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PORQUE NÃO EXISTE VOOS ENTRE TODOS OS AEROPORTOS?
Nos minutinhos passados eu falei sobre o conceito de aeroporto, lado terra e lado ar, e também sobre a nomenclatura das aeronaves. Nesse post o foco é no aeroporto em si.
Para os portos, o que determina a entrada ou não de um navio (além dos equipamentos de carga e descarga dele) é o calado (se você não sabe o que é calado, clique aqui). No caso dos aeroportos, o fator determinante para recepção de uma aeronave é o aeródromo, que grosso modo pode ser encarado como a pista de pouso e decolagem.
Nesse sentido, dependendo do comprimento, da largura e da resistência do pavimento da pista, uma pista pode receber um determinado tipo de aeronave (no linguajar técnico chamado de aeronave tipo ou aeronave crítica de projeto). Essa é a primeira forma de classificar o aeroporto: pela aeronave crítica do aeródromo.
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A segunda forma diz respeito a capacidade de movimentação que pode ocorrer no aeroporto. Essa quantidade é dividida em duas partes:
– Do lado ar, os limitantes são: o pátio de aeronaves e a a configuração da pista de pouso e decolagem. A pista determina, junto com os instrumentos de navegação aérea instalados, o intervalo de tempo entre pousos e decolagens – tornando-se um fator limitante de capacidade de operação. Já o tamanho do pátio de aeronaves define a quantidade de aeronaves que podem permanecer em solo simultaneamente, realizando as operações de embarque e desembarque de passageiros.
– O TPS pode ser analisado pela quantidade de passageiros na hora-pico. Na prática, pouco importa quantos passageiros passaram pelo terminal de transbordo ao longo do dia, mas sim quantos passaram ao mesmo tempo durante aquele dia. Os componentes do lado terra de um aeroporto são dimensionados para determinada movimentação de passageiros na sua hora-pico. Note que, novamente, estamos falando de uma frequência logística sazonal (mesmo que essa sazonalidade seja aplicada dentro de um mesmo dia), onde os agentes envolvidos precisam encontrar alternativas para driblar esse desafio.
A determinação do número de passageiros na hora-pico, por sua vez, está relacionada a quantidade de voos que o aeroporto recebe ao mesmo tempo. Essa escala de voos é uma decisão das companhias aéreas, passando por uma autorização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que fará, junto com o administrador aeroportuário toda essa análise sobre capacidade do aeroporto. Mas, na prática, é a companhia aérea que decide quais origens e destinos aéreos serão oferecidos a partir de cada aeroporto.
Provavelmente você já deve ter passado pela experiência de precisar voar entre aeroportos que não possuem voos direto, ficando então se perguntando sobre o porque isso acontece… A resposta dessa pergunta é bastante simples: essa decisão da companhia aérea é determinada pela lucratividade da operação desse voo. Se é viável, a companhia aérea oferece, se não for viável, ela não oferece.
Note que essa dinâmica é diferente daquela que acontece com as linhas de ônibus: nesse caso, a empresa que opera as linhas nos horários mais rentáveis, também é obrigada a oferecer o serviço de transporte nos demais horários estipulados pela autoridade governamental, mesmo não tendo tanta rentabilidade.
E essa discussão sobre o “filé-mignon” da operação, como muitos chamam, se repete em várias esferas logísticas: linhas aéreas, linhas de ônibus, concessão rodoviária e várias outras. Mas esse não é o foco desse minutinho…
Por ora, é importante você entender que os aeroportos possuem limitações operacionais relativas à capacidade de recepção da aeronave tipo e também a capacidade de operação de sua hora-pico. Se você quer saber mais sobre esse assunto, deixe aqui nos comentários sua dúvida!
Nos vemos nos próximos minutinhos. Até lá!
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