Tempo de leitura: 10 minutos
DIZER PORQUE EU LARGUEI O MESTRADO É FÁCIL… EU FICO ME PERGUNTANDO É PORQUE EU FUI COMEÇAR…
Talvez você nem saiba que eu fui estudante de mestrado… Não era a minha atividade predileta, logo, eu não compartilhava dessa experiência para muitas pessoas.
Faz 10 meses que eu larguei o mestrado e, vendo meus colegas de sala defenderem, eu tenho absoluta certeza de que essa foi uma boa escolha.
Mas, pra te explicar porque eu larguei o mestrado, eu preciso te contar porque eu comecei (o que talvez seja mais importante!).
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PORQUE EU COMECEI O MESTRADO
Minha carreira profissional começou em 2007, quando eu iniciei meu primeiro estágio em um grupo de Pesquisa e Extensão de Logística, na faculdade que eu estudava (ESALQ/USP).
Da nerd da sala de aula para uma profissional super aplicada no estágio – o resultado foi um rápido crescimento dentro do grupo.
De estagiária eu passei a ser funcionária (ainda na graduação) e, devido a combinações envolvendo outras pessoas do grupo, eu assumi a coordenação desse grupo assim que me formei.
Aos 22 anos eu tinha uma equipe de 40 pessoas, administrava 15 projetos. No ápice da minha carreira nesse grupo, eu cheguei a liderar 70 membros e 25 projetos simultâneos.
Eu estava dentro da Universidade e, para continuar crescendo, a carreira acadêmica era um requisito.
Mas eu não queria fazer mestrado… Nunca quis… Eu convivia com alguns colegas que foram para o mestrado e eu não conseguia ver os benefícios.
Eu achava que o mestrado nada mais era do que a graduação de forma mais intensa (condensada em 2 anos).
Eu não gostava do formato das aulas, da baixa interação com a realidade (que infelizmente se aplica a grande parte dos programas no Brasil).
Enquanto eu estive nesse grupo eu fui escapando no mestrado… Mas esse papo me perseguiu desde 2009, quando minha formatura na graduação começou a se aproximar.
Cheguei a fazer uma pós-graduação em Administração de Empresas, na FGV, onde fui positivamente surpreendida pela gestão do tempo em sala de aula. Eu adorei essa pós!
A vida continuou andando e eu percebi que, se eu quisesse continuar nesse grupo eu precisaria abrir mão de alguns gostos acadêmicos e isso não era algo que eu estava disposta a fazer.
Combinando isso com um desejo intenso de morar fora do país, eu e meu marido decidimos sair da nossa zona de conforto e passamos 3 meses na África do Sul.
Quando voltamos para o Brasil começou a busca por se recolocar no mercado e uma das primeiras oportunidades que me apareceu foi em outro grupo de pesquisa de logística e transporte, agora na UFSC (Floripa).
A possibilidade de me mudar para Floripa encheu meus olhos de alegria e eu topei o novo desafio.
Nos meus primeiros dias de trabalho advinha o que me disseram?? Que eu estava em um ambiente universitário e que por isso minha carreira acadêmica era importante.
No final de 2014 eu me entreguei. Pensei comigo… Ok, se a vida me trouxe até aqui é porque eu tenho que fazer esse tal desse mestrado.
Depois de ouvir esse papo por 5 anos, eu me inscrevi para o dito cujo…
EXPECTATIVA X REALIDADE NO MESTRADO
Por sorte, havia um programa de mestrado que estava em sua primeira turma naquele momento que eu estava me inscrevendo!
Era um programa bastante relacionado ao grupo que eu trabalhava – bastante mesmo, tipo, era como uma extensão do grupo.
Não tinha prova, nem entrevista. Era só mandar um projeto. Fui em frente!
Tendo em vista tudo que eu já sabia, já havia pesquisado e convivido com pessoas que estudavam mestrado, eu tinha uma expectativa muito baixa em relação ao programa.
De 0 a 10, minha expectativa era 3. Eu sabia que ia ser ruim, que não ia me agregar conhecimento profissional e que só me serviria para ter um diploma (que importava para quem estava me empregando, não me importava).
