu não deixei de fazer absolutamente nada porque engravidei… Não deixei de sair (nem de ficar até de madrugada fora), de viajar, de trabalhar.

Como também não sou daquele tipo de pessoa que só fala disso, tem hora que até parece que eu não estou grávida…

Antes da barriga começar a aparecer, tinha dia que eu só ia me lembrar que estava grávida lá pra hora do almoço – mas pode ficar tranquilo que eu não sou uma mãe desnaturada!

Sempre tive pra mim que gravidez não é doença, e que a vida continua! E assim está sendo – e tomara que dure até o final!

Agora, é fato que cada grávida reage de um jeito e se comparar com outras realmente é algo não saudável…

Mas me diz aí, se você já esteve grávida: o que mais te surpreendeu que você não esperava?

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