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UM EVENTO QUE ENTRA NA LISTA DOS MAIS IMPORTANTES DA VIDA!
O parto é tipo uma linha de chegada quando tratamos da gravidez! Um marco impossível de passar desapercebido.
Antes de eu engravidar, ele era um tabu para mim. Era a parte mais difícil de pensar como seria ser mãe…
E, ao longo da gravidez, foi ele quem mais me apavorou (como eu contei nesse post).
Mas depois de aceitar que essa hora ia chegar, querendo eu ou não, eu comecei a me informar mais sobre o assunto e ficar mais calma com o que estava por vir…
Conhece o medo do desconhecido?!? Pois então, depois que você conhece um pouco mais, ele vai desaparecendo…
TIPOS DE PARTO
Na minha humilde inocência antes de engravidar, existiam dois tipos de parto: cesariana e parto normal.
Sempre soube que queria parto normal, mas eu jamais imaginava que poderiam haver diferenças dentro dele.
A cesariana, como o senso comum sabe, é uma cirurgia feita para tirar o bebê pela barriga. E, como o próprio nome já diz, é uma cirurgia – indicada para casos de complicações (o que na prática é um pouco diferente da maneira como ela é usada no Brasil, mas não vamos polemizar)…
Tem também o parto normal. Mas ao longo dos meus estudos – e não sou nenhuma especialista no assunto, nem pretendo usar termos técnicos por aqui – é uma diferença muito grande entre os procedimentos.
Tanto que muitas vezes o chamam de “parto vaginal” – ou seja, o bebê nasce pelo canal vaginal, mas de normal não tem muita coisa…
É no parto normal que ocorrem as maiores ações de violência obstétrica – ou seja, intervenções médicas teoricamente desnecessárias que são feitas sem o consentimento da mãe.
O fato é que esses procedimentos (não vou entrar em detalhes, se você quiser saber mais procure sobre violência obstétrica e terá ideia do que estou falando) fazem parte do protocolo de muitos hospitais no Brasil.
Médicos são educados a terem esse tipo de comportamento – que se tornou padrão e agora tem passado por vários questionamentos sobre suas necessidades.
Por isso as grávidas que se informam e, preferem não passar por esse tipo de procedimento, acabam sendo diferentes das demais.
E aí entramos no mundo do parto humanizado. Nas minhas palavras (de novo, não sou especialista), ter um parto humanizado significa principalmente ser protagonista do seu próprio trabalho de parto.
É você que vai parir! Quando te perguntarem quem fez seu parto, você responde: fui eu!
Nosso corpo é 100% preparado com tudo que necessitamos para colocar nossos filhos no mundo. Precisamos apenas de orientação, amparo e força de vontade!
A tecnologia da medicina ajuda? Sim, claro que ajuda – principalmente em casos de complicações no trabalho de parto normal.
Mas a maior parte das mulheres tem capacidade de parir sozinhas, sem serem espetadas por uma agulha sequer.
O parto humanizado, diferente do que a maior parte das pessoas pensa, é um parto sem qualquer tipo de intervenção médica.
Ele pode ser feito num hospital – desde que esse hospital tenha condutas que permitam esse tipo de trabalho de parto.
E existe também a possibilidade de ser feito em casa, o chamado “parto domiciliar planejado”.
A ideia é ter um ambiente mais livre para a mulher, que ela fique nas posições que julgar mais confortável para ela mesma.
Que não haja intervenções médicas – como anestesia, soro, hormônios.
E que não seja feito a episiotomia (aquele cortinho na vagina para facilitar a passagem do bebê).
Isso é ter um parto humanizado – independente do local.
PARA QUAL PARTO EU ME PREPAREI?
Obviamente estou escrevendo esse post antes da minha filha nascer e, tudo que estou dizendo aqui pode ser que não aconteça.
A primeira preocupação é a saúde e o não sofrimento do meu bebê. Mas, dentro do possível, estou me preparando para um parto humanizado no hospital.
Felizmente em Floripa existem dois hospitais que (ao menos na teoria) se dizem humanizados – o HU (referência nacional em parto humanizado) e o Ilha (maternidade particular).
