Tempo de leitura: 7 minutos
UNIVERSIDADE PÚBLICA + NÃO MUDAR DE CASA
Eu tenho parentes muito próximos na idade de prestar vestibular. Irmãos e primos, mais especificamente, que eu vi nascer mas não vi crescer como eu queria ter visto…
Estudar para o vestibular, depois para a faculdade, fazer estágio e por fim trabalhar me tiraram muito do tempo que eu poderia ter vivido com eles.
O que mais me confortava era que eu sabia que, quando chegasse a hora certa, eu poderia contar para eles como foi a minha experiência universitária.
Nesse post você pode ler um pedaço da carta que eu escrevi para o meu irmão, com meus desejos antes e depois de ser empreendedora.
Na carta que eu mandei para ele eu também contei como foi minha decisão pela carreira universitária, e vim dividir isso com você aqui!
E não vá esperando que eu te dê motivos para ser economista… Eu não escolhi o curso, eu escolhi a faculdade e o contexto.
Saiba mais sobre o coaching
Insira o seu endereço de email abaixo para receber gratuitamente mais informações sobre o coaching
DECIDINDO A VIDA AOS 17 ANOS
Quem não sofreu dessa pressão de ter que decidir a vida aos 17 anos?!
Fala sério… Com essa idade nós somos muito novos para tomar decisões pra vida toda. Ainda bem que, depois de mais adultos, percebemos que sempre é possível começar novamente!
Eu não escapei da pressão de ter que tomar essa decisão.
E também não fui do tipo conto de fadas que, desde meus 7 anos sabia exatamente o que eu queria fazer da vida…
Como eu costumo dizer, tem coisas que eu sei que não quero… Mas o que eu realmente quero, não é uma tarefa fácil de descobrir.
Lá estava eu, no auge dos meus 17 anos, tendo que decidir qual curso eu prestaria no vestibular… Dois pesos foram fundamentais na minha escolha.
#1 UNIVERSIDADE PÚBLICA / LIBERDADE FINANCEIRA
Eu tinha bons amigos (e um namorado também!) dois anos mais velho que eu. Então eu vivi o dia-a-dia do vestibular no meu 1o colegial.
Vi esses amigos tomando suas decisões, fazendo as provas… E, nessa experiência eu comecei a tomar algumas decisões.
A primeira delas é que eu, definitivamente, queria estudar em uma universidade pública.
Mais do que um ensino de qualidade, eu queria provar para esses meus amigos mais velhos que eu era capaz de passar nos vestibulares mais concorridos.
E ainda tinha um benefício – eu não teria que pagar mensalidade!!
A minha tão sonhada liberdade financeira já era um desejo ardente em mim, ainda mais tendo vivido com pais separados onde esse era um assunto delicado.
Saber que meus pais não precisariam mais discutir por causa dos gastos com minha escola era um conforto para minha cabeça!
Então a minha primeira restrição era essa: universidade pública, ausência de mensalidades.
#2 EU NÃO QUERIA ME MUDAR
Pois é… eu que hoje prezo tanto por mudanças com 17 anos não queria me mudar de casa.
Na verdade não era a mudança em si que me assustava. Eu não queria mesmo era perder meu namorado (atual marido!).
Quando eu prestei vestibular eu já namorava há 4 anos. Eu já sabia que era com ele que eu queria me casar. E eu sabia mais ainda que, se eu me mudasse para fazer uma faculdade, existia uma chance grande de nosso namoro acabar.
E definitivamente eu não queria isso pra mim.
Confesso que esse motivo não foi muito divulgado na época… Afinal de contas, eu ouvi poucas e boas nos meus 17 anos sobre tomar decisões de vida por causa de um namorado de infância, que pode ser que eu nem passasse a vida toda com ele.
Pois já estou com ele a mais de metade da minha vida e não me arrependi nem um pouco das decisões que tomei para que isso acontecesse.
UNIVERSIDADES PÚBLICAS PERTO DE CASA
Então juntando esses dois fatores, me sobravam duas Universidades Públicas que eu poderia cursar sem ter que sair de casa: ESALQ (USP) e UNICAMP.
Sim, eu escolhi primeiro a Universidade e depois o curso…
Foi literalmente uma eliminação entre as opções de curso disponíveis nessas Universidades. Além, claro, dessa afinidade por questões financeiras que eu tenho dentro de mim.
Mas não houve nenhum motivo maior, nenhum exemplo, nenhuma carreira que eu admirava de economista.
Eu não tinha muita ideia do que fazia um economista… Sabia que trabalhar em banco era uma opção, mas não sabia mais muitos detalhes.
O curioso é que, entre os alunos mais inteligentes da minha sala de 3o colegial, 3 de nós prestamos economia. A minha melhor amiga do colegial, inclusive, foi minha colega de sala na faculdade!
Não me lembro de ter rolado uma influência muito grande por causa dessa coincidência… Eu me lembro bem dessas duas restrições!
O RESULTADO
Quando eu prestei vestibular no 2o colegial, na categoria “treineiro”, eu passei (sim, eu sempre fui nerd!). E a concorrência dessa categoria era maior do que a do curso que eu queria prestar no 3o.
Então no final do 2o colegial eu pensava comigo: basta eu não ficar mais burra em um ano…
Eu aproveitei muito meu 3o colegial! Eu trabalhei na loja do meu avô e eu fiz muita bagunça com a turma de amigas fantástica que eu tínhamos!
Por coincidência, minha viagem de formatura do 3o colegial foi para Floripa, cidade que eu estaria me mudando 8 anos depois.
Minha expectativa maior era passar na Unicamp. Lá era a meta!
Mas eu não passei lá em primeira chamada. Passei na ESALQ, em Piracicaba.
No dia da matrícula, quando eu entrei naquele Campus, eu tive a certeza de estar no lugar certo. Eu até parei de olhar a lista de espera da Unicamp, nem sei se cheguei a ser chamada lá.
Até hoje sou completamente apaixonada pelo campus da ESALQ! Foi muito bom ter vivido lá, não apenas os 4 anos de faculdade mas os 7 anos que trabalhei lá dentro!
E foi muito bom ter escolhido o curso de economia!
“O QUE O AMOR CONSTRÓI, A ESALQ DESTRÓI”
Eu perdi as contas de quantas vezes me disseram isso… Confesso que nos primeiros dias de aula fiquei apavorada com essa constatação.
Quando TODOS os meus colegas de sala que entraram namorando terminaram seus namoros, fiquei mais apavorada ainda.
Mas felizmente eu tinha uma meta muito clara na minha cabeça! Eu tinha escolhido tudo aquilo por causa (também) do meu namorado!
Eu entrei namorando na ESALQ e sai noiva.
E A ECONOMIA?!
Costumo dizer que minha formação foi em logística, não em economia… Isso porque durante toda a graduação eu participei de um grupo de estágio que me permitiu construir uma base sólida de logística agroindustrial.
Eu não fui trabalhar em banco, eu não virei trader (ainda…), eu não me mudei para São Paulo. Não sei se sou uma economista muito normal…
Não me considero tendo seguido uma carreira de economista tradicional. Mas tenho certeza que a escolha da Universidade em si (a ESALQ, também chamada carinhosamente de Gloriosa) fez toda a diferença na minha carreira.
Eu não me arrependo do curso que eu fiz. Se pudesse voltar atrás, teria feito administração. Mas na época não tinha esse curso na ESALQ e ela sim foi a minha melhor escolha!
O que eu acho mais interessante é que, não entrar em uma faculdade não era uma opção para mim. Teria sido se eu tivesse descoberto a carreira de empreendedora antes…
Mas, sempre é tempo de recomeçar…