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OS DIAS FICARAM MAIS LONGOS… EU GANHEI TEMPO PARA PENSAR… MAS PERDI TEMPO DE EXECUTAR
Desde que engravidei, um “conselho” que muito ouvi foi sobre aproveitar meu tempo. Porque, depois que o neném nascesse, ele iria desaparecer…
Eu não teria mais tempo para mim, não conseguiria mais fazer as refeições como antes…
O caos estava anunciado na minha vida, e chegaria no dia do parto.
Não, eu não estava contente com essa versão da história.
Durante toda a gravidez me recusei a aceitar que não teria mais tempo.
E acredito que minha relação com o tempo ainda vai evoluir e amadurecer muito…
Mas, com minha filha já com 4 meses, estou passando para contar o que mudou depois que ela nasceu.
Na prática, mais do que tempo em si, estou falando de produtividade – uma paixão antiga!
TEMPO EM QUALIDADE, NÃO EM QUANTIDADE
Em poucas palavras, esse é o resumo da ópera: a relação com o tempo mudou sim. Mas principalmente em qualidade, não tanto em quantidade.
Antes do neném nascer, meu tempo tinha as mãos disponíveis!
Com isso era possível estudar, escrever (digitar), fazer exercícios, comer, cozinhar…
Além de tudo isso, meu tempo ainda era independente, ou melhor, dependia apenas da minha vontade.
Eu podia ir onde eu quisesse na hora que eu quisesse.
Isso tudo mudou…
Minha filha trouxe uma relação de dependência para comigo. Agora não é tudo na hora que eu quero…
Sair sozinha e passar muitas horas longe dela ainda é algo que não me imagino fazendo tão cedo.
Mas muito do que eu fazia antes eu ainda posso fazer: só não na hora que eu quero, mas sim na hora que dá.
Agora, meu tempo com as mãos livres… Ah, esse dá saudades!! E como!!
Duas coisas me impressiono quando eu penso nisso…
A primeira é realmente valorizar a nossa mobilidade de movimentação – para tudo: desde ir ao banheiro, tomar um banho, fazer uma refeição, trabalhar, tudo…
E, a segunda, é a capacidade que vamos criando de desenvolver atividades com as mãos ocupadas (leia-se com um bebê no colo).
Hoje eu praticamente consigo fazer tudo que eu fazia antes com ela no colo! Só que a velocidade diminui consideravelmente.
Daí um post, que antes eu escrevia em 1 hora, agora eu levo 4, 5 para escrever.
E daí vem o bichinho da produtividade martelando na cabeça… E eu logo troco de atividade, para algo mais eficiente.
O fato é que sim, o tempo continua lá, existindo… Mas ele trocou muito de qualidade – e o tempo com as mãos livres diminuiu consideravelmente.
EU GANHEI TEMPO!
E no meio de toda essa história, eu tenho a impressão de que eu ganhei tempo. Ganhei um tipo de tempo que eu não tinha antes – tempo com as mãos ocupadas mas com a cabeça livre.
Esse é um tempo interessante porque ele é traiçoeiro.
Nem sempre é fácil superar as cólicas, os choros sem fim… Ninar o bebê ou ficar na única posição que ela dorme.
É nessa hora que a cabeça pira… Porque você se sente literalmente um inútil.
Com as mãos ocupadas, você não tem o que fazer – a não ser controlar seus pensamentos.
Não dá para mexer no celular, não dá para trabalhar, não dá para cozinhar.
Só te sobra pensar, refletir…
Esse tempo era raro antes… Não tão raro como quando eu trabalhava em empresas, mas mesmo depois que me tornei empreendedora, eu tinha meus tempos de reflexão.
Mas eles não eram em tanta quantidade como são agora.
Eu passo boas horas do meu dia em processo de segurar o bebê, trocar a fralda, dar banho, ninar…
É muito tempo que eu tenho para refletir, que eu não tinha antes!
Isso aumentou muito minhas conversas comigo mesma! Seja em termos da minha vida pessoal, ou dos meus projetos profissionais.
Sobra tempo para pensar, desenhar mentalmente, planejar – e como eu gosto de fazer tudo isso!
É, falta tempo para executar tudo isso… Colocar as ideias no papel… Por isso eu tenho contado com outras pessoas que me ajudam a tirar essas ideias da cabeça, porque tempo para pensar literalmente não me falta!
Outra coisa que eu voltei a fazer intensamente com esse tempo com as mãos ocupadas é estudar!
Uma paixão que eu tinha deixado de lado no final da gravidez, para dar conta de tudo que tinha que entregar antes do bebê nascer.
Meus cursos on line voltaram com tudo e sim, tenho bastante tempo para ficar brincando com o bebê ao meu lado no berço enquanto escuto minhas aulas.
