Tempo de leitura: 3 minutos
Chegamos a uma discussão clássica de quem estuda logística: os conceitos de intermodalidade e multimodalidade. Além desses dois conceitos também apresentarei os custos de transação envolvidos na logística.
Vamos começar pela semelhança: em ambos os casos, as mercadorias utilizam mais de um modal para chegar ao destino (local certo). Para exemplificar, vamos pensar na soja que sai de Sorriso de caminhão e chega até o porto de Santos, entrando na ferrovia no terminal de transbordo de Rondonópolis.
A diferença dos dois termos é baseada nos agente que realizam a operação e não na operação em si.
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INTERMODALIDADE
No caso da intermodalidade, o embarcador (dono da carga) contrata cada uma dos prestadores de serviço logístico. A empresa rodoviária que vai pegar a soja no armazém em Sorriso, o serviço de transbordo do terminal ferroviário de Rondonópolis. A empresa ferroviária que fará o transporte pelo trem e o terminal portuário em Santos que irá receber essa carga e colocar dentro do navio. Ou seja, são pelo menos 4 transações diferentes entre o embarcador e os prestadores de serviço logístico.
MULTIMODALIDADE
No caso do transporte multimodal, o embarcador contrata apenas uma empresa para prestar o serviço logístico. Essa empresa contratada é responsável por fazer toda a operação com os demais prestadores de serviço. Nesse caso, segundo a legislação brasileira, a empresa contratada precisa ser um OTM (Operadores de Transportes Multimodais). Um OTM deve estar devidamente habilitado e registrado na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e deve emitir o CTMC (Conhecimento de Transporte Multimodal de Carga). Caso você queira consultar os OTMs no site da ANTT, clique aqui.
CUSTOS DE TRANSAÇÃO
Ainda considerando a teoria que existe por trás dessa discussão, podemos inserir o conceito “economês” de custos de transação. Adaptando a definição para o caso de logística, custo de transação é o custo em tempo ou dinheiro que os agentes gastam no mercado em atividades não relacionadas ao serviço contratado. Atividades como a burocracia, dificuldade de acesso, assimetria de informação, entre outros, são contabilizados como custos de transação.
Na prática, é o custo que o embarcador terá ao contratar um serviço de transporte não relacionado ao frete, mas na comunicação que ele terá com o transportador, na integração de sistemas, na eficiência do serviço de transporte, cumprimento de prazos, qualidade, entre diversos outros fatores que podem ser analisados.
Elevados custos de transação são um dos principais fatores pelo qual a empresa pode decidir pela terceirização de um serviço. E isso não falando apenas em logística, mas de maneira geral.
Relacionando o conceito de custo de transação com intermodalidade e multimodalidade, do ponto de vista do embarcador, fazer uma operação intermodal significa ter mais custos de transação. Já o transporte multimodal, do ponto de vista do embarcador, diminui os custos de transação relacionados a necessidade de contratar tantos agentes prestadores de serviço.
A diferença entre as duas modalidades está na precificação da solução logística (e não apenas no custo do frete). Esse, inclusive, é o tema dos próximos 2 minutinhos! Até lá!
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Ótimo trabalho!
Após perder muito tempo na internet encontrei esse blog
que tinha o que tanto procurava.
Parabéns pelo texto e conteúdo, temos que ter mais
artigos deste tipo na internet.
Gostei muito.
Meu muito obrigado!!!