O combinado comigo mesma era despender a menor quantidade possível de horas nessa atividade.
As aulas começaram e, para minha surpresa, a realidade conseguiu ser ainda pior do que minha baixa expectativa. E aí começaram os motivos pelos quais eu larguei o mestrado na época…
Uma bagunça de informações – e não vem me dizer que é porque era o primeiro ano do programa. Passei por muitas primeiras vezes e não fiz feio assim…
As aulas eram tipo universidade – os professores falam, você escuta, há pouca interação…
O conteúdo passado não tinha sido preparado para aquela nova turma. Eram livros escritos há 15 anos – como se nada tivesse mudado de lá pra cá na logística…
E, quando rolava uma discussão na sala de aula (porque os alunos eram de alto nível), muitas vezes o professor não sabia acompanhar a linha de raciocínio.
Das 7 disciplinas que eu fiz em 2015, apenas uma valeu a pena. Apenas um professor advogado me contou muitas coisas que eu não sabia e que fariam a diferença na minha carreira.
A parte boa era usar o momento da aula para colocar o papo de whatsapp em dia! Nossa, eu saia com o dedo doendo de tanto teclar!
Chamava todos os parentes, amigos… Atualizava minha agenda social no horário das aulas!
E o que eu precisava fazer para o mestrado (trabalhos) eu conseguia encaixar no meu horário de almoço, então não me ocupava um tempo extra.
Dava pra ir levando, junto com o trabalho… Não era difícil, não me agregava em nada, mas pelo menos eu ganharia um diploma.
Até que…
VEIO A DEMISSÃO
Eu fui demitida… Março de 2016.
Minha primeira reação foi: agora vou ter tempo e vou acabar logo essa porcaria desse mestrado. Já fiz metade mesmo…
A segunda foi: mas porque eu vou terminar o mestrado se eu só estava fazendo por causa do meu trabalho? Agora eu não tenho mais o trabalho, porque ter o mestrado??
Nessa altura do campeonato eu já não tinha mais matérias, estava só na dissertação. E os motivos pelos quais eu larguei o mestrado foram aumentando…
Eu vou pular desse post, por questões éticas, a relação orientado x orientador. Você que já passou por isso sabe bem do que eu estou falando…
No dia que eu fui demitida eu entendi que eu não precisaria terminar o mestrado… Mas…
Eu tinha comprado muitos ingressos de estudante para as Olimpíadas e meu atestado de matrícula atual não chegava até o período dos jogos;
Minha única ocupação profissional, até que eu me recolocasse no mercado, era o mestrado. Eu tinha tempo. Porque largar??
E eu fiquei 3 meses nessa indecisão, me dedicando 20 horas por semana para escrever um trabalho que, no meu padrão estava ótimo – mas para as pessoas que eu devia satisfação estava eternamente péssimo.
E olha que eu sou chata hein… Pra passar pelo meu crivo o negócio tem que estar bom!
A relação foi se desgastando… o comprovante de matrícula até os jogos olímpicos chegaram e, há muito tempo eu já não tinha mais o porquê de estar fazendo aquele curso.
PORQUE EU LARGUEI O MESTRADO
Então eu dei passos importantes para minha carreira profissional e decidi empreender no marketing digital. Tudo a ver com logística #sqn…
Eu entrei no fantástico mundo dos cursos online, onde eu estudava coisas que eu gostava e sentia transformações diárias na minha vida com tudo que eu estava aprendendo.
Já não me sobrava mais tempo… Pelo contrário… Minha nova carreira me exigia muito estudo, muita energia e foco!
E eu precisava tirar algumas coisas da minha agenda para dar conta dos passos que estava dando.
Em 2 semanas eu tomei minha decisão. Eu procurava respostas, estava indecisa sobre deixar pra trás algo que eu já tinha passado da metade.
E as respostas vieram na semana de lançamento do curso de Reaprendizagem Criativa, do Murilo Gun.
Assistir as aulas gratuitas sobre as 4 habilidade do futuro foi um tapa na minha cara.