Ah, mais uma coisa que eu faço muito atualmente: ligar para minha família e conversar com amigos por whats app.
Antes eu não tinha muito esse hábito, pois era um tempo precioso que eu estava “gastando” ao invés de estar produzindo.
Agora não tenho as mãos mesmo, então tenho outras formas de usar esse tempo.
Isso tem me aproximado muito da minha família, de modo que eles também possam curtir o desenvolvimento do bebê!
E O SONO?
O sono, o cansaço…
É, tem dias que essa rotina de ser mãe cansa, estressa…
No meu caso, não só pelo fato de ela ter dores e não parar de chorar um minuto. Ou não querer sair do meu colo por dinheiro nenhum.
Mas principalmente porque nesses dias minha produtividade fica extremamente baixa… E eu tenho a sensação de que o dia passa e eu não fiz nada.
Por isso busco sempre acordar cedo para aproveitar os cochilos dela de manhã e ter a sensação de ter feito alguma coisa.
É pouco, eu sei… Não tem sido mais do que 3 horas por dia que eu consigo trabalhar – e ainda picadas.
Mas é melhor do que nada…
Tem dias que essa rotina fica extremamente exaustiva, mas passa!
Filha de peixe, peixinho é né…
Então tratei logo de ensinar minha filha a dormir bastante!!!
Desde o começo ela dorme bem a noite toda… No início ficava uma ou duas horas acordada de madrugada. Mas logo já aprendeu que é de noite e tem que voltar a dormir.
No início ela acordava duas, três vezes por noite para mamar. Agora é uma ou duas no máximo, sendo que tem noites que ela dorme a noite inteira!
Então eu tenho ido dormir por volta das 21h e levantado por volta das 7h – com uma ou duas interrupções durante a noite.
Não, não me falta horas de sono a noite!
Agora, a melhor parte é… A soneca da tarde!! Ah, como eu gosto de dormir a tarde!
Sem peso na consciência então, gosto o dobro!
Minha soneca é primordial para manter meu humor, meu equilíbrio emocional!
E ultimamente ela tem me dado o presente de dormir de 2 a 4 horas por tarde!
E daí eu embalo junto!
Melhor do que dormir a vontade é dormir sem peso na consciência… De ter que fazer isso ou aquilo…
Poder simplesmente curtir o papel de ser mãe!
O DIA AUMENTOU
Eu tenho muito essa sensação… De que meus dias são mais intensos depois que ela nasceu!
Às 7h eu já estou super acordada (algo que acontecia por volta das 8h antes).
Por volta das 8h já rolou algum estresse… Ou uma latição, ou um chororo… E em alguns dias, os dois juntos de maneira insuportável!
É, tem dia que antes das 8h eu já estou querendo que alguém chegue logo em casa, que alguém divida o colo comigo… Mas ainda faltam muitas horas para isso acontecer…
Então da hora que eu acordo até por volta das 13h eu vou me dividindo em trocar fralda, amamentar, brincar, colocar para dormir…
E produzir! Atuar no Liberdade Financeira, investir, cuidar das minhas finanças, do meu blog, estudar. E sim, eu faço tudo isso! E ainda tiro leite para doar!
Uma coisa por dia, uma atividade por vez, mas eu faço!
É impressionante meu atual poder de concentração!
Eu sei que eu vou ter 15 minutos do cochilo. Ou 10 que ela vai ficar quieta sozinha no berço…
Os minutos que antecedem esses pequenos intervalos são planejando mentalmente, em todos os detalhes, tudo que eu vou fazer.
E nesses pequenos intervalos eu vou lá e faço! Algo que antes eu demoraria 1 hora, hoje eu resolvo em 15 minutos.
E assim vai a manhã toda.
Daí por volta das 13h eu almoço e dou banho nela. Nessa hora, já estou esgotada!
Minha energia já foi intensa para tentar equilibrar todas essas funções… Minha produtividade já foi para o espaço!
E o que eu faço então? Durmo com ela! A deliciosa soneca da tarde!
Depois, no final do dia, muitas vezes eu ainda volto a trabalhar – quando dá!
Ou vou resolver alguma coisa na rua… Mesmo que seja só para sair de casa e não pirar!
É, a relação com o tempo mudou muito! Mas foi muito melhor que me diziam!
É questão de se adaptar a cada momento da sua vida. Tenho certeza que tudo isso ainda vai mudar, mas eu tenho tentado curtir cada etapa de maneira intensa!
Porque sim, passa muito rápido… E eu já olho pra ela e vejo um bebezão e não um bebezinho!
E agradeço todos os dias por poder estar curtindo todos esses momentos junto dela, sei que é um privilégio de poucos!