A mudança mais louca da vida…

Tempo de leitura: 6 minutos

Quando a Naty nasceu e começou a engatinhar eu senti que nosso cantinho estava pequeno para nossa família.

E me veio uma força muito grande para mudar… Mesmo com um bebê pequeno!

Na época, até comentei aqui no blog, que me achei uma doida fazendo uma mudança daquelas com uma bebê de 10 meses.

Pra ajudar, o tempo que eu acreditava que teria mais “livre” para executar a arrumação, que eram as manhãs dela na escolinha, acabei não tendo pois, bem naquela semana ela pegou conjuntivite e deixou de ir à escola.

E eu achei que aquela mudança de 2018 foi punk… Doce engano…

EIS QUE VEIO 2021

Mudar dentro da cidade com a Naty com 10 meses ficou fácil…

Dessa vez a mudança foi para outra cidade (800 km de distância), a Naty com 3 anos e o Rafa com 3 meses!

Da primeira vez, eu fui de um lugar conhecido para outro conhecido.

Dessa vez, sai de um ap sem saber para onde eu ia.

Vendi coisas sem saber se iria precisar… Trouxe coisas que poderia ter vendido.

Como já contei aqui, soubemos por volta do dia 20 de dezembro de 2020 que essa mudança aconteceria.

Passamos os primeiros 15 dias de janeiro organizando e encaixotando a casa.

Eu só via caixas e cabelos… Ah esse puerpério!

Dia 14 de janeiro de 2021 a mudança saiu, com destino à casa da minha sogra, onde ficou lá parada por 45 dias.

Nós também saímos neste dia, mas só chegamos no dia seguinte em Americana, junto da nossa família!

ONDE EU MORO HOJE?

E logo nos dias seguintes (18/01) eu já estava trabalhando em Piracicaba.

Quando cheguei, não sabia muitas coisas…

Uma das coisas que não estava definida era onde iríamos morar… mas esse capítulo está escrito nesse post!

A decisão era que, por alguns dias, viveríamos de hotel e AirBNB, até que as coisas se definissem.

E assim vivemos por mais ou menos 6 semanas.

Cheia de malas para cima e para baixo…

Logística de roupas, roupas de cama e banho, comida e, especialmente, logística dos filhos…

Porque uma coisa era ir para um hotel e ficar apenas com marido e o bebê.

Outra coisa era a Naty ir junto… Isso necessitava de um quarto maior.

Olha, haja logística!

Foram 6 semanas em que simplesmente decidir o próximo dia era uma atividade complexa.

Não apenas o próximo dia, o próximo final de semana e a próxima semana…

Mas especialmente viver nesse nomadismo, sem dormir mais de 3 dias na mesma cama.

E viver a dor da separação praticamente 3 dias por semana.

A Naty amou ficar com toda nossa rede de apoio mas, não dá para negar que ela sentiu a loucura acontecendo.

A mamãe estava quase sempre indo trabalhar… e demorava 1, 2, as vezes 3 dias para voltar.

Porque ela não ia junto e o Rafa ia?

Um dia meu coração se partiu… Era um domingo, eu estava explicando a ela que no dia seguinte iria para Piracicaba trabalhar… Ela ficou chateada, como sempre ficava e, alguns minutos depois virou para mim e disse: “mamãe, você pode ir para sua casa”.

Nossa, aquilo me cortou o coração…

Na hora respondi pra ela: “Não filha, eu não vou para minha casa. Quando eu for para a minha casa, que é nossa casa, você vai comigo”.

Na prática não tinha muito o que fazer além de esperar as coisas se ajeitaram…

Por 6 semanas nós passamos por 3 hotéis diferentes além de 2 AirBNB.

As malas foram companheiras diárias, sempre prevendo roupas para uma semana inteira, pois não sabia quando voltaria para a “base” (casa da minha sogra).

Quando alguém me perguntava onde eu moro eu respondia: “melhor você perguntar onde eu moro hoje”.

DESCOBRIMOS NOSSA NOVA CASA

Até que descobrimos onde seria nossa casa, agendamos nossa mudança e imaginávamos ter vivido uma boa experiência de 6 semanas sem casa com dois filhos pequenos (agora o Rafa já estava com 5 meses).

As coisas estavam andando relativamente bem, todos felizes porque o dia de entrar na casa nova se aproximava!

Dias antes marido tinha feito uma cirurgia e ainda se recuperava dela, por isso até tiramos o pé do acelerador para que ele pudesse ajudar como sempre fez na mudança.

E se tudo estava já desafiador: trabalho + marido operado + 1 filha de 3 anos + 1 bebê de 5 meses + toda a mudança para fazer + casa nova sempre cheia de coisas para acontecer… Eis que…

O COVID VEIO PARA A FESTA

E não é que o positivo apareceu na nossa vida bem no meio dessa bagunça toda?!

Já sei já sei… Lá vem a louca agradecer tudo que todo mundo reclama…

Já aceitei que sou assim e SÓ consigo enxergar o lado bom de tudo que acontece na minha vida…

Já agradeci infinitamente a pandemia em 2020 por ter me permitido gostar (e assumir que gosto) de ficar em casa.

Por encontrar momentos mágicos cozinhando, por morar num lugar tão lindo e aproveitar o período de quarentena pertinho da natureza e do mar (ah mar, que saudades de vc)….

E assim como na sua vida, a pandemia também mudou muito a minha vida (pra melhor, claro)!

Mas a gratidão infinita vem do momento em que o positivo bateu na nossa porta!

Ele veio animado por aqui… Pegou toda minha família (eu, o Joy e as crianças), além de mais alguns parentes próximos.

A primeira atitude foi separar a galera do positivo da galera do negativo, e proteger os mais idosos.

Executada essa preocupação, a próxima atitude foi ficar feliz da vida por tudo que o COVID me trouxe com esse novo isolamento!

Depois de 45 dias em processo de mudança, eu finalmente estive junto da minha família novamente, na mesma casa, só nós 5.

Estar positiva me proporcionou participar ativamente da mudança, organizar a casa do meu jeito, encontrar os nossos novos normais.

Se não fosse o COVID, tudo seria diferente… A rede de apoio estaria super ajudando na mudança, eu estaria trabalhando fora e quando eu me desse conta a vida nova teria se estabelecido comigo de plateia.

Com o COVID me forçando a ficar em casa, tive a chance de estar presente, entender meu jeito, trabalhar home office, cuidando da casa, dos filhos, da mudança, da alimentação.

Foi fácil?! Prefiro pensar que foi divertido!

No dia que chegamos com a mudança deu vontade de chorar…

Aquelas dezenas de caixas, cama desmontada, não sabia nem por onde começar…

Todos em um local ainda novo, desconhecido… Sequer tínhamos a internet para a Naty ficar no bita enquanto pensávamos no que fazer.

Mas tudo deu certo no final!

A mudança demorou quase um mês para ser concluída mas o importante foi estarmos todos juntos.

E, pra aqueles que querem saber como foram os sintomas por aqui… Foram leves, tal como eu visualizei ao longo do último ano inteiro.

Eu sabia que o vírus bateria na minha porta um dia, e sempre disse que, por ser uma doença de vibração, pra mim seria leve, pois buscaria continuar vibrando alto.

Agora sim eu espero nunca mais na vida ter uma mudança tão maluca quanto essa…

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