O que ele me abriu os olhos em 4 aulas sobre o defasado modelo de educação tradicional comprovava toda a teoria que eu tinha antes de iniciar o mestrado.
A resposta ficou clara na minha cabeça. E, mais do que isso, eu não estava apenas falando de largar o mestrado. Eu estava falando de largar toda a minha carreira acadêmica.
Tanto que, quando eu fui noticiar minha decisão, as pessoas queriam me convencer a trancar o mestrado e pensar melhor… Eu fui direta: pode encerrar tudo. Eu não vou voltar atrás.
Eu fiquei 10 anos dentro do ambiente acadêmico e não gostei muito do que vi – claro, tem excelentes exceções, mas a regra dói, ainda mais para um ambiente que não precisava ser sujo assim… Me arrisco dizer que dá briga com a política…
Dessa forma, eu não apenas larguei o mestrado. Eu decidi abandonar minha carreira acadêmica.
E O QUE ACONTECEU DEPOIS?
No momento em que larguei o mestrado, eu fui tomada por uma sensação única de satisfação!
Eu não precisava mais gastar minha energia em algo que eu não gostava, não acreditava.
Eu tripliquei o tempo que usava para estudar.
Pelas minhas contas, em 2016 eu fiz mais de 600 horas aula dos cursos online que participei. Isso é o triplo da carga horária do mestrado que eu fazia (que tinha duração de 2 anos).
Eu fiquei ainda mais nerd e toda minha paixão por estudar reascendeu!
Eu criei esse blog! Eu fiz muita coisa!!!
E toda vez que eu olho aquela foto tradicional de mestrandos na sua defesa, eu me sinto ainda mais feliz com a escolha que eu fiz.
E, só pra deixar claro, eu não tenho nada contra quem se submete ao sistema universitário e joga esse jogo. Tenho muitos bons amigos nessa luta. Simplesmente não é pra mim… só que também não me peça pra te apoiar…
Eu aprendi com tudo isso que não preciso estar na academia para estudar. Que existem muitas, mas muitas coisas, que a escola não nos ensina. Eu larguei o mestrado mas eu não larguei os estudos.
Por isso que eu digo que essa foi uma decisão bem fácil para mim. Eu ainda fico me questionando porque eu comecei… Porque eu não acreditei na minha intuição desde o começo e precisei passar por tudo isso para seguir o que o meu coração mandou.
Mas tudo tem seu tempo. Eu acredito que as coisas acontecem quando devem acontecer.
E essa foi só uma parte do meu começo…
PS: Gostou?! Comenta aí….
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Fantástico… Me identifiquei.
Tenho a sensação que não vou conseguir concluir o mestrado faltando 2 meses para a defesa. Tem momentos que me dá vontade de largar tudo. Não estou conseguindo focar na dissertação, muito menos escrever algo que preste. Sou funcionária pública em 2 cargos, mãe, dona de casa e esposa. Não consigo ter um momento de lazer ou me permitir dar uma pequena pausa sem a culpa e o pensamento no bendito. Que horror!…. Se soubesse que era assim não teria nem começado. Assim como você, entrei por estar inserida no mundo acadêmico e mais cedo ou mais tarde iriam exigir o diploma de mestre ou senão estaria na rua. Fato é que larguei o trabalho no mundo acadêmico em virtude da bolsa de mestrado que consegui. Logo em seguida consegui um emprego que me pagava melhor, abri mão da bolsa e dois meses depois fui demitida.
Enfim, nunca imaginei que o meu mestrado fosse me traumatizar tanto.
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Pois é Karla, é uma pressão enorme na nossa vida né!! Desejo muita paciência na sua jornada! Vai dar tudo certo!
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Você tem um email? Gostaria de trocar uma ideia!
Obrigada
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Olá Juliana,
Tenho sim! contato@prinunes.com.br
Aguardo seu email!
Ou, se preferir, me chama no whats: 48-991025251
Abraço!
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Oi Pri, nossa me identifiquei muito com a sua história. Eu precisava saber que outras pessoas também compartilham dos mesmos pensamentos que os meus, rs.
A única coisa que muda é a área profissional, sou da área da saúde, fisioterapeuta. Desde que me graduei na universidade continuei seguindo na área acadêmica, fiz 2 anos de residência em saúde da família e antes de terminar a residência entrei no mestrado em saúde na amazônia, eu comecei até animada, mas com o decorrer das aulas eu fui me desestimulando e como você mesma colocou, as aulas em sua maioria são modelos de educação tradicionais, as quais não se tem interação nenhuma e você só recebe várias informações que para mim não estava acrescentando nada para minha formação. Além disso, o mestrado era multiprofissional, mas os docentes eram todos médicos, então muitas matérias obrigatórias fugiam da minha área. Então tudo isso me desestimulou, fora a tese de mestrado que você tem que correr para concluir em 2 anos. Outro motivo que me faz também tomar a decisão de sair do mestrado é o fato de eu não querer seguir na área acadêmica, faria só pelo título mesmo, mas não é o que gosto e por isso não tenho prazer em fazer. Por outro lado, paralelo ao mestrado, conclui uma pós graduação espetacular, na área traumato-ortopédica em reabilitação e também conclui o curso de pilates e atualmente me surgiram outras oportunidades: SER EMPREENDEDORA! Consegui com as minhas economias abrir meu próprio studio de pilates e isso me deu uma alegria muito grande, pois poderei trabalhar no que sempre amei, reabilitar pessoas e não seguir na área acadêmica. Admiro muito quem consegue crescer na área acadêmica, mas infelizmente ou felizmente, não é a minha “praia”, rs. Quero me dedicar e crescer no meu próprio negócio e me especializar cada vez mais nessa área da reabilitação. Obrigada Pri, estava ainda muito indecisa, mas com seu depoimento eu me decidi de uma vez por todas, que ao invés de ir empurrando com a barriga algo que você não está feliz em fazer, gastar esse tempo com o que te dar prazer e motivação em fazer. E também desmitificar que só quem tem mestrado ou doutorado é que se dá bem financeiramente na vida, isso depende de vários fatores e existem muitos outros caminhos para alcançar a estabilidade financeira. E outra coisa, você é a única pessoa que sabe o que é melhor pra você e não fazer pra agradar os outros ou ficar com medo do que irão pensar, pois sei que muitos da minha família não irão entender, mas eu sei, por meio do meu instinto, que estou fazendo a coisa certa! E igual a você Pri, também quero ser tomada por uma sensação única de satisfação fazendo o que gosto! Beijos de Luz. ; *
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Olá Adriane,
Fiquei muito contente em saber que te ajudei a tomar essa decisão. E confesso que mais contente ainda por saber que fruto dessa decisão nasce mais uma empreendedora!
Bem vindo ao mundo onde tudo é deliciosamente sua responsabilidade!!
Onde fica sua clínica?
Desejo enorme sucesso para você!
Um forte abraço de luz!
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Nossa! Que texto incrível! Parece que você tá a me descrever!! Esse sistema universitário é só “Status Quo”…
Seria eu a sua versão masculina? Ou você, a versão feminina minha?
rsrsrsrsrsrs
Muito obrigado por publicar este texto.
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hahaha adorei seu comentário Pedro!
Bora tomar coragem e estudar por conta que é muito melhor que estudar para os outros!!
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Ei Pri! Olha, sou biólogo e no caso dessa profissão graduação só muitas vezes não basta, assim como outras. Eu gostaria mesmo era de ter feito um MBA na área de gestão, aprender a empreender coisa que não aprendemos na faculdade. Mas na primeira prova que fiz passei, e embarquei nesse mundo obscuro da vida acadêmica, estou em ameaça de perder minha bolsa porque meu orientador não vai muito com minha cara, tipo mudar de orientador e eu perco a bolsa, faltando menos de um ano pra minha defesa. A vida dentro das universidades é uma realidade pra poucos, e futuro pra menos gente ainda. Pra quem ta fora acha que estou onde ” nata intelectual alcança” o que nos fazem sentir dentro é ser burro, sempre burro, muito burro. Arrasa com a auto estima de qualquer humano. Só penso em acabar logo esses meses, e doutorado NEM PENSAR.
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Pois é Felipe, é uma situação muito constrangedora né… Onde não era para ter constrangimento algum! Torço para que você consiga superar bem essa fase!
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Olá Pri Nunes! Nossa que alívio ao ler esse seu texto incrível. Essa semana que passou eu tomei uma decisão tbm de não dar continuidade ao meu mestrado. Saí da faculdade em dezembro do ano passado já aprovado no processo seletivo de mestrado da USP. Já tinha um orientador, recentemente fiz minha primeira aula da minha primeira disciplina mas meu coração me diz muito forte que nem mesmo sendo na USP, essa coisa de carreira acadêmica não é pra mim. Às vezes bate a dúvida se fiz certo de desistir, mas a sensação maior que bate é a de liberdade. É aquela sensação de que vou estudar agora aquilo que me agrada (estou indo fundo no inglês pois meu sonho é falar esse idioma fluentemente pra poder viajar muuuuito). Vou atrás de aprender um instrumento musical… enfim… sabe aquela sensação de liberdade depois da decisão que tomei? Então… é isso que estou sentindo. Por isso me identifiquei muito com seu texto. Muito obrigado por partilhar essa sua experiência!!! Beijos!
William
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Olá William, obrigada pelo seu comentário! Fico bem feliz de ter mais gente sentindo essa liberdade!
Depois que eu larguei o mestrado, eu passei a estudar muito mais, no mundo on line. Torço para que você conheça o Mairo Vergara – ele é meu guru digital no inglês!
E tenho certeza que você conseguirá seguir este estilo de vida! Bora pra action!!
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Tou muito estressado com esse período de último ano de mestrado com dissertação pra escrever e isolamento social com criança de 3 anos em casa exigindo atenção e amor dos pais. Infelizmente, os docentes do mestrado, em especial os orientadores, parecem não entender ainda a gravidade do isolamento, a falta de concentração intensificada por essa situação difícil e aterrorizante. Tento dar continuidade no projeto de dissertação, mas são tantas responsabilidades no confinamento com criança que a sensação é exatamente essa que vocês compartilharam e a vontade de desistir é enorme.
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Pois é, a situação não é nada fácil! Mas pense com o seu coração, se você realmente deseja terminar o mestrado, tenho certeza que encontrará um tempinho pra isso!
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William, parece que você relatou o meu sentimento de agora. Estou perplexa kkkk
Ontem foi meu primeiro dia de aula no mestrado e eu simplesmente detestei o clima. E a primeira aula foi justamente com o meu orientador. Sou mãe de uma criança de 5 anos, sou casada e terminar a graduação em 4 anos já foi muito difícil. Estou me questionando no momento se devo mesmo arriscar tudo e me dedicar ao mestrado. Não sei o porquê, mas sinto dentro do meu coração que isso não é pra mim. Além disso, sou louca para aprender inglês, assim como você, mas nunca consegui por causa das outras obrigações. A vontade aqui dentro do meu peito é de realmente largar tudo. 🙁
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boa noite pri nunes, achei legal e te parabenizo por você expor a tua experiência (negativa), e talvez até ter se sentido bem em publica-la e receber comentários de pessoas que viveram a mesma situação. Mas meu caso é diferente. Sempre fui um aluno mais ou menos (tinha nota para passar), e sempre tive como sonho concluir um mestrado e provar para mim mesmo que eu, um reles aluno mediano, era capaz de passar pelos crivos de uma universidade federal reconhecida e obter um diploma de mestrado. E consegui! Fiquei muito feliz. A minha vida profissional não mudou em absolutamente nada, foi somente por uma realização pessoal de que eu era capaz de passar por esse processo todo da minha maneira, utilizando o mesmo método que sempre usei, e deu certo! tenho orgulho de ter concluído o que me propus, e foi uma baita conquista para mim!! Acho legal que você tenha percebido que aquilo não iria te fazer feliz, e nem te agregar em nada, já que voce ja tinha sido demitida, mas por outro lado penso que na sua situação eu tentaria ter terminado mesmo assim, mas cada cabeça pensa de uma maneira, e fico feliz que você tenha tomado a melhor decisão para você! acompanho as vezes seus posts ! um abraço. Pedro
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Olá Pedro, obrigada pelo seu comentário!
Fico feliz que você tenha visto como um desafio pessoal sua conclusão do mestrado. Acredito que é isso mesmo, temos sempre que nos desafiar – e isso é o mais importante de tudo, independente de onde estamos nos desafiando!
Para mim, com certeza não é mais na academia – mas não deixo de ter desafios de aprendizagem contínua! Só mudei de lugar na sala kkkk
Abraços!!
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Quando ingressamos em um mestrado, as expectativas que depositam na gente nos fazem repensar duas vezes antes de tomar qualquer decisão.
Ingressei no mestrado recentemente e não me sinto motivada em prosseguir.
Além disso, terminei a graduação há pouco tempo e não tenho emprego fixo. O que mais pesa nessa decisão é o fato de desistir do mestrado e ficar em casa sem nenhuma garantia profissional.
Eatou em um dilema…
Obrigada por compartilhar sua experiência conosco.
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Olá Tay, obrigada pelo seu comentário!
Espero que consiga arrumar uma resposta para o seu dilema e lembre-se: todas as respostas estão dentro de você – basta você conseguir acessá-las.
Um abraço!
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Pois é, Pri. Estou passando pelo mesmo problema. E a pergunta que eu sempre me faço é: “Por que diabos fui me meter nisso, se eu sempre soube que não queria?”. Poupo seu tempo da longa história que me trouxe até aqui nessa ciranda (já pedi prorrogação inclusive por três meses), mas, igual a você, depois de passar cinco anos relutando, acabei aceitando o incentivo de minha mulher (que de fato nasceu para isso: é doutora pela USP!). Acabei numa área que nunca foi a minha (linguística aplicada, argh!), pois era o único curso disponível para minha carreira, e nada do que me foi “ofertado” pela instituição ou por meu “orientador #sqn” foi digerido por mim; tudo indigesto e sem gosto. Hoje digo: se isso que eu estou vivendo é mesmo necessário, é uma etapa para se chegar a um doutorado ou a vir a se trabalhar com pesquisa, definitivamente o efeito em mim foi um desestímulo. E não somente em mim, mas em colegas, que abandonaram o curso. Agora, que já cheguei até aqui, vou como der até o fim; e confesso que não tenho a sua coragem de desistir, pois tudo ficou muito público e isso me custaria inclusive um processo administrativo, pois tirei até licença para poder escrever (o que de fato fiz). Vamos ver no que dá. Uma coisa é certa: esse modelo de pós-gradução, cujo enfoque é a tortura psicológica e o desleixo com as expectativas de aprendizagem do aluno vai de mal a pior e não forma pesquisadores; apenas confere titulações, o que nunca será a mesma coisa. Um abraço para você e parabéns pela lição que você nos deu aqui!
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Oi Marcelo,
Obrigada pelo seu depoimento!
Torço para que consiga encontrar motivação para ir até o fim e, sabendo onde você vai chegar com certeza nos faz entender que todas as dificuldades que passamos é apenas uma parte do caminho!
Boa sorte na sua jornada!
Um abraço!
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Deixei um comentário aqui, mas acho que não digitei o e-mail certo. Vou fazer isso de novo. Parabéns pelo conteúdo do post.
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Bom dia!!! Também estou fazendo um mestrado. Chato demais, mas…. Agora a minha pergunta é se vc é muito rica ou como se sustenta ou é sustentada por alguém, pois simplesmente largar e estudar sem ter grana fica difícil. Não gosto do mestrado, mas não posso abandonar ele sem ter outra fonte de renda. Ademais, sou homem e tenho que prover minha família. Gostaria de sugestões sobre isso. Obrigado. Bom texto.
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Olá Manoel, tudo bem?
Não, não sou muito rica não… Eu trabalho e, na oportunidade de me desligar do mestrado, entendi que não era ele que faria diferença na minha carreira. Até o momento não precisei desse título, e estudo outras coisas que não a área acadêmica – você pode ver a categoria de cursos e eventos do meu blog. Depois do sair do mestrado fiz mais de 20 cursos não relacionados a área acadêmica.
Desejo sucesso na sua jornada!
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Me identifiquei. Terminei os créditos e faltava a dissertação. Mas aquele programa que era novo só fortaleceu a ideia que eu tinha, de que um curso recém-criado e por ser da primeira turma, não exigiriam tanto. Foi o que aconteceu. Acredito que a nossa intuição sobre a qualidade do curso estava o tempo todo querendo nos mostrar isso. Siga o seu coração. Estou tentando me recuperar do trauma da falta de orientação e dos jogos políticos manipulatórios para procurar um programa de mestrado consistente e relevante na pesquisa. Gosto de pesquisa e meu sonho de ser mestre e trabalhar na faculdade ainda conquistarei com orgulho. Serei uma orientadora bem diferente.
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Com certeza Raysa, acredito muito na nova geração fazendo diferença nas Universidades e, especialmente, nas orientações. Não são todos que agem dessa forma mas, infelizmente, na minha trajetória eu tive contato com muita politicagem… Acredito em pessoas como vc!
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Olá Pry. Gostei muito do seu testemunho e me identifiquei também nele. Hoje estou num mestrado que não é da minha área, apenas tinha feito a prova por curiosidade e acabei passando. Meu problema, é que além de ser uma área que não me identifico, tenho medo de acabar prejudicando meu orientador, pois pode fazer com que ele perca pontos no programa se eu desistir.. não sei o que fazer. Se saio e tento outro de minha área e deixo ele nessa situação, ou continuo persistindo mesmo sabendo da minha dificuldade. Parabéns pelo seu trabalho.
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Ola Vera, obrigada pelo seu comentário.
Que situação desafiadora a sua. Tenho certeza que a resposta que você procura está dentro do seu coração, escute-o direitinho que você saberá o que fazer!
Um abraço!
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Olá,
Foi muito ler seu texto, parte da sua história.
Sou bacharela e licenciada em C. biológicas e finalizei uma pós em educação profissional em 2019. Na minha defesa da especialização, um componente da banca disse que eu jamais conseguiria passar em um mestrado público, pois meu trabalho estava horrível e com erros de português (depois descobrir q meu orientador enviou uma primeira versão do trabalho totalmente fora das normas). Hoje fiquei lembrando disso e ainda me dói, pois no dia eu fiquei paralisada e não consegui responder o cara.
Já pensei em tentar um mestrado só para esfregar na casa dele, mas não tenho interesse nenhum na área acadêmica. Descobri que não gosto de dar aulas e estou buscando outros cursos totalmente fora da minha área de formação.
O problema é q depois dessa especialização, eu fico me questionando se eu seria capaz de ter sucesso em alguma coisa e se eu seria mesmo capaz de passar em um mestrado.
Mas cada vez mais acredito que não devemos provar nada para os outros e tento não lembrar do que àquele cara disse.
Obrigada pelo texto.
Bjos Lu
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Ola,
me deparei com essa publicação enquanto procurava no google o pq desistir de um mestrado!
Estou nessa indecisão, é algo que sempre sonhei, porem sei que onde moro esse “diploma” não vai me servir para muita coisa. Além de que, sou mãe, esposa, dona de casa, professora … e cada vez q penso nessa dissertação me deixa estressada e ansiosa. Não sei o que fazer!
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Escute seu coração! Suas respostas estão dentro de você, ele sabe te orientar!
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Oi Pri, sua história é incrível. Muito obrigada por compartilhar! Tenho me sentido muito assim com o meu mestrado. Chego muitas vezes a pensar que realmente a carreira acadêmica não é o que eu quero pra minha vida e eu entrei muito motivada por outras pessoas e também pq precisava da grana no momento. Mas agora tô extremamente frustrada e sem saber o que fazer, já fui diagnosticada com transtorno de ansiedade e sempre que pego no material que tenho pra escrever eu travo e entro em pânico. No seu caso vc tinha bolsa de estudo? Vc precisou devolver o valor? Pq até então é o que me segura já que eu não conseguiria restituir esse valor a União. Nem sei também em que casos isso pode ou não acontecer. Um abraço!
