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CONTÊINER: PADRONIZAÇÃO E UNITIZAÇÃO NA LOGÍSTICA
No minuto retrasado eu apresentei os principais modais de transporte e disse que, embora um modal possa receber muitos equipamentos de transporte, um mesmo equipamento de transporte não pode migrar de modal.
Essa premissa básica introduz dois assuntos: terminais de transbordo e contêineres. Nesse minuto vou falar sobre os contêineres. Vou explicar o que é, qual a função e as características de um contêiner. Também introduzirei alguns conceitos como estufagem, ova, desova, lacre de segurança e outros.
Vamos lá!
O QUE É UM CONTÊINER?
O contêiner é o equipamento utilizado para transportar carga. Feito de madeira ou metal, ele serve como uma grande embalagem, contando com a vantagem de ser padronizado, facilitando seu manuseio os mais diversos modais de transporte.
Podemos pensar no contêiner como uma “sacolinha de supermercado” gigante. Deixa eu explicar! Quando você vai ao supermercado e compra 50 itens, você carrega um a um para sua casa ou coloca em uma sacolinha ou em uma caixa? O fato de reunir 5-6 itens do supermercado em uma sacola não facilita o transporte do caixa do supermercado para o carro e depois para dentro da sua casa? Então, a dinâmica do contêiner é exatamente a mesma – facilitar o transporte do que há dentro dele.
Não importa se dentro do contêiner há produtos diferentes ou se há produtos iguais. O contêiner pode estar cheio de encomendas diversas do AliExpress ou produtos iguais, como o café que vai do Brasil para a Holanda. O que importa é que, ao invés de se ter uma série de manuseios da mercadoria ao longo do processo de transporte, com o contêiner o manuseio ocorre apenas na embalagem.
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LACRE, ESTUFAGEM, OVA, DESOVA?
Uma outra característica dos contêineres são alguns nomes particulares dados a alguns processos, principalmente aos processos de enchimento e esvaziamento. Muita gente fica se perguntando o que tudo isso significa. Aqui vou explicar pra vocês o significado desses nomes.
O contêiner possui um dispositivo de lacre, que além de servir para fechar a embalagem gigante, também serve como dispositivo de segurança para os usuários que estão exportando ou importando o contêiner. Violações no lacre são sinais de atenção na recepção da carga.
O processo de colocar os produtos dentro de um contêiner é chamado de “estufagem”; e o processo de retirada dos produtos é chamado de abertura do contêiner. Esses processos também são conhecidos como ova e desova, respectivamente.
Há locais específicos para estufar, lacrar e abrir o contêiner, pois essa operação precisa estar alinhada com a fiscalização por parte da Receita Federal, dependendo do produto, de outros órgãos aduaneiros (Avisa, Vigiagro e por aí vai) – processo esse chamado de desembaraço aduaneiro. Esses locais são chamados de áreas alfandegadas, localizadas geralmente nas proximidades de instalações portuárias.
Vem se desenvolvendo cada vez mais no Brasil a estrutura de “Porto Seco” ou EADI (Estação aduaneira interior), que se trata de uma área alfandegada fora da área primária do porto. Essas estruturas permitem que um contêiner chegue no porto, seja direcionado via ferrovia ou rodovia até um porto seco (ainda como carga internacional) dando entrada no país, ou seja, nacionalizando-se apenas no porto seco.
CARGA PADRONIZADA
Pelo fato de ter o mesmo tamanho e limite de peso, o contêiner permitiu a padronização (ou unitização) de toda a cadeia logística envolvida na sua operação. Dessa forma, é comum que um contêiner passe por vários modais.
O uso do contêiner tem trazido inúmeros outros benefícios além da padronização. Ele tem permitido produtos chegar a portos que não recebem navios de grande calado, tem otimizado as linhas de navegação, aproveitado melhor o retorno do contêiner vazio (com compensação de frete) e inúmeras outras vantagens. Por ora, é importante saber que essa “embalagem gigante” padroniza e facilita o transporte de cargas.
No próximo post eu vou falar sobre outros tipos de cargas. Até lá!
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