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PORQUE A LOGÍSTICA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS É AINDA MAIS COMPLEXA??
Até aqui, vimos vários conceitos de logística que são empregados tanto para cargas quanto para passageiros. Nesse post, vou falar especificamente de produtos agrícolas e quais são os 5 desafios que tornam essa logística um pouco mais complicada do que dos produtos industrializados.
Estou me referindo as commodities agrícolas, como soja, milho, açúcar, etanol, algodão, café, celulose e por aí vai…
Commodity (no singular) e commodities (no plural) é um termo em inglês que significa mercadoria. É utilizado no mundo todo para descrever produtos de origem agrícola, mineral ou vegetal que são produzidos em larga escala e possuem características físicas homogêneas, ou seja, baixo grau de diferenciação.
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#1: GRANDES VOLUMES
O Brasil é um grande exportador de commodities agrícolas, sendo essa atividade econômica bastante importante para a balança comercial brasileira.
Seja a granel, no formato ensacado ou dentro de contêiner, o Brasil exporta anualmente mais de 100 milhões de toneladas de commodities – o que é um grande desafio para a logística fazer com que esse produto saia das fazendas e chegue até os terminais portuários.
#2: GRANDES DISTÂNCIAS
Como se não bastasse o grande volume, o Brasil ainda possui a característica de que sua produção agrícola está concentrada no interior do país, isto é, longe dos portos que são os principais canais de escoamento.
Nesse sentido, não é incomum observar commodities percorrendo distâncias superiores a 1.500 ou 2.000 km para chegar ao seu destino final. Esse é um patamar de distância que justifica a utilização de diversos modais de transporte que não apenas o rodoviário.
#3: PERECIBILIDADE
Isto é, os produtos agrícolas, via de regra, são perecíveis. Aqueles que são direcionados para exportação normalmente passam por um processo de secagem e padronização, permitindo o controle de umidade e temperatura e elevando assim o ciclo de vida do produto.
Agora, quando entramos em produtos mais específicos do agronegócio, como frutas e verduras, a perecibilidade torna-se um grande desafio para colocar esses produtos na mesa do consumidor antes que apodreçam – e essa característica não é encontrada nos produtos industriais ou na logística de passageiros.
#4: BAIXO VALOR AGREGADO
O preço das commodities é dado pelas bolsas de mercado futuro nacionais e internacionais e os produtores não possuem nenhum controle sobre isso. Nesse sentido, todos os custos relacionados a produção e movimentação da mercadoria acabam impactando diretamente no lucro dos produtores e a logística é um desses custos.
É bastante comum o impacto do preço do frete no preço da commodity agrícola girar em torno de 10 a 30%. Há alguns casos extremos, como o gesso (utilizado para fazer correção do solo) que, por vezes, chega a ter seu preço de frete 2 ou 3 vezes superior ao preço do produto em si.
O fato é que essa característica diferencia muito os produtos agrícolas dos demais, até porque nos produtos industrializados muitas vezes o próprio consumidor paga pelo frete (assim como quando você compra um produtos pela internet e paga o frete).
#5: SAZONALIDADE
Esse, para mim, é o maior dos desafios, pois alinhar infraestrutura constante com operação sazonal é uma arte que precisa ser feita por todos os profissionais da área. Eu já falei mais sobre essa característica nesse post.
Para mim, esses são os 5 desafios que tornam a logística de commodities agrícolas uma logística a parte para ser estudada, vivenciada e potencializada. Se você tem algum outro desafio que julga importante, deixe aqui nos comentários.
Estamos nos aproximando do final da série e eu te vejo nos próximos 2 minutinhos. Até lá!
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