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Oi Maria, não, não tive bolsa de estudo e não sei como é esse processo no seu caso. Mas torço para que consiga encontrar um bom caminho na sua jornada, e que escute seu coração – ele tem todas as respostas que você precisa!
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Estou nesse dilema. 1 ano de mestrado para nada. Não gosto do que faço e não me vejo fazendo o que estou estudando no futuro. Inclusive , isso tudo tem me gerado problemas psicológicos: transtorno de ansiedade.
Gostaria que fosse mais fácil desistir. E eu vou, só tenho medo da vida após isso.
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A desistência só depende da sua coragem. Escute seu coração, ele tem essas respostas!
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Hoje que estou vendo e conhecendo teu espaço. Resolvi desistir no mestrado na etapa final. Resolvi fazer porque queria ir embora da cidade que eu morava e vi essa oportunidade fazendo esse bendito. Nunca me senti bem nele e nem no curso de graduação que é geografia. Não gosto, nunca gostei, não tenho tesão pela área e nem me vejo em sala de aula. Mas por que eu prossegui? Ahh não quero decepcionar fulano, cicrano, devo muito a muitas pessoas. Isso era uma pressão tão grande na minha cabeça fora as dificuldades que passei com falta de orientador, assédio e por aí vai na instituição que eu estava nesse maldito mestrado. Hoje em 2021 resolvi chutar o balde. Pensei em mim, na minha sanidade. Não vai me dá nenhum benefício econômico que é o que me interessa. Não vou seguir carreira de professor também. Eu saí dessa experiência traumatizada. Quem quiser fazer, faça terapia junto, vai precisar.
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Seu texto trouxe um alívio para mim. Obrigada por compartilhar sua vivência e assim poder contribuir na decisão de muitos. Eu já vivenciei 1 ano de Mestrado, e até horas atrás eu me perguntava o que diacho eu estava fazendo ali?
Há pouco mais de 2 horas mandei mensagem para o meu orientador comunicando minha desistência, e estou no aguardo da resposta.
Sinceramente, não vejo a hora de dormir em paz.
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Entendo suas razões e, no seu lugar faria o mesmo. Mas, um pouco diferente de você, durante muitos anos fui avesso à academia, achava aquilo uma perda de tempo (sobretudo em Humanas) e uma completa desconexão com a realidade. Estudei numa federal e achava meus colegas que partiram pra iniciação científica meros projetos de professores tais quais os que nos davam sula. Só queria pegar meu diploma e arrumar logo um emprego, fosse público ou privado. Consegui, mas o tempo passou e hoje me vejo fazendo as mesmas coisas de 10 anos atrás. E pior: trabalhando numa instituição de pesquisa, cercado de mestres e doutores, sinto-me inferiorizado intelectualmente e percebo que eles só me vêem como “fazedor” das coisas que sempre fiz na instituição. Penso em fazer mestrado mais por isso, pra ser mais respeitado intelectualmente, ainda que não seja da mesma área dos colegas. E também para ser um profissional melhor, mais útil, com mais repertório…. enfim, menos “oreia seca”. Mas nem sei em quê, nem como chegar lá. É até engraçado, pois quando pergunto como a pessoa conseguiu ingressar no mestrado, cada uma me dá uma resposta diferente. Sem falar que não recebo qualquer estímulo no meu trabalho para isso. Aí vejo que estou estagnado e frustrado sem saber aonde ir. E me sentindo um m*rda sempre que descubro que algum colega saiu para mestrado. Desculpe o desabafo.
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Oi Pri!
Você tinha bolsa? Como foi esse processo?
Quero desistir do meu mas fico com medo de ter que desolver o valor da bolsa :/
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Não, eu não tinha bolsa.
Mas essa parte é tranquila… Pense em outras opções para você ganhar uma renda além da bolsa do mestrado, e foca nessa ação enquanto resolve sua vida acadêmica.