Ambos possuem excelentes referências e permitem a atuação das doulas que, embora liberadas por lei para participarem dos partos, na prática nem sempre tem tanta liberdade assim…
Meu plano inicial é ganhar meu bebê na Maternidade do Ilha, até por ser o local onde a doula que eu escolhi atua com mais frequência!
Também pretendo ganhar meu bebê com o médico plantonista – o que significa que eu optei por não pagar chamado médico.
Porque fiz isso? Primeiro porque é caro – os médicos cobram entre 3 e 10 mil reais para estar disponível para fazer seu parto.
Segundo porque eu acredito no profissionalismo de todos os médicos – e não julgo ser uma diferença tão grande ganhar meu neném com aquele que eu fiz o pré-Natal, ou com aquele que está de plantão (e espero não me arrepender disso!).
O fato é que eu optei por pagar a doula (R$ 1,5 mil) e tentar a sorte no médico de plantão!
Além disso, dentro das minhas expectativas, está passar a maior parte do trabalho de parto em casa.
Com a doula, me sinto bem orientada para ficar quantas horas forem necessárias para a evolução do trabalho de parto em casa – e ir para o hospital realmente só nos finalmente!
Claro que tudo isso vai depender do andamento do meu trabalho de parto, mas esse é o “Plano A”.
E, para ser bem sincera, eu fiquei muito tentada a ter sim um parto domiciliar.
Quando entrei a fundo nesse assunto entendi que essa realmente seria a melhor opção para o meu bem estar, e o do bebê também.
Porque eu optei por não ter um parto domiciliar?
O primeiro motivo foi pela minha própria insegurança. Eu tive a certeza de que essa seria minha melhor opção com 6 meses de gestação e entendi que, para fazer o que eu realmente gostaria eu teria que estudar bastante para me sentir segura.
Naquele momento eu não consegui encaixar na minha lista de prioridades o nível de informações que eu queria ter para me sentir segura de ganhar meu bebê em casa.
Esse foi o principal motivo pelo qual eu tomei a decisão de ir para o hospital.
O segundo motivo foi a questão de privacidade. Eu moro no primeiro andar e no meu apartamento todas as janelas são bem visíveis pelo lado de fora.
Confesso que isso me acanhou um pouco – ainda mais pelo fato de não ter ar condicionado em casa, e o parto estar previsto para dezembro.
Ficar de janelas / cortinas fechadas em pleno trabalho de parto não me pareceu uma boa opção e, embora no hospital eu esteja fora do conforto da minha casa, sinto que terei mais privacidade.
E, em terceiro lugar – que não poderia ficar de fora, vem a questão financeira…
Um parto domiciliar planejado passa por contratar uma equipe de parto (com parteira e enfermeiras) – o que, no total, aqui em Floripa, custa entre R$ 8 e 10 mil.
Eu não estava preparada financeiramente para esse investimento, ainda mais sabendo que pelo meu plano de saúde não precisaria pagar nada para o hospital.
Na prática, todos os motivos pesaram na minha decisão – mas a insegurança do primeiro filho, do primeiro parto e da falta de conhecimento suficiente foi a que mais pesou.
Um parto domiciliar planejado entrou na lista dos desejos de vida!
O PLANO DE PARTO
Então voltando para o plano que está traçado: passar a maior parte do TP em casa e ir para a maternidade apenas para os “finalmente”, existe um documento que se chama “Plano de Parto”.
Não é um documento oficial e nem todos os hospitais darão atenção para ele.
Trata-se de uma carta onde você escreve seus desejos para o trabalho de parto (em suas diversas fases), na expectativa que a equipe que vai te acompanhar (e provavelmente ainda não te conhece) tente satisfazer os seus desejos.
É uma mistura de termos técnicos médicos e desejos da família (pai e mãe) que estão passando por um momento importante na sua vida.
Eu fiz o meu Plano de Parto, orientado pela minha doula. Se você quiser ver como ele ficou, pode baixar o documento aqui.
E essa foi uma parte da preparação para o parto que eu passei durante a minha gestação.
Com tudo pronto, basta esperar o dia para a chegada da minha filha e, em breve, quero passar aqui para contar como foi a experiência da chegada dela